quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Cercada de mistérios, a onda dark vai às pistas

Bandas ainda desconhecidas de nomes impronunciávieis surgiram pela internet


Witch house assume influência da magia negra; som que toma festas fora do Brasil não deve virar moda aqui

CAROL NOGUEIRA
DE SÃO PAULO


Não é de hoje que música passa, de tempo em tempos, por vertentes sombrias. Basta lembrar do pós-punk, nos anos 1970, ou do rock gótico e da eletrônica que se fazia na década de 1980.
No ano passado, os góticos do The Horrors chamaram atenção da crítica e levaram até uma indicação ao Mercury Prize, a mais importante premiação da música britânica. O dark fofo da banda xx ganhou este ano o prêmio.
Em 2010, outra banda sombria conquistou crítica e público – o Salem (ou S4lem, como é estilizado). O trio, formado pelos cabeludos John Holland e Jack Donoghue e a loira sexy Heather Malatt, veio da pequena Traverse City, no Michigan, nos EUA.
Hoje, o grupo é um dos mais comentados nos blogs de música, ganhou repercussão no “New York Times” e virou trilha do desfile gótico de Guvenchy na última Semana de Moda de Paris.
O burburinho só aumentou após o lançamento do primeiro álbum, em outubro, intitulado “King Night”. Antes, veio o EP “Yes, I Smoke Cracl” (sim, eu fumo crack).
O Salem, que assinou em agosto com a Sony, também ficou conhecido por fazer (poucos) show para lá de confusos e dar raras entrevistas. Seus membros não falaram à Folha; o empresário afirma ter tentado convencê-los.
Em tempos de vampiros, zumbis e filmes “found footage” (leia texto abaixo) invadindo o cinema, a televisão e as livrarias, não espanta que surja também um gênero musical relacionado,
Chamado drag (arrastar), with house (house de bruxa) ou spookycore (rock assustador), o “novo gênero” tem bandas ainda desconhecidas, de nomes impronunciáveis e, não raro, símbolos que tornam impossível achá-los no Google, como sequências de cruzes e triângulos.
O burburinho começou na Internet, foi levado às rádios americanas e algumas festas já tocam esse som lá fora.
No Brasil, DJs ouvidos pela Folha acham pouco provável que a onda chegue aqui, a não ser que seja “muito misturado”. No máximo, podem fazer como o duo carioca Twelves, que remixou a sombria “Seven”, da artista Fever Ray, no ano passado.
O que chama atenção na cena é que mesmo entre os grupos que são considerados expoentes, há controvérsia sobre o que é o gênero e se ele é mesmo novo.
A explicação é que o witch house tem influências que remetem ao hip-hop e ao rock gótico, com batidas eletrônicas, baixo lá em cima e vocais muito recortados.
Também é comum influencia de ocultismo, bruxaria, ou magia negra. E, como todo bom dark, os músicos chamam atenção com maquiagem e roupas pretas.
A Folha conversou com quatro bandas para entender o que é, afinal, o with house. Os músicos não quiseram falar por telefone e pediram que seus nomes não fosse citados, apenas os de suas bandas. Assustador?

OPNIÃO

Morbidez da meninada de hoje é de assustar os velhos vampiros

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

Uma das grandes revoluções da Internet no panorama musical foi acabar com o conceito de ‘cena local”.
Antigamente, “cena” abrangia uma grupo de bandas ou artistas conectados geograficamente e que faziam música similar.
Várias partes do mundo tiveram as suas: Nova York e Londres geraram o punk, no meio dos anos 1970; Seatle teve o grunge e Manchester, a acid house. A Escandinávia gerou uma cena fortíssima de bandas de hevay metal extremo; Detroit teve o techno...
Com a interne, não importa mais de onde os artistas são, contanto que possam se encontrar virtualmente.
A cena de witch house – ou drag, ou haunted house, como preferem alguns, é assim; diversos artistas espalhados pelo mundo. Pouco se sabe sobre eles. O mistério é a alma do negócio.
“Sinto que muito do desenvolvimento musical acontece on-line. As cenas locais não são importantes”, disse ao site Pitchfork Christopher Dexter Greenpan, que grava como oOoOO (a pronúncia é “Oooo”).
Musicalmente, o witch house é simples: pop eletrônico lento, quase “ambient”, mas com um clima lúgubre que lembra os sons góticos de Sisters of Mercy e Cure.
Imagine o Portshead ou Massive Attack fazendo trilha de um filme de terror como “Atividade Paranormal”, substituindo a beleza etérea de sua canções por uivos e efeitos sonoros assustadores.
Outra influencia é o dubstep de Burial, o misterioso produtor inglês. Sua mistura de batidas eletrônicas minimalistas com melodias sombrias parece ter tocado fundo nos corações negros dos expoentes do witch house.
O que nos leva a outro fator importante para a cena musical: a obsessão em levar suas influencias ao extremo.
Desde que o rock surgiu, jovens sempre buscaram emular seus ídolos, adaptando a música ao próprio tempo. A tendência disso é uma radicalização sonora e estética.
O conceito de som “pesado” ou “extremo’ se estreita a cada dia, Uma banda como Black Sabbath, que praticamente inventou o heavy metal e era considerada uma aberração nos anos 1970, hoje pode tranquilamente ser ouvida em qualquer rádio comercial.
Os artistas de with house parecem muito influenciados pelo som gótico, uma vertente nascida nos anos 1970, marcada por sons triste e românticos,
E os vampiros de outrora, gente como o Bauhaus ou Siousxie, certamente se assustaria com a morbidez de hoje.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Lobo da Estepe - Hermann Hesse


“...como admirava, então, aquelas enevoadas tardes de outono ou de inverno! Como respirava, ansioso e embevecido, a sensação de isolamento e melancolia, quando, noite adentro, enrolado em meu capote, atravessava as chuvas e tempestades de uma natureza hostil e revoltada, e caminhava errante, pois naquele tempo já era só, mas ia repleto de profunda satisfação e de versos, que mais tarde escrevia, em meu quarto, à luz de uma vela, sentado à beira da cama.”

“Como não haveria de ser eu um Lobo da Estepe e um mísero eremita em meio a um mundo cujos objetivos não compartilho, cuja alegria não me diz respeito! (...) E, de fato, se o mundo tem razão, se essa música dos cafés, essas diversões em massa e esses tipos americanizados que se satisfazem com tão pouco têm razão, então estou louco. Sou, na verdade, o Lobo da Estepe, como me digo tantas vezes – aquele animal extraviado que não encontra abrigo nem alegria nem alimento num mundo que lhe é estranho e incompreensível.”

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

The Nephilm

O primeiro contato que tive com o Fields of The Nephilim foi quando escutei o EP Returning To Gehenna (em vinil) que peguei de um amigo que, como eu, estava atrás de "novos" sons obscuros. Sonoramente, não me despertou grande interesse já que, por ignorância de um neófito, me remetia algo que eu já havia escutado de Sisters of Mercy – aqueles vocais vindos do fundo da catacumba etc. Mesmo com suas limitações, é um disco divertido e de grande mérito, mesmo porque foi uma fundamental inspiração para algumas bandas medíocres e pré-fabricadas de gothic rock dos anos 90. Em seguida, consegui emprestado (outra bolacha), o Dawnrazor que me ajudou me preparar ao que estava por vir.

Mesmo depois de visitar outras tendências, Carl McCoy é ainda um cara que me faz ficar matutando com sua música. O álbum The Nephilm é um dos meus “convites” prediletos ao pesadelo. A maturidade da banda foi consolidada não apenas em termos de sonoridade, mas porque ficaram mais explícitas em suas letras quais eram suas fontes místicas (mitologia suméria endossado com o ocultismo Aleister Crowley).

O disco foi lançado em 1988 e no ano seguinte saíram em turnê pelos Estados Unidos. Porém, essa excursão não foi bem sucedida. Apesar da sua familiar imagem influenciada pelos velhos filmes westerns, os americanos levaram muito a sério os seus temas que na maioria das vezes tratavam de anjos decaídos, semideuses, demônios etc o que acabou afugentando um pouco o público da terra do Tio Sam.

Para aqueles que se sentiram atraídos, McCoy é tido com uma das figuras mais enigmáticas da historia do rock n' roll. Sua imagem de cow-boy morto-vivo não é apenas um jogo de cena (maquiagem nos rostos e a androginia vinda da turma da Batcave não faziam parte do repertorio da sua banda). O rapaz teve uma infância regrada pelos ensinamentos cristãos; seus pais eram testemunhas de Jeová o que fez com que desde cedo assimilasse algumas histórias bíblicas sobre os watchers (vigilantes espirituais) e os nephilins – geração de indivíduos gigantes provenientes do relacionamento de anjos decaídos com mulheres mortais (alguns inteirados no assunto supõem que desses seres originaram-se semideuses, como Hércules, e deuses, como Zeus). Isso foi essencial para arquitetar o alicerce artístico do Fields of the Nephilim e todos os projetos que vieram em seguida como The Nefilim, Nephilim entre outros. Além dessas alusões inspiradoras, o que me chamou atenção na banda foi seu desempenho e coragem de tocar a diante a carreira numa época onde uma crítica boçal já tinha o gótico como algo démodé.

Enquanto alguns grupos contemporâneos a eles se desintegravam ou se rendiam ao pop, os Nephilns nos brindavam com um magistral segundo álbum. A longa introdução de “Endemoniada” tem guitarras que nos carregam junto ao ruído do trem em movimento para uma paulada acelerada e letal que molda o resto do disco. A brilhante produção de Bill Buchanan projetou a banda um estilo mais onírico, conseguindo criar uma boa ambientação de terror, embora haja simplicidade dos arranjos (os vocais também soam mais sussurrados e roucos, muitos bem colocados).

Essa obra nos conduz a sonhos estranhos, mesmo quando estamos acordados. Suas músicas são profundas e as letras, embora um pouco clichês, são boas e causam empatia, já que conseguem fazer o ouvinte mergulhar em um mar frio e calmo de sua mente, onde velho
Cthulhu habita. Tal estado parece ser terno, suficiente para seu desfecho em "Last Exit for the Lost" sem que não nos façamos envolver completamente em pensamentos de morte ou ideação suicida; essa é uma peça que apresenta uma construção sublime, uma evolução melódica dramática e ritmo hipnótico que surte em seu ápice um efeito tranquilizador, de paz, como se pudéssemos mergulhar num silêncio absoluto.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Gigantes do cigarro defendem seu produto


Folha de São Paulo - Países em desenvolvimento são novo mercado

Por DUFF WILSON
As grandes empresas de tabaco estão intensificando seus esforços em todo o mundo para combater as restrições à venda e publicidade de cigarros, conforme as vendas para países em desenvolvimento ganham importância.
Empresas como a Philip Morris International e a British American Tobacco contestam as restrições aos anúncios de cigarros no Reino Unido, a ampliação dos avisos de saúde na América do Sul e a elevação dos impostos sobre cigarros nas Filipinas e no México. Estão desembolsando bilhões de dólares para fazer lobby e campanhas de marketing na África e Ásia.
O setor intensificou seus esforços antes de uma reunião de autoridades de saúde pública de 171 países que começou no Uruguai em 15 de novembro.
Neste ano, a Philip Morris processou o governo uruguaio, dizendo que sua regulamentação do tabaco é excessiva.
Representantes da Organização Mundial da Saúde dizem que a ação representa uma tentativa de intimidar o país e outros países da conferência.
A lei uruguaia inovadora prevê que 80% das embalagens dos maços de cigarros sejam obrigatoriamente cobertas por avisos de saúde. Além disso, limita cada marca de cigarro, como, por exemplo, a Marlboro, a um só design de maço, para que desenhos alternativos não induzam os fumantes a pensar que os produtos contidos no maço são menos prejudiciais à saúde.
A ação judicial contra o Uruguai, aberta em uma organização filiada ao Banco Mundial em Washington, pede indenização de valor não especificado por lucros perdidos.
"As empresas estão recorrendo à ação judicial para ameaçar países de renda média e baixa", diz Douglas Bettcher, diretor da Iniciativa Livre de Tabaco da OMS.
O PIB do Uruguai representa metade dos US$ 66 bilhões que a Philip Morris recebe por suas vendas anuais.
De ac ordo com Bettcher, as empresas de cigarros estão agressivamente recrutando consumidores novos em países em desenvolvimento para tomar o lugar dos que estão abandonando o cigarro ou morrendo nos EUA e na Europa, onde os índices de tabagismo vêm caindo de modo acentuado. As vendas anuais de cigarros em todo o mundo sobem 2% ao ano.
A Philip Morris International está se mostrando agressiva no combate às novas restrições. A empresa abriu uma ação legal não apenas contra o Uruguai, mas também contra o Brasil, argumentando que as imagens que o governo quer colocar sobre os maços de cigarros não retratam os efeitos do tabagismo sobre a saúde. As imagens mostram efeitos grotescos sobre a saúde.
Na Austrália, onde o governo anunciou um plano pelo qual os cigarros seriam vendidos em embalagens marrons ou brancas simples, para que se tornassem menos atraentes para os compradores, um representante da Philip Morris dirigiu uma campanha de oposição na mídia durante as eleições federais do verão passado. Essas informações estavam em documentos obtidos por programa de televisão australiano. O "New York Times" teve acesso ao material.
A campanha de US$ 5 milhões, supostamente movida por pequenos lojistas, também foi parcialmente financiada pela British American e pela Imperial Tobacco. O representante da Philip Morris aprovou estratégias, orçamentos, comerciais e entrevistas concedidas à mídia.
Peter Nixon, vice-presidente e porta-voz da Philip Morris International, disse que a empresa concorda que fumar é prejudicial à saúde e apóia uma regulamentação "razoável" onde não exista.
Hoje em dia, em tribunais em todo o mundo, as gigantes do tabaco se veem na defensiva muito mais frequentemente que na ofensiva. A OMS incentiva governos e indivíduos para que movam ações legais contra empresas de cigarros, que vêm encarando processos movidos por fumantes e sistemas de saúde em países como Brasil, Canadá, Israel e Nigéria.
Mas, em outras partes, há pouca regulamentação, como é o caso especialmente da Indonésia, quinto maior mercado mundial para cigarros.
Autoridades do país dizem que dependem dos empregos garantidos pela indústria, além da receita dos impostos sobre os cigarros. A Indonésia recebe cerca de US$ 2,5 bilhões por ano apenas da Philip Morris International. Com o tempo, o tratado de saúde pública obrigará que seus signatários estabeleçam controles mais rígidos ao tabaco.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

sobre a ruína da vida social e decadência cotidiana

"Tenho lutado para experimentar e existir, para lutar e consentir nas formas (todas as formas) com as quais a delirante ilusão de estar no mundo impregnou a realidade.
Não desejo continuar enganado por ilusões. Morto para o mundo; para aquilo que para todos os demais constitui o mundo; finalmente caído, tombado, erguido dentro do vazio que eu havia rejeitado. Tenho um corpo que experimenta o mundo e vomita realidade.
Aquele que vos fala é alguém que verdadeiramente desesperou e conheceu a felicidade de estar no mundo somente agora quando deixou o mundo, quando está absolutamente separado dele.
Estamos mortos, os demais não estão separados. Continuam a circular em torno de seus próprios cadáveres.
Não estou morto, mas estou separado".


(Antonin Artaud)

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Abraxas I e a era de Kali-yuga


Anotação: A existência destas outras coisas é aceitável a partir do momento em que vemos que a natureza funciona desta maneira.

Esse Deus da antiga e da Nova Aliança é, antes de tudo, uma figura extraordinária, mas não é o que realmente deveria ser. Representa o bom, o nobre, o paternal, o belo e também o elevado e o sentimental - está bem! Mas o mundo se compõe também de outras coisas. E todas essas coisas são simplesmente atribuídas ao Diabo; toda essa parta de mundo, toda essa outra metade é encoberta e silenciada. Glorifica-se a Deus como o Pai de toda vida, ao mesmo tempo em que se oculta e se silencia a vida sexual, fonte e substrato da própria vida, declarando-se pecado e obra do Demônio. Não a faço a menor objeção a que se adore esse Deus Jeová. Mas creio que devemos adorar e santificar o mundo inteiro em sua plenitude total e não apenas essa metade oficial, artificialmente dissociada. Portanto, ao lado do culto de Deus devíamos celebrar o culto do Demônio, isto seria o certo.. Ou mesmo criar uma deus que integrasse em si também o demônio e diante do qual não tivéssemos que cerrar os olhos para não ver as coisas mais naturais do mundo.
(Demian - Hermann Hesse)

PS: Há de se notar que, por muito tempo, talvez por culpa de nossa cultura guiada pelo ponto de vista judaico-cristã, que o sexo é tido como algo pecaminoso. E por pura revolta mal instruída muitas pessoas levam tal instinto por lado mais promiscuo e de auto violência. Se excede a maldade ao extrapolar os limites do próprio corpo. A promiscuidade é uma espécie de revolta desesperada, justificada numa espécie de "liberdade" as avessas. Em épocas de mulheres frutas & siliconadas e homens bombados encéfalos representam uma virilidade vulgar no banquete turvo de uma mercado fascista, globalizado e sem graça, é de se entender a validade de ser notado pela casca e não pelo abismo que o seu interior sucede. Não há de existir paz onde há o oposto do cunho sagrado que alguns povos como vikings, celtas, hindus, indígenas tinham em relação ao sexo e ao amor - hoje se "consagra" de forma deturpada mais a carne e se esquece do espírito como se esta não cobrasse, no futuro, juros quando ambos são mal cuidadas. Porém, é a tal coisa: poucos têm olhos para entender a verdade, cada um enxerga apenas o que deseja. E assim caminha a humanidade...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Oppenheimer Analysis

LinkO porquê do aparecimento de uma nuance gélida e marcial da música sintetizada, durante a fase mais crítica da Guerra Fria, parece um fenômeno um tanto óbvio nos porões alternativos europeus. A cold wave, assim como outra manifestação obscura, ainda é a trilha ideal para a angústia pós-moderna e ao temor apocalíptico.

Andy Oppenheimer, natural de Liverpool, é um dândi com jeito de cientista maluco andrógino e que até hoje é um expert no assuntos "armas de destruição em massa". Sua mente inquieta não ficou apenas voltadas aos estudos - uma boa forma de se abstrair e comunicar seus interesses foi através das artes plásticas (seus quadros surreais em guache, que já foram exibidos e em Londres e em Brigghto) e música.

Suas primeiras pesquisas influenciaram muitas as canções escritas e gravadas com Martin Lloyd (teclados e sintetizadores) no início dos anos 80 como Oppenheimer Analysis. A parceria começou em 1979 depois que se conheceram em uma festa de abertura de um evento de ciências.

No meio dos anos de 1970, Andy foi para Londres, quando estava na universidade. Envolveu-se com o movimento punk, mas foi da cena new romantic (principalmente da sua atração por Human League) que veio sua inspiração rítmica para o projeto com Martin. É bom frisar que ao invés da imagem festeira do povo do club Blitz, os dois amigos preferiam abordar nas suas canções temas mais introspectivos, existenciais e que retravam a paranóia em torno da ameaça de uma guerra nuclear.

Em 1982 eles lançaram aquilo que foi seu único registro oficial até então: o cassete "New Mexico" gravado no Feedback Studio, em Londres. Essa fita teve uma boa vendagem nas convenções de ficção cientifica, clubs e pubs onde o Oppenheimer Analysis tocava. Após isso a banda foi dissolvida e caiu no esquecimento...

O recente interesse nos sons minimalistas/eletrônicos fez com Andy e Martin se reunissem em 2005. O selo nova-iorquino Minimal Wave tem dado um bom suporte para a ressurreição do projeto - o item número 1 do seu catalogo é um EP (em vinil, com um belo pôster com fotos e letras) da dupla contendo material antigo remasterizado. Fez tanto sucesso entre os antenados no estilo que ganhou uma segunda edição em 2007.

Por mais que haja uma dose de oportunismo nessas voltas, este caso é perdoável, pois a "onda fria" soa contemporânea e parece que sua provável reaparição venha preencher o vácuo deixado pelas recentes bandas eletro. Para o Oppenheimer Analysis e outras bandas veteranas pode ser uma forma de recuperar o tempo perdido numa era onde a informação corre mais rápida...Parece tardio, mas antes tarde do que nunca.

Link: Em seu
site oficial é possível comprar mp3, cd-rs com sobras de estúdio e músicas novas. Além disso, ele oferece informações, agenda de shows, reviews e fotos.

*Matéria editada no meu antigo site Junkeria Nefasta.

domingo, 31 de outubro de 2010

integridade

A vida todo ser humano é um caminho em direção a si mesmo, a tentativa de um caminho, o seguir de um simples rastro. Homem algum chegou a ser completamente ele mesmo; mas todos aspiram a sê-lo, obscuramente alguns, outros mais claramente, cada qual como pode. Todos levam consigo, até o fim, viscosamente e cascas de ovo de um mundo primitivo. Há os que não chegam jamais a ser homem, e continuam sendo rãs, esquilos ou formigas. Outros são homens de cintura para cima e peixes da cintura para baixo. Mas, cada um deles é um impulso em direção ao ser. Todos temos origens comuns; as mães; todos proviemos do mesmo abismo, mas cada um - resultado de uma tentativa ou de um impulso inicial ou tendo a seu próprio fim. Assim é que podemos entender-nos uns aos outros, mas somente a si mesmo pode cada um interpretar-se.
(Hermann Hesse)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Premature Ejaculation - Rise (MAL6)

Dando continuidade a série The Lost Recording, a Malaise Music acabou de disponibilizar em seu catálogo mais uma gravação “perdida” do Premature Ejaculation, Rise - um trabalho do originalmente lançado em formato cassete em 1987. Esta edição também apresenta um bônus track; Come Organisation's Necrophilia, uma obscura fita de uma só faixa lançada na segunda metade de 1983.
Rise possui 12 faixas sendo que cada uma contém trechos de um debate transmitido por uma estação de rádio americana com a interferência de ruídos e efeitos de sintonia para outras estações. Algumas delas são títulos bem curtos, o que mostra que Rise, assim como os primeiros trabalhos do projeto, é uma obra bem caseira, ainda com uma sonoridade tosca e cheia de improvisações, mas que estranhamente faz emergir em nossa mente alguns pensamentos e sensações de desassossego.
Como a arte da capa original era xerocada, ela foi quase completamente perdida. No entanto ela precisou sofrer algumas alterações e adaptações. A foto que retrata a cena de uma decapitação realizada por um soldado do exercito japonês no período da Segunda Guerra Mundial (provavelmente de 1937), acabou ficando ainda mais dramática por conta da nova tonalidade escura.
Os nomes de alguns títulos também foram corrigidos, já que na fita original Rozz os escreveu a mão com alguns erros irrelevantes de inglês como, por exemplo, ‘Necrophila’ ('Necrophilia’) e 'Bussiness as Usual' (Business as Usual).
Este cuidado com os detalhes mostra o total respeito e capricho daqueles que querem preservar a memória deste grande artista que é injustamente lembrado apenas por ter sido um dos ícones da já tão deturpada cena “deathrock” (que deus ou diabo a tenha...). Desta maneira, é possível entender porque o PE, assim como os seus outros projetos de música mais abstrata, era o espelho mais fiel de sua subjetividade tumultuada e criativa que não comportava certos clichês. Intencionalmente ou não estes trabalhos servem ainda hoje para subverter e questionar a vida cotidiana pós-moderna cada vez mais poluída com músicas pastiche que passaram a ser a trilha sonora de milhares de almas mortas reduzidas a avatares cheios de retoques digitais e sentimentos líquidos.
Um item e tanto para aqueles que ainda vivem e conseguem fazer das suas próprias experiências incomodas e perturbadoras inspiração para irreversíveis estados de plenitude e elevação, como o próprio título sugere.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

the human condition

Está provado onde se vive e morre como sucata, é a maquinaria capitalista homicida que transita e comanda tudo em alta velocidade, livremente. Tudo flutua em ruídos altos, entre carnes mutiladas, templos amontoados. Se santifica a tragédia, se esquece da beleza da essência e ostenta-se a religião e os mais vulgares vícios como principais cúmplices. Faz parte da tradição judaico-cristã a aspiração masoquista dos santos, que desemboca na violência, na sede por sangue, no esquecimento do espírito, na deformidade dos corpos. Poderiam existir mártires; anjos calados, elfos sorridentes como o próprio delírio mais puro de alquimia e não soldados que marcham com sua sacolas cheias de desesperanças e se esquivam de balas perdidas - esses que talvez dão sentido falso sua própria vida acumulada em aterros sanitários, reguladas por instâncias de comércio, Estado, da produção escravista das fábricas ou promessas furadas de uma vida confortável inatingível. Eis a verdadeira história dos perversos, guardiões do niilismo, dos que se aproveitam da cegueira dos que não questionam os ideais da propriedade coletiva e acabam se curvando a promiscuidade absoluta e desprezando as nuances de um pensamento elevado que no fundo ecoa de forma incomoda qualquer imagem de asnos com cabresto. Sub a luz da vidraças de um galpão abandonado, jaz mais um santo bestial que escarra a glória do Império entre as fendas podres dos seus dentes que mal podiam comer.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

demo-cracia

todo idiota é cúmplice do filho da puta; o idiota é o otário que não tem cura

sábado, 2 de outubro de 2010

o pecado e sacrifício do "Christian Death"

As vésperas de desembarcar pela primeira vez em SP no dia 23/10 com sua Necro Sexual Tour, Valor Kand nunca mediu palavras e esforços para justificar a sua tomada ao nome "Christian Death". Eis aqui uma rara entrevista cedida por ele à um fanzine francês chamado Noir Marine (n°4) após um concerto em Dingwalls, em Londres, no dia 10 de Setembro de 1985, onde explica a repentina "saída" de Rozz Williams da banda e a tentativa de continuar tocando como Sin and Sacrifice, que por fim não acabou acontecendo, gerando assim muitas polêmicas, brigas judiciais até mesmo a cisão entre os fãs mais extremistas.

Você pode explicar a saída de Rozz?
Muito simples: ele não queria mais fazer rock. Já no ano passado, para fazer a turnê européia foi necessário convencê-lo. Com efeito, Christian Death acabou em 1982 após a lançamento do (álbum) Only Theatre of Pain. Rozz dizia que não queria mais fazer rock, mas em 1983 eu decidi reformar o grupo e aquilo foi bom, nós efetivamente trabalhamos e rendeu alguns concertos, em seguida Rozz quis parar de compor rock. Ele sempre considerou-se sobretudo um poeta e quis se envolver numa música mais industrial, no estilo Throbbing Gristle. Ainda fizemos dois shows e ele deixou o grupo. Nós o convencemos de fazer um último disco e foi Ashes, que ele considerava como a melhor coisa que fez na sua vida. Ele recomeçou a acreditar, fizemos muitos concertos nos EUA, incluindo o último em Los Angeles no Roxy que foi excelente, mas depois disso Rozz declarou que o grupo tinha atingido seu ápice e que não queria mais continuar. Tentei convencê-lo porque eu tinha um grande desejo de ir a Europa; ele disse “talvez”, então organizamos uma série de shows e duas semanas antes de partir ele disse “não, não tenho energia nem inspiração para fazê-lo”. Dissemos-lhe que respeitávamos o seu ponto de vista, mas queríamos realmente fazer esta turnê e que se necessário faríamos sem ele. Ele não acreditou em mim e quando partimos ele lamentou amargamente. E é por isso que agora cospe acima de nós. Ele muito influenciável, encontrou pessoas que o persuadiram o não nos seguir; seguiu os seus conselhos, mas ele é realmente temperamental, depressivo. Antes ele gostava muito de Paris e Amsterdã, onde agendamos de tocar sem ele. Ele vingou-se telefonando para algumas pessoas para falar mal de nós…Penso que ele se reparará por isso. Nós tínhamos um contrato a cumprir, deveríamos viajar e promover Ashes. Se não tivéssemos partido teríamos perdido muito dinheiro. Ele, além de não perder nada ganha sem nada fazer.

Onde ele está agora, em Los Angeles?
Sim, faz o que bem entende por lá…Ele é muito influenciável, como uma criança. Penso que ele lamenta, ele não acreditou que o grupo poderia sobreviver sem ele e isto o irrita. Por todo lugar onde tocamos as pessoas gostaram, mas não quero que ele seja infeliz. Sofremos e trabalhamos muito para o Christian Death e não queríamos que fosse para o nada. Foram dois anos de nossas vidas.

Porque manter o nome Christian Death?

Porque é a nossa propriedade. Foi registrado legalmente há dois anos e representa David, Gitane, Rozz e eu. Por esse motivo, mesmo sem Rozz, há direito porque pertencemos ao grupo por muito tempo e sobretudo porque é conhecido internacionalmente, graças a Catastrophe Ballet, que co-escrevi com Rozz. Respeito o fato de que Rozz tenha criado este nome, é por isso que tentamos agora impor o nome Sin and Sacrifício; espero que seja o nome sob o qual sejamos reconhecidos em 1986 e que não tenha mais a necessidade de citar o outro como referência.

O que você acha se Rozz reformar o Christian Death?
Não o fará porque nos deixou claro que tinha se cansado da música. Mas o adoramos, para nós é ainda um amigo. De qualquer modo temos direitos iguais sobre as partes, dado que ele escreveu as letras e eu, a música.

Havia um concerto previsto em Paris…

Havia mesmo cinco datas previstas, mas foram canceladas por Vasco (manager francês) quando soube que Rozz não vinha. É realmente estúpido porque as pessoas teriam vindo aos concertos mesmo assim e também porque Ashes venderia mais. Não há nada de mais, supliquei para que Rozz viesse. Ele é o meu melhor amigo, fiquei chateado pela forma como ele deixou-se influenciar. Não podia tomar em carga todos os problemas psicológicos e materiais. Não sei explicar o quanto gosto dele e o respeito, mas ele agiu como uma criança. Sei que neste momento ele me odeia, mas crescerá, evoluirá e retornará comigo. Espero voltar fazer música com ele, é meu maior desejo. O conheci há muito tempo, no início do Christian Death quando eu era cantor de uma banda chamada Pompei 99 e sempre fazíamos shows juntos, depois disso eles ficaram populares com Only Theatre of Pain. Para mim não é difícil cantar e, com modéstia, escrever, pois eu sempre fui influenciado por Rozz, a quem admiro muito a liberdade de ser ele mesmo, de fazer qualquer coisa e ser indiferente aos outros.

E o contrato com L'nvitation au Suicide?
Terminou. O cara responsável por esse selo nunca pagou-nos nada pelo Ashes que vendeu 20.000 exemplares, nem a parte do adiantamento. Yann Farcy é ligeiramente ultrapassado, tem uma organização insuficiente no seu trabalho. Quebramos o contrato; ele continua frequentemente nos chamando, prometendo dar-nos o dinheiro quem nunca vem. Infelizmente para os nossos fãs franceses, será necessário comprar os nossos discos em importadoras.

Para terminar, quais são os seus projetos de discos?
O K7 Decomposition of Violets (ROIR) acaba de sair, foi registrado quando Rozz estava ainda na banda. Um EP com quatro faixas saiu na Itália, chama-se The Wind Kissed Pictures, e um disco chamado Atrocities sairá em janeiro de 86 nos EUA e na Alemanha.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

the happiest place on earth


A sociedade de consumo consegue tornar permanente a insatisfação.
(Zygmunt Bauman)

mas este não seria o seu maior objetivo?

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

desaforismo


Eu ofereço esse desaforismo a todos os SAQUEADORES da igualdade. Todos os que desejam calar-nos no silêncio da sua autoridade, legítima ou não, in memorian da finada liberdade. Aproveitadores vulgares que vomitam em nome da lei e da ordem, que querem separar o poder do povo no reavivamento da FUNDACIONAL violência (simbólica-estrutual-física). Endereço aos políticos babacas, aos empresários de sucesso, aos avarentos de merda, aos cientistas obedientes e suas instituições caretas, a todos os falastrões com suas falsas armas, aos disputadores de plantão, aos que estão por cima da lei (e os que pensam que estão), etc. O novo não é o fim do velho, assim como a ordem não é o fim da desordem. Seus maiores inimigos, como eu, vivem por uma finalidade e não morrem por falsos princípios.

“O avarento é aquele para quem nada é caro quando se trata de si e tudo é caro quando se trata dos demais!” Adorno, Mínima Moralia, p. 35

por
Gheirart

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Uma temporada no inferno


Escuto-o a fazer da infâmia uma glória, da crueldade um atrativo. Pertenço à raça distante: meus pais eram escandinavos: faziam incisões nas costas, bebiam o sangue. - Farei entalhes por todo o corpo, me tatuarei, quero me tornar assustador como um mongol: vais ver, berrarei pelas ruas. Quero me tornar louco de raiva. Nunca me mostre jóias, vou me arrastar e retorcer no tapete. Minha riqueza, gostaria de manchá-la de sangue por toda parte. Nunca trabalharei... Muitas noites, seu demônio me tomando, rolamos juntos, lutava com ele! Seguido ele me aguarda à noite, bêbado, numa rua ou sob um teto, para me amedrontar mortalmente. - Vão me cortar o pescoço mesmo, que nojo. Oh, os dias em que quer andar com a aura do crime!
Às vezes fala, numa espécie de gíria enternecida, da morte que faz se arrepender, dos infelizes que sem dúvida existem, dos trabalhos penosos, das separações que dilaceram os corações. Nas espeluncas onde nos embriagamos, chorava observando os que estavam em volta, gado de miséria. Levantava os bêbados nas ruas escuras. Tinha a piedade de uma mãe malvada pelos filhinhos. - Ia embora com gentilezas de menina aprendendo o catecismo. - Fingia estar a par de tudo, comércio, arte, medicina. - Eu o seguia, era preciso.
Eu via todo o ambiente no qual, em espírito, se envolvia: roupas, lençóis, móveis: eu lhe dava força, uma outra figura. Via de tudo o que tocava, como se tivesse querido criar cada coisa por ele mesmo. Quando me parecia com o espírito inerte, eu o seguia em ações estranhas e complicadas, longe, boas ou más: estava segura de nunca entrar em seu mundo. Ao lado de seu querido corpo adormecido, quantas horas noturnas de vigília, me perguntando por que ele queria tanto se evadir da realidade.
(...) Como isso te soará engraçado quando eu não estiver aqui, isso por que passaste. Quando não tiveres mais meus braços em volta do pescoço, nem meu peito para nele descansares, nem minha boca fechando-te os olhos. Porque é preciso que eu vá embora, para longe, um dia.

(Arthur Rimbaud)

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Um imenso "vai tomar no cu":

- Quem acha que folha de àrvore é sujeira
- Aos que acham que o progresso é cobrir o chão de concreto
- Aos que fazem testes em animais ou se divertem com o seu sofrimento
- A quem ri do sofrimento alheio
- A quem acha que a riqueza de um país de mede pelo acesso ao consumo
- Aos comedores de carne e gordura hidrogenada
- Aos malandros travestidos de beneloventes
- Aos que não questionam o pão e circo
- Aos empreendedores escravistas
- Aos bandidos engravatados
- Aos direitistas sem argumentos
- Aos promíscuos mascarados de moralistas
- Aos que confiscam conhecimento
- Ao que confundem amor com carência
- A lógica leviana que despresa a poesia
- Aos interesseiros e falsos disfarçados de amigos
- Aos fofoqueiros de sorriso simpático
- Ao piriguismo
- Ao bucetismo
- Ao pintismo
- Ao bundismo
- Aos grunhidos de porcos de mulheres descontroladas
- Ao falsete macho de homens sem personalidade
- As crianças sexualmente precoces
- A todos que não levam a infância a sério
- Aos pais omissos
- Aos padres, babás e educadores pedófilos
- A violência infantil
- A justiça vendida
- Aos olhares cheios de preconceitos e perversidade das cacuras beatas
- Ao costume provinciano de carros com som auto
- Aos fakes
- A cyber/nerd cultura
- A new age cafona
- Aos exibicionistas de redes sociais
- Ao consumismo desenfreado
- Aos que se vestem de marrom ou bege
- Aos que falam alto em lugares públicos
- Aos que ouvem música ruim em coletivos
- Aos que encostam ou cutucam quando falam
- As celebridades instantâneas
- Ao modismo oportunista
- Aos ídolos teens
- As “boys bands” que acreditam que tocam hardcore
- A cultura “balada”
- Aos deslumbrados tardios
- Aos diluídos na vida social
- Aos que nunca sentiram o prazer de colecionar discos (e não mp3)
- Aos apertadores de play que se rotulam DJ’s
- Aos discursos reacionários dos matusaléns do rock´n roll
- Aos alternativos da geração Y que já se acham veteranos
- A cultura do medo
- A imprensa marrom
- Aos pseudocultos carentes de referencias
- A industria fast food
- A industria cultural
- A imbecilidade otimista
- Aos que crêem em livros auto-ajuda e no Evangelho
- Ao histerismo religioso
- A homofobia
- Aos militantes gays, supostos defensores da "diversidade” baseada apenas em sexo e nunca em boas idéias
- Ao feminismo recalcado das mal comidas
- Aos que não entendem a superação de gênero
- Industria farmacêutica e sua corja zumbis dopados
- Fascismo da beleza e do silicone
- Aos gordos acomodados e suados
- Aos hipócritas do terceiro setor
- Aos fundamentalistas
- Aos que desprezam um plano de controle de natalidade
- A industria religiosa do milagre financeiro e físico
- Aos que não praticam a auto-ética, a sócio-ética e a ética planetária
- Aos que carecem de uma visão antropo-ética da vida.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

a lição da semana

É muito fácil enganar um homem de bem, porque muito crê quem nunca mente e muito confia quem nunca trai.

mãe do vício


Stanza

la mia realtà non è piu realtà
sogno sogno sogno di esplosioni di immagini
è un tumulto di rumori
i mostri prendono forma, i mostri prendono forma
si nutrono, si nutrono, si nutrono di me
la mia realtà non è piu realtà
sogno sogno sogno
il male porta strana magia magia
il male porta strana euforia
i mostri prendono forma
la mia realtà non è piu realtà
sogno sogno sogno
il male porta strana magia
e ce l'ha tra le stelle e via
isogni da spezzettare nel tempo

terça-feira, 31 de agosto de 2010

honesto...sangrento...grostesco

O que é louco? O que é um alienado autêntico?

É um homem que preriu ficar louco no sentido socialmente admitido, ao invés de prevaricar contra determinada idéia de honra humana.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

gênio


Ele é o afeto e o presente pois abriu a mansão ao inverno espumante e ao rumor do verão, ele que purificou a bebida e os alimentos, ele que é o charme dos lugares em fuga e a delícia super-humana das estações. Ele é afeto e o futuro, a força e o amor que nós, pisando sobre ódios e tédios, vemos passar num céu de tempestades e bandeiras de êxtase. Ele é o amor, na perfeita medida reinventada, razão maravilhosa e imprevisível, e a eternidade: adorável máquina de qualidades fatais. Sentimos o terror de sua concessão e da nossa: ó prazer de nossa saúde, élan de nossos sentidos, afeto egoísta e paixão por ele, ele que nos ama em sua vida infinita... E nós o invocamos e ele viaja... E se a Adoração se vai, soa, sua promessa ressoa: "Para trás essas superstições, esses corpos antigos, esses casais e idades. Esta é uma época que naufragou!" Ele não irá mais embora, nem de novo descerá de nenhum céu, e nem completará a redenção das raivas femininas e das alegrias dos homens e de todo este pecado: porque está feito, ele estando, estando amado. Ó seus suspiros, suas cabeças, suas corridas; a terrível velocidade da perfeição das formas e da ação. Ó fecundidade do espírito e a imensidão do universo! Seu corpo! A liberação sonhada, a explosão da graça invadida por uma nova violência! sua visão, sua visão! Todo velho ajoelhar e as penas se absolvem à sua passagem. Seu dia! a abolição de todos sofrimentos sonoros e móveis de uma música mais intensa. Seu passo! as migrações mais vastas que as antigas invasões. Ó ele e nós! o orgulho mais bondoso que as caridades perdidas. Ó mundo! cristalina canção de novas sinas. Ele nos conheceu a todos e todos amou. Saibamos, nesta noite de inverno, de cabo a cabo, do polo turbulento ao castelo, da multidão à praia, de olhar a olhar, força e afetos lassos, chamá-lo, e vê-lo, e mandá-lo embora, e sob as marés e de cima dos desertos de neve, seguir suas visões, seu sopro, seu corpo, seu dia.

Arthur Rimbaud

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

deathwish


A luta de quem eu poderia ser
Ou daquilo que poderia ter sido
Às vezes sinto um vento gelado fitando o meu peito
Ele me convida a canto escuro de uma sala
Por que eles lutam freneticamente?
Será que sou um anjo curioso que saiu aqui por acaso?
Quantas lágrimas me vieram e
Recorri à escuridão esperando o afago do útero
Muitas vezes desprezei o olhar triste da mãe
Com medo de ser meu verdadeiro espelho
“Oh filho desculpe pelo mal presente”
Aglutinei no amor as minhas verdadeiras forças.
As palavras são os sumo do fruto proibido
Um arsenal sonorizado que tenta vencer o que mais tememos
A insistência que nos deixam vivo e mais pura prova que o desejo de morte é sedutor, como o cordão umbilical em forma de forca.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

desconhecido.


Oh, oh, I can look at strangers and I can re-arrange them.
Reflection cast right back at us.
Can we still put our faith in saviors?
No semi-mental journey.

Oh, I can be the stranger and I will recreate my mind.
So I'll find those that play there but I can't trust half of my playthings, no
The stranger.

Broken mirror, seven years.
Well, that’s some kind of luck.
Shall I put my trust in strangers?
Their shattered dreams fall into dust.
I can't recall just what I'm after.
Can't recall just what we're after, no.

Oh, I can be the stranger and I will sink into those eyes.
Yes, I will be the stranger, get back all that I’ve searched for.
The stranger.
The stranger.

Broken mirror, seven years.
Well, that’s some kind of luck.
That’s some kind of luck, that’s some kind of luck.
That’s some kind of luck, that’s some kind of luck.
That’s some kind of luck, that’s some kind of luck.
That’s some kind of luck, that’s some kind of luck.

I thought you were my friend, but you are
The stranger.
1334

where is the sun?


Alguém que vi de passagem
Numa cidade estrangeira
Lembrou os sonhos que eu tinha
E esqueci sobre a mesa
Como uma pêra se esquece
Dormindo numa fruteira
Como adormece o rio
Sonhando na carne da pêra
O sol na sombra se esquece
Dormindo numa cadeira

Alguém sorriu de passagem
Numa cidade estrangeira
Lembrou o riso que eu tinha
E esqueci entre os dentes
Como uma pêra se esquece
Sonhando numa fruteira


(Milton Nascimento/Ronaldo Bastos)

domingo, 4 de julho de 2010

Zero Le Crechê


Jamie Lord (vocal/guitarra), Andy Mitchell (guitarra), Terry Miles (baixo) e Richard Olley (bateria) faziam um sublime e emocional dark pop. A música “Last Years Wife”, presente em diversas coletâneas tinha em refrão pegajoso, um hit em potencial, mas que por ironia do destino não vingou sucesso nas paradas independentes. De qualquer maneira é um clássico e uma das prediletas de quem é apaixonado trevosidades do início dos 80...

Discografia:
- “Last Years Wife”/”The Women Say” (7” - Flicknife Records, 1984)
- “Falling”/”Beyond Westworld” (7” - Cherry Records, 1985– em sua versão 12” há mais uma música; “Terminal Tracks”)
- Last Year’s Wife - The Collection (CD - Cherry Records, 2008)









Into the light
Into the day,
We push and fall and we all sing and pray,
Out in the garden
I catch your eye,
Out on the edge there,
Oh we can fly.

Sometimes our anger will tear us apart,
fever that grips us is breaking our heart.

All is the same and I sing your praise,
no room for me love it's just a phase,
youth will fade and you will be gone,
a young mans beauty won't last for long.

Sometimes our anger will tear us apart,
fever that grips us is breaking our heart.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

That's Entertainment


Um carro de policia com uma sirene barulhenta
Uma britadeira pneumática rasgando o concreto
Um bebê chorando e o uivo de um vira-lata
O barulho dos freios e as lâmpadas de um poste piscando

Isso é entretenimento

O vidro sendo esmagado e as passadas de uma bota
Um trem elétrico e a destruição de uma cabine telefônica
Os muros pichados e o choro de um gato
Um blackout e bolas sendo chutadas

Isso é entretenimento

Dias rápidos e as segundas feiras lentas
O mijo descendo com a chuva e as quartas feiras tristes
Assistir ás noticias e não tomar seu chá
Um apartamento frio e a umidade das paredes

Isso é entretenimento

Acorda às seis da manha em uma manha fria
Abrir a janela e respira poluição
Uma banda amadora ensaiando num terreno próximo
Assistir a televisão pensando nos seus feriados

Isso é entretenimento

Acorda de um pesadelo e fumar uns cigarros
Acariciar uma garota e sentir seu perfume amanhecido
Dias quentes de verão e o asfalto preto grudento
Alimentar patos no parque e deseja esta longe da li

Isso e entretenimento

Dois amantes se beijam perto da meia-noite
Dois amantes perdendo a tranquilidade da solidão
Pegar um táxi e viajar de ônibus
Ler os grafites sobre negócios escrito nas cadeiras

Isso e entretenimento.

(The Jam)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

do "Livro do Desassossego" (Fernando Pessoa)


E assim sou, fútil e sensível, capaz de impulsos violentos e absorventes, maus e bons, nobres e vis, mas nunca de um sentimento que subsista, nunca de uma emoção que continue, e entre para a substância da alma. Tudo em mim é a tendência para ser a seguir outra coisa; uma impaciência da alma consigo mesma, como com uma criança inoportuna; um desassossego sempre crescente e sempre igual. Tudo me interessa e nada me prende. Atendo a tudo sonhando sempre; fixo os mínimos gestos faciais de com quem falo, recolho as entoações milimétricas dos seus dizeres expressos; mas ao ouvi-lo, não o escuto, estou pensando noutra coisa, e o que menos colhi da conversa foi a noção do que nela se disse, da minha parte ou da parte de com quem falei. Assim, muitas vezes, repito a alguém o que já lhe repeti, pergunto-lhe de novo aquilo a que ele já me respondeu; mas posso descrever, em quatro palavras fotográficas, o semblante muscular com que ele disse o que me não lembra, ou a inclinação de ouvir com os olhos com que recebeu a narrativa que me não recordava ter-lhe feito. Sou dois, e ambos têm a distância – irmãos siameses que não estão pegados.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

SSSP


Em São Paulo, você não sabe se desvia de buracos ou de pessoas.
Nestas calçadas relicham vozes, cambaleios...Cantos que coagulam vestígios...
Papeis e bugigangas estendidas como tapetes, são meras provocações (eles querem de te roubar ou te vender?).
Comunicações móveis em coletivos te expõem involuntariamente em histórias paralelas que não te interessam. Terá um dia uma empresa que venda privacidade? Somos uma platéia enfileirada, seja onde for...Uma tosse feia que ecoa em outros pulmões, uma música de mau gosto denuncia os carentes deslumbrados pela cidade...
Lapso concreto das marchas solitárias...arrastadas das cores caqui e dos obesos conformados.
Olhos do céu se fechando...Uma lua que ainda grita, o diabo caolho...Escuridão dos sentidos...Um corpo empacotado, uma história pro dia seguinte...
Um “deus te abençoe” é um desejo de azar das infelizes e o pretexto ridículo dos que acham que prosperam.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Ian Curtis died 30 years ago today...


Exercício Um
Quando você é um estranho em seu quarto
logo, talvez se afogando
seria o início de tudo?
você liga sua TV
abaixa o volume de seu fone de ouvido
dá as costas a isso tudo
isso tudo está ficando demais
quando você está olhando a vida
decifrando cicatrizes
grupo tenso, todos aqueles
que se sentam imóveis em seus carros
as luzes parecem intensas
quando você alcança o lado de fora
hora de um último passeio
antes do fim de tudo

sexta-feira, 14 de maio de 2010

a tua ferida, onde está?


Pergunto onde fica,
em que lugar se oculta a ferida secreta
para onde foge todo o homem
à procura de refúgio
se lhe tocam no orgulho, se lho ferem?

Esta ferida
— que fica assim transformada em foro íntimo —
é que ele vai dilatar, vai preencher.

Sabe encontrá-la, todo o homem,
ao ponto de ele próprio ser a ferida,
uma espécie de secreto
e doloroso coração.

Se observarmos o homem ou a mulher
que passam com olhar rápido e voraz
— e também o cão, o pássaro, uma panela —
a velocidade do olhar é que nos mostra,
ela própria e com rigor máximo,
que ambos são a ferida
onde se escondem mal sentem o perigo.

O quê?
Já lá estão, já os conquistou
— deu-lhes a sua forma —
e para ela a solidão:
lá estão inteiros no retesar de ombros
em que passam a concentrar-se,
com toda a vida a confluir na ruga maldosa da boca,
e contra a qual nada podem nem querem,
pois dela é que sabem esta solidão absoluta,
incomunicável — este castelo da alma —
para serem a própria solidão.

È visível no funâmbulo que refiro,
no olhar triste
que deve reportar-se às imagens de uma infância miserável,
inesquecível,
em que ele teve consciência
de ser abandonado.

(...)

(Jean Genet)

Happy Birthday Wolf Child


por questões de bom gosto, prefiro postar fotos antigas...yeah.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

a última vida


Eu vi nuvens baixas onde o câncer da pobreza se enraizava nos vales
Montanhas antes cobertas de relvas frescas, agora dão lugar ao tapete da miséria.
Desejei que houvesse o espírito, mas lhes de deram objetos.
A apatia do consumo disfaçada de um amarga esperança...
Mosaicos vulgares que dilaceram a paisagem
Agradeço meus olhos, minhas caminhadas quando mais jovem.
Atento aos detalhes, ao ar fresco daqueles invernos que mais parecem quadros em minha memória.
A vida é uma morte efêmera, como um gozo em troca de moeda.
Onde entulho e sentimentos formam uma única massa de excremento.
Desejei que houvesse espírito...

sábado, 1 de maio de 2010

meu Universo

Gotas afobadas, sorrisos com cãibras da supernova
Peles vazias, olhos que tapeiam cada relincho
Celebrações e dias que somam estas castas horas cotidianas...
Do que me adiantam as emoções do que eu poderia ter sido?

sexta-feira, 30 de abril de 2010

quem não se posciona

Duvidar de tudo ou crer em tudo são duas soluções igualmente cômodas, que no dispensam, ambas, de refletir.
(Henri Poincaré)

terça-feira, 20 de abril de 2010

fuck you fatman!!

sempre assim

O homem gordo não pode ver
O que está acontecendo
Porque ele não é eu
O homem gordo toma
O que não é dele
Ele enfraquece você e eu
Prazer da sua vida
Dinheiro .... vida
Teu dinheiro é a vida dele
O homem gordo um homem infeliz
E todos amigos dele
São homens gordos também


(Southern Death Cult)

segunda-feira, 29 de março de 2010

um tiro na fuça

sabe aquele que está nas suas costas?

"Não tenham medo em seus corações de coisas como elefantes selvagens. Porém, o que devem temer são as más companhias! Um elefante selvagem destrói apenas o corpo da pessoa; ele não pode destruir seu coração. No entanto, a má companhia destrói ambos. Se você for morto por um elefante selvagem, não cairá em nenhum dos três maus caminhos (inferno, fome e animalidade). Mas se as más companhias o levarem a morte, você certamente cairá em um dos três!" - Sidarta Gautama (Sakiamuni ou Buda)

terça-feira, 23 de março de 2010

lamento de fim de tarde


"Escrevia silêncios, noites, anotava o inexprimível.
Fixava vertigens.
Criei todas as festas, todos os triunfos, todos os dramas.
Tentei inventar novas flores, novos astros, novas carnes, novos idiomas."


Text: Arthur Rimbaud
Collage: me

sexta-feira, 12 de março de 2010

R.I.P Glauco

Um dos grandes cartunistas “alternativos” dos anos 80 de SP e seu filho tiveram as vidas ceifadas em Osasco. Uma pena. Contra quem tem talento artístico, esse tipo de crime me comove...

"Pelo humor é possível falar sobre coisas sérias, como a condição humanam a miséria, o medo, a prisão. É algo seríssimo"

aquele que se esconde


O dandi parece adormecido no meio de restos da cidade. Seus passos solitários tem o peso das vozes e imagens fúteis que cercam. Ele nunca será um soldado derrotado, mesmo com os olhos serrados, sabe distinguir o seu silencio precioso daquelas que gritam em vão e ainda santificam de forma vulgar a fatalidade do nascimento. Seus sonhos elevados por fumaças são portais do limite das percepções. Como a multidão criada em laboratório lhe causa pânico e risos... A mentira do mundo se estabeleceu como lei da deformidade. Não existem palavras que possam abraçar o todo, apenas o que está em nosso alcance. Ele se lamentou por aqueles que se vêem ainda empolgados pelas sensação da carne, que vivem com medo de não apanharem objetos além de bom prato que alimente a alma. Ele rezou durante a infância para seu deuses particulares, pediu que não fosse acordado por barulhos e motores ou relinchos de gente medíocre. Não caístes em ilusões arrogantes, construindo seu próprio berço de horror e conforto. No amor ele ainda crê, pois está suspenso como um pendulo feito de seda ou fio de teia de aranha. Mas não o irritai por pouco, pois ele acredita que a morte e a destruição ainda é pouco para quem o desrespeita. É a fatal inspiração da renovação como banquete de abutres....Um corpo meio infantil, quase intocado, lágrimas de orvalho que provam que a beleza é a simplicidade.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

receita


Open the door
And leave behind the memories
This is for sure
Some things just had to be
And if you return
Then the sun will shine again
But I don't expect
That anything will ever be the same

Take something bad...and make it into something good. Take all you had...
just like the way I knew you would

And there is no time
And there is nowhere left to go
You give me a sign
A little thing that I should know
I read it in books
And I turned the page again
You got the looks
But nothing else will be the same

Take something bad...and make it into something good. Take all you had...
just like the way I knew you would

Take something bad...and make it into something good. Take all you had...
just like the way I knew you would

Take something bad...and make it into something good. Take all you had...
just like the way I knew you would

(Paul Haig - "Something Good")

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Rozz Williams - The Lost Recordings


"I've always been a great believer in provoking a reaction. I would rather make a record that is loathed by ten people than one which is ignored by everyone; I'd rather play a show which the audience walks out of en masse, than one they just stand around and talk through."
(Rozz Williams)



Introduction

Rozz Williams was the internationally renowned vocalist of legendary deathrock bands Christian Death and Shadow Project.
His name is synonymous with the gothic rock scene. Christian Death's debut album Only Theatre of Pain gave birth to deathrock in America and continuesto influence bands today, while Shadow Project's Dreams for the Dying album was described by one critic as the most evil record ever recorded.

Although Christian Death and Shadow Project helped build Rozz a large and dedicated fanbase, he himself did not want to be restricted either to the gothic genre or to standard musical structures in general. In fact two years after forming Christian Death in 1979 at the tender age of sixteen,and well before he had even entered a studio,
Rozz was already working with performance artist Ron Athey on his first experimental recordingsand been banned by local clubs for terrorising audiences . Raw to the extreme, these recordings and many that followedwould never be released in his lifetime or indeed even in the years since his untimely death on 1st April 1998.

The story behind the forthcoming releases:

I'd like to introduce myself as I am behind the forthcoming series to restore and release Rozz's old lost 'experimental' recordings.
At the end of last year, Ryan Gaumer, whom I had met in Paris in the Spring of 2007 at an exhibition of his artworks, contacted me and offered to sell me his share of Rozz's original, unreleased Premature Ejaculation cassettes. He knew that not only was I a very keen collector, but that I am a major contributer of material to the official Rozz site, Rozznet, and also a moderator on the premier Rozz forum 'The Land of Rozz'. As such, he believed that I would not only treasure these valued cassettes, but also be in a position to make the music available for all other fans to hear.
While making initial investigations, a further eight original cassettes have also been located and are now with Ron Marrs, the Rozznet webmaster.
Like Ryan, Ron has confirmed that he is more than happy for those recordings to be included in the project.I have also contacted Chuck regarding my plans and he has given me his full support for the project, and permission to include those particular HPOE releases that featured Rozz. The remaining titles are sourced from copies made by my good friend Andreas Hofmann from Rozz's original tapes. Those original tapes have not been located.
A lot of the PE and Heltir material has not been released before. I know that there have been attempts in the past to release some of this rare material though Malaise Media and Malaise Music but without success. I realise that it is impossible to please everybody, but my intentions on this are real and sincere. I like the idea of calling this Rozz Williams - The Lost Recordings, and it will just feature Rozz's 'experimental' projects.
It is a fan project with the purpose of making a professional quality product of Rozz's long lost PE and Heltir tapes for those who have always wanted to hear them.
There will not be any real mass promotion and of course all material that has been sold commercially will not be included in the project.
The material is to be remastered with each cd professional pressed.
The original cassette sleeves (where they exist) will be modified to fit standard jewel cd cases and each will be professionally printed.
We are sourcing all material from Rozz's original cassettes, where available, otherwise using first generation copies.
My sole intention is to make available this long lost material to those who want to hear it. Being such a fan and collector, I can assure you that there
is a great attention to detail in the remastering and restoring processes, and I feel very happy to help make these historic lost recordings available for fans to hear.
We'll keep you updated and we'll share some of the artwork and sounds when they are ready. best wishes.

(John Collins)

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These are the scheduled release dates

January 2010
Premature Ejaculation - (Part 1) (double cd) 1981
Premature Ejaculation - (Part 2) (double cd) 1981

February 2010
A Little Hard to Swallow (double cd) 1982

March 2010
Living Monstrosities/Descent 1985
Body of a Crow/Terror in the Sleep 1986

April 2010
Dead Horse Riddles (double cd)

May 2010
Rise (double cd)
6 1986

June 2010
Premature Ejaculation - (Part 3) (double cd)
Attempts at 7 (For the Sick)

July 2010
The Wound of Exit (Rough Mixes)
Underpass (17) (double cd) 1986

August 2010
Live at the Graduate (double cd) 1987
Live at the Krypt 1987

September 2010
Night Sweats (Warning) (double cd) 1987

October 2010
Death Cultures 1987
Death Cultures II / III (double cd) 1988

November 2010
Assertive Discipline (Mix 2)/Re-Assertive Discipline (double cd) 1988
Blood Told in Spine 1988

December 2010
lI Banchetto dei Cancri/VC-706 1989
69 Rituals 1989

January 2011
Not the Real Criminal DVD 1989

February 2011
Is Truth a Crime? DVD 1989

March 2011
Pulse DVD/CD 1989

April 2011
Ogunn 1986-1990
Environments 1990

May 2011
Tod und Sieg 1995
Dead in Toronto 1995

June 2011
Premature Ejaculation - (Part 4)
Compilation cd of rare tracks

domingo, 7 de fevereiro de 2010

charles chaplin


Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é...Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é... Saber viver!!!

witches


um dia eu entendo.

sábado, 30 de janeiro de 2010

assim ?

O poeta faz-se vidente através de um longo, imenso e sensato desregramento de todos os sentidos.

(Arthur Rimbaud)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

....................ocean rain


Tudo ao mar outra vez
E agora os meus furacões
Fizeram desabar essa chuva oceânica
Para, novamente, me banhar.

O meu navio está a navegar
Você pode ouvir seu tenro casco
Gritando sob as ondas
Gritando sob as ondas

Todas as mãos no convés ao crepúsculo
Navegando em direção a portos mais tristes
O seu porto em minhas tempestades pesadas
Abriga os meus mais sombrios pensamentos

Estou ao mar outra vez
E agora os seus furacões
Fizeram desabar essa chuva oceânica
Para, novamente, me banhar.

Meu navio está a navegar
Você pode ouvir seu tenro casco
Gritando sob as ondas
Gritando sob as ondas
Gritando sob as ondas...


(Ian McCulloch)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

strange angels

Eu admiro muito mais aqueles que superaram o próprio gênero! Não pronuncio isso como apologia aos moldes vulgares do trans-bi-homossexualismo, porque desejo refletir algo infinitamente maior e mais complexo – penso em homens e mulheres híbridos, distantes do sentimento de orgulho do sexo ou de fazer dele a sua ideologia; adversos aos modelos prontos de sexualidade e que transitam pelo mundo, verdadeiramente, livres e sem fazer julgamentos. Sensíveis e seguros com os próprios sentimentos, neutralizam a sexualidade na sua condição de prazer e como "fragmento" da vida social.
Esses seres evoluídos dos quais eu falo, são capazes até mesmo de ingorar os tantos equívocos e os fuxicos sobre a vida alheia (que alimenta toda a alma ordinária) que esses modelos geram.
Talvez, na sua obviedade e baixeza, o homem comum desperdiça o seu reles tempo imaginando o que os outros são e fazem na intimidade ou mesmo supondo que muitos desejam ser como ele e não alcançam por ausência de talento (na maioria dos casos, têm lá as suas confirmações, porque os estereótipos nos dão tantas respostas!); mas é incapaz de conviver com a complexidade e com a total indiferença de alguém que deseja ser melhor, dia após dia.


(Gheirart)