sábado, 30 de janeiro de 2010

assim ?

O poeta faz-se vidente através de um longo, imenso e sensato desregramento de todos os sentidos.

(Arthur Rimbaud)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

....................ocean rain


Tudo ao mar outra vez
E agora os meus furacões
Fizeram desabar essa chuva oceânica
Para, novamente, me banhar.

O meu navio está a navegar
Você pode ouvir seu tenro casco
Gritando sob as ondas
Gritando sob as ondas

Todas as mãos no convés ao crepúsculo
Navegando em direção a portos mais tristes
O seu porto em minhas tempestades pesadas
Abriga os meus mais sombrios pensamentos

Estou ao mar outra vez
E agora os seus furacões
Fizeram desabar essa chuva oceânica
Para, novamente, me banhar.

Meu navio está a navegar
Você pode ouvir seu tenro casco
Gritando sob as ondas
Gritando sob as ondas
Gritando sob as ondas...


(Ian McCulloch)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

strange angels

Eu admiro muito mais aqueles que superaram o próprio gênero! Não pronuncio isso como apologia aos moldes vulgares do trans-bi-homossexualismo, porque desejo refletir algo infinitamente maior e mais complexo – penso em homens e mulheres híbridos, distantes do sentimento de orgulho do sexo ou de fazer dele a sua ideologia; adversos aos modelos prontos de sexualidade e que transitam pelo mundo, verdadeiramente, livres e sem fazer julgamentos. Sensíveis e seguros com os próprios sentimentos, neutralizam a sexualidade na sua condição de prazer e como "fragmento" da vida social.
Esses seres evoluídos dos quais eu falo, são capazes até mesmo de ingorar os tantos equívocos e os fuxicos sobre a vida alheia (que alimenta toda a alma ordinária) que esses modelos geram.
Talvez, na sua obviedade e baixeza, o homem comum desperdiça o seu reles tempo imaginando o que os outros são e fazem na intimidade ou mesmo supondo que muitos desejam ser como ele e não alcançam por ausência de talento (na maioria dos casos, têm lá as suas confirmações, porque os estereótipos nos dão tantas respostas!); mas é incapaz de conviver com a complexidade e com a total indiferença de alguém que deseja ser melhor, dia após dia.


(Gheirart)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

o todo sonoro


A música para mim é mais que um alimento da alma. É por onde eternizo minha presença ou ausência mesmo em lembranças alheiras.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

dia de fúria

Há dias que simplesmente você quer se isolar e desejar que poderia ter um terremoto global. Não nasci com a obrigação de ser benevolente com a humanidade. Foda-se.
(mentiroso aquele que fala que não há motivos para irritações; há diversos, que parecem abstratos)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

prece da desistência

Ele acordava como se estivesse tido apenas um piscar rápido. O dia exaustivo, tantas palavras jogadas fora. Imagens vulgares e sem sentido. O útero lembra a noite, por isso repousava de olhos abertos, tentando desenhar nas paredes ásperas algumas imagens ou palavras novas como fazia na infância. Evocar personagens que ele sempre quis ter como companhia. Sabia de outros tempos que toda alegria de fato é muito triste, pois deixa marcas de profundas de caricias abstratas. Dormir era um fato estranho, uma calma plena quase blasfêmica pois não conseguiria entender como tantos tem um privilegio penoso de gozar de uma escuridão profunda quando jogados subitamente aos braços da morte. Um quarto um reduto, um bunker de imaginações complexas, cúmplice de pecados, segredos eternos. A raiva de si, de uma condição amarga causada por erros empoeiradas ao nada. Como era estranho sentir liberdade em quatro paredes. Mas era um conforto, pois olhar os seus rabiscos era como reafirmar sua própria fidelidade. Era criar a partir de si seu melhor companheiro - que estaria ali representando seu vazio, a feiúra cativa e fielmente amada. Uma voz que acompanha há anos, parecia inofensiva, parecia ser uma ferida invisível sob a pele. Era um câncer de mágoas, doenças suspensas em sua real incapacidade continuar - aqui são as marcas do carrasco se transformando em vítima (pus em sua garganta). O eterno descanso se aproxima, feche a porta e peça para que ele nunca mais volte.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

barulho

Da nova jovem safra de artistas plásticos que prometem em 2010.
De Abel Duarte de apenas 17 anos: vitrola é um nome bom

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

amo você


Nosso verão
Virá outra vez
Nosso verão
Derreterá o gelo outra vez


(All About Eve - Our Summer)