terça-feira, 31 de janeiro de 2012

The Cult - "Lucifer" (single)


Hoje saiu o novo single do The Cult, intitulado "Lucifer" que precede o lançamento do álbum Choice of Weapon previsto para sair em 22 de maio. O peso continua, nos moldes do álbum anterior, Born Into This (2007) e das "capsulas" lançadas ano passado. "Lucifer" apresenta um rock honesto sem firulas. Porém, os conceitos são mais sérios - os ares místicos revelam que suas inspirações vão desde os acontecimentos que abalam o Oriente Médio à retomada da persona shamanica de Mr. Astbury que evoca em suas letras estes tempos obscuros, mas estimulantes ao levante cultural espetacular que assistimos por ai. A capa de Choice of Weapon é uma prova de toda esta temática.


Me agradou...e o mais legal que esta a amostra pode ser baixada gratuitamente no

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Uma terrinha do caralho

Eu não quero parecer bairrista, mas de que maneira foram educados alguns cariocas? De onde vem este espírito carniceiro que se aproveita até da desgraça alheia? Não digo que a malandragem seja um “dom” exclusivamente fluminense, no entanto é fato aquele povo ajudou a disseminar essa esperteza à boa parte da população do Brasil, que vê ainda no Rio de Janeiro uma fonte de inspiração “glamuroza” dos piores vícios (que gringo chama de “exótico” ou “conduta primitiva”). A prova mais simples disso tudo está na assustadora realidade das periferias dos quatros cantos deste país ter adotado o funk como "hino" subversivo das classes menos favorecidas que encontram na violência e no sexo uma forma de abstração e transgressão ao estado de abandono que se encontram. Ali no Rio, o patife é levado a sério, faz parte da cultura, faz escola (de samba), santifica o jogo do bicho e enche a bola de prostitutas com seus anseios de sub-celebridades...Enfim, a lista é grande, maior até mesmo que a carreira de cocaína consumida pelos seus emergentes caricatos, dignos de pena, pois ilustram de forma muito exata a aristocracia em processo de decadência; uma metáfora viva que representa o caminho que a terra carioca tem a seguir. Diante deste “dons culturais” já enraizados, é de se lamentar como a coisa é forte, cria tentáculos de corrupção, desmembra a sociedade e desemboca em tragédias como a da semana passada. A coisa não ganhou maiores proporções por forças políticas que querem preservar (na real; e mal) o caráter funcional daquele balneário tão judiado por pessoas de baixa categoria. A Globo, por exemplo “faix queixtão” de abafar as atitudes de fim de feira...Vimos há quase um após as chuvas torrenciais na região serrana, gente que deveria salvar vidas furtando objetos pessoais de defuntos que mal esfriaram...Sim, tinha gente da mesma Corporação Policial que fez aquela grave toda se auto afirmando heróis injustiçados. Ora, se o cara zela por uma corporação, deveria saber que o todo é feito por partes, e se ele está ali apenas para receber seu misero salário nada justifica por para fora seu lado podre, como se fosse vítima de um Estado que não atende suas necessidades básicas. O oportunismo também é o responsável por fazer aflorar em si seu lado carniceiro, em que a morte serve como uma oportunidade suja se apossar daquilo que não é seu? Eu não me surpreendo mais, pois está difícil também identificar o que são UPP’s e o que são milícias que fomentam seus conchavos entre políticos e traficantes...Veja, a policia (sim a mesma que tantos santificam e que prende aquele que a xinga filha da puta, não Rita Lee?) tem como um dos seus orgulhos o Corpo de Bombeiro, aliás é tida como a profissão mais honesta e heróica segundo algumas pesquisas. Esta semana nós tivemos três prédios do centro do Rio vindo a baixo...Comovente, mas gravíssimo já que com o passar dos dias estamos, é confirmada que o tal jeitinho brasileiro de se fazer um puxadinho e costurices no cafofo, somado a conivência dos órgãos responsáveis pela fiscalização, foram as causas do terrível acidente...Ainda assim, o que me enojou mais foi ver que as aves de rapina subordinadas dos tais poderes públicos (ou paralelos?) mais uma vez em ação: voltaram a fazer um arrastão no local, transformando os escombros um verdadeiro garimpo de pertences das vítimas (sem contar o erro gravíssimo de terem levado um defunto no meio do entulho para um deposito da prefeitura, quilômetros dali). Há quem acredite piamente que achado não roubado ou que roubar de morto não “é um pecado tão grave”. E a novela no estilo horror se repete... Se isso é feito contra está morto, quem dirá quem está vivo e vendo isso envergonhado, indignado. Saques, atitudes bárbaras é a essência de alguns brasileiros que desaprenderam a ser cidadãos pela imposição do sistema de consumo violento que ínsita de forma estarrecedora sua face egoísta e promiscua...Na terra do vale tudo (sem querer fazer alusão aos bombados da nova classe mérdia daqui e acolá), o Rio de Janeiro agora se torna emblemático...Seja na urgência ineficaz de curar a cicatriz de suas favelas quanto o deslumbre quase messiânico do Pré-Sal...Mas isso é muito chato de se matutar, não é? Deixa o carnaval passar – é tudo fácil quando tudo acaba em samba, pois é da malandragem e do “do ta ruim, mas ta bom” que o brasileiro tenta regurgitar a sua melancólica complacência que ele insiste em chamar de alegria. O Cristo redentor é a cruz de um túmulo enorme abençoado por “Deus”, um sujeito que com certeza não é brasileiro e é uma parte alheia de uma terra que já deve ter sido maravilhosa.

sábado, 28 de janeiro de 2012

recolhimento obrigatório

Esta dose abençoada de inverno paulistano em pleno verão me fazer ter mais certeza que a vida social não é para mim, pois ela acarreta desperdício de energia, falso contentamento e diálogos dignos de vergonha alheia. Hibernação compulsória é a palavra de ordem.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A ressaca gótica e pouco inspirada das coleções de inverno 2012 do SPFW

Criadores na SPFW não trazem novas imagens para moda

Vivian Whiteman
Colaboração para a Folha

Na edição mais fraca da São Paulo Fashion Week nos últimos anos, as novas (ou, ao menos, vibrantes) imagens de moda foram raridade.
E quando os criadores deixam de oferecer novas histórias para inspirar a roupa nossa de cada dia, o que sobra é uma lista de tendências parecida com a de compras feita para o supermercado.
No seu armário existem peças transparentes, couro, dourados, veludo e tecidos metalizados? Então talvez você nem precise encher o carrinho para entrar na onda do inverno 2012.
Talvez falte uma peça de couro em vermelho. O tom mais "sangue vivo" dessa cor apareceu no desfile da Ellus, especialmente no couro.
De repente, você pode ter vontade de voltar a usar o "veludo molhado", aquele bem molenga e com brilho, sucesso nos anos 90. O tecido foi o campeão de presença nos desfiles.
Gosta de vampiros, bruxas, e monstros das trevas? Pois essa foi uma das poucas imagens de inspiração propostas pelos estilistas da SPFW. Sabe a Natasha da novela "Vamp"? O Edward de "Crepúsculo"? Então. Os figurinos do filme "Drácula de Bram Stoker" também vão ajudar você a entender essa estética.
Analistas políticos e pesquisadores de comportamento dizem que o mundo está num impasse.
Entre atos violentos, protestos vazios e utopias de butique, as pessoas parecem mesmo presas num limbo infernal sugador de energia vital. E isso se refletiu nas coleções dos criadores mais dispostos a se conectar com as questões de seu tempo.
A paranoia do "vender mais a qualquer custo" talvez tenha a ver com a fase sem vigor da moda (não só no Brasil). Assim como na vida fora das passarelas, o "ganhar mais a qualquer custo" tem levado muitas almas ao caminho triste da depressão e do esgotamento.
Especialmente quando a defesa do dinheiro acima de todas as coisas tem de ser disfarçada sob ideais furados e justificativas capengas.
Vários grandes criadores, do glamouroso Alber Elbaz, da Lanvin, ao rebelde Alexander McQueen, antes do suicídio, já falaram sobre como as pressões extremas do mercado afetaram negativamente seus trabalhos.


FRIO N'ALMA

Até a exposição armada pelo evento no térreo da Bienal era de dar calafrios. Em andaimes, roupas de estilistas da semana de moda dividiam espaço com telões exibindo filmes nos quais eles falavam de seus processos criativos.

Embaixo deles, pilhas de carvão. No ar, uma névoa artificial e paredes pretas. Entre os andaimes no local, fotos soturnas e, entre elas, imagens de pessoas pintadas de demônios, gente boiando em rios, figurações da morte. De arrepiar.

Na passarela, as representações dessa era sinistra apareceram em poucas coleções.

Da religião destituída de seus dogmas e transformada em cultura de rua (Alexandre Herchcovitch masculino e Reinaldo Lourenço) ao tormento depressivo (João Pimenta), a Folha elenca as cinco imagens de moda mais fortes da temporada.

São cinco personagens (veja no quadro ao lado), cinco tipos que ajudam o público a entender a inspiração dos estilistas e pensar sobre elas. E o resto? O resto são roupas, bonitas ou não, que vão estar (muitas delas, aliás, já estão) nas vitrines.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Uma sopa de hipocrisia...


Só pra lembrar que, assim como o Megaupload, outros sites de compartilhamento e download estão deletando os arquivos suspeitos e ilegais com medo de sofrerem a mesma represaria....Eu tenho uns posts de download com arquivos hospedados no 4shared (que pertence ao Google). Então, corram enquanto há tempo...Há ainda muito alarde, sendo que o projeto ainda nem foi votado, porém tem gente já de olho no bolso caso sejam condenados. Esta história ainda vai longe. Acredito que logo mais uma tecnologia mais atraente vai surgir pra burlar isso, afinal os desafios sempre foram os combustíveis para os atos subversivos dos hackers.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Ouvidos chamuscados para 2012

O ano de 2011 se foi e alguns relançamentos passaram quase batidos. Porém, é bom lembrar que para este ano teremos mais "novidades". Antes de mais nada (há muito ia comentar isso por aqui), como muitos, fiquei bastante decepcionado com a volta do Danse Society. Na verdade era de se esperar um desastre, como já vem acontecendo há algum tempo com as bandas da fase áurea do "goth punk", que de forma mercenária e vulgar tentam em agradar os neófitos deathrockers sem referência (isso me lembra aqueles circos do interior que anunciam uma atração falsa para alegria de gente carente de cultura)...Se eu fosse destas bandas, ficaria bem quietinho no meu canto e honraria o meu passado...No caso do Danse Society a coisa extrapolou a breguice - o baixista Paul Nash (o único remanescente da formação original) foi o mentor desta palhaçada toda. Ele recrutou uma perigótica para os vocais, bebeu da fonte "metal gótica" e manchou a discografia da banda com Change Of Skin, álbum lançado no semestre passado e que deve de qualquer modo ser evitado...Uma prova disso está no clipe promocional do single "Revelation", que pode ser descrito como "no mínimo constrangedor". Eu cheguei a postar diversas frases indignadas no Youtube até ser bloqueado (Paul Nash perdeu a noção e virou um convicto ignorante)...Sei que os outros membros que não participam desta desastrosa investida devem pensar o mesmo que eu. No entanto, para compensar a carga de críticas negativas (talvez para acalmar os ânimos mais exaltados dos fãs mais antigos), Nash decidiu desengavetar as demos da banda gravadas entre 1983 e 1984, durante a gestação do álbum Heaven in Waiting na coletânea Demos Vol. 1, colocada a venda em formato em mp3 no site oficial da banda. Alguns meses depois o selo americano Dark Entries resolveu licenciá-la e fez uma bela edição em vinil, que trás um encarte repleto de fotos, letras e notas do jornalista Mick Mercer. É um disco fundamental para colecionadores que apreciam raridades deste tipo. Além deste item do Danse Society, eu recomendo que dêem uma checada no restante do catálogo da Dark Entries repleto de muita coisa boa e que nunca imaginei que um dia fosse ver no formato "bolachão", como o cultuado duo belga "minimal wave" Vita Noctis que ganhou uma coletânea dupla com todas as músicas lançadas (em K7 e num único 12") durante a sua efêmera existência.


Ainda na linha "muito gótico para ser punk e muito punk para ser gótico" a Jungle Records finalmente cumpriu a promessa de relançar material do Bone Orchard. Lembro que na pequena biografia que escrevi no Junkeria Nefasta eu pedia que a Jungle ou a Cherry Red Records nos presenteassem com alguma reedição em cd. Eis que para aqueles que sobreviveram, as preces foram atendidas. Stuffed To The Gills & Other Fishy Tales a versão turbinada do EP Stuffed To The Gills que foi o primeiro lançamento da banda concebido em 1983 e que continha material gravado numa Peel Session (era de praxe muitas bandas desta geração reaproveitar o material destas sessões em sua discografia oficial). Além das músicas deste disco, esta coletânea contém material extraído de outros singles e do seu álbum de estréia, Jack (1984). O melhor de tudo que as canções foram remasterizadas e como bônus o case vem com um dvd contendo clipes promocionais (a maioria inédito, já que dois deles já tinham feito parte dos dois volumes do dvd In Goth Daze, da Cherry) e uma pequena apresentação ao vivo no Amsterdam Paradiso. Para aqueles que não conhecem, o Bone Orchard foi uma banda inglesa de gothabilly formada em 1983, por Chrissy McGee (uma versão feminina dos vocais de Nick Cave), Mark Horse (guitarra), Troy Tyro (guitarra), Paul Henrickson (baixo) e Mike Finch (bateria, logo substituído por Ben Tisball). Sua carreira foi bem curta, porém bem intensa - durou um pouco mais de dois anos, chegando a lançar quatro singles, dois álbuns e uma coletânea não oficial e homônima na Espanha. As ilustrações das capas dos seus discos, sem exagero, são verdadeiros “quadros” de neo-expressionismo, que já davam uma idéia do contexto poético e insano de sua sonoridade. Além da parte instrumental e das letras, a banda se preocupava bastante com o lado visual/artístico, chegando a ter alguns dos seus clipes (cujo o imaginário surrealista carrega fortes influênias de David Lynch) dirigidos por gente de renome no meio underground de Brighton, cidade onde a banda emergiu.


O The Sound foi uma banda que só teve a discografia relembrada e reeditada digitalmente em 2001 pelo selo inglês Renascent. Foram 11 cd's no total, contando com as captações ao vivo da série The Dutch Radio Recordings. Depois de expirar a licença, a Warner (a dona do selo Korova) reclamou os direitos dos dois primeiros álbuns e a Renascent foi obrigada a tirá-los de seu catalogo. Boatos sobre uma nova reedição pela major surgiram há uns dois anos atrás...Até que o seu novo selo independente, intitulado 1972, anunciou para o dia 31 deste mês a recolocação de Jeopardy e From The Lions Mout nas prateleiras. Ainda não se sabe se estas novas versões também sairão em vinil como aconteceu com Echo and the Bunnymen que teve os discos Porcupine e Ocean Rain discos relançados pela 1972. De qualquer maneira, se forem apenas em cd se espera um acabamento do seu encarte seja bem melhor que aquele digipack furreca que a Renascent apresentou...Banda na altura do Sound, merece coisa melhor; no estilo deluxe, remasterizado e com vários bônus tracks. Que assim seja...Ah, já ia me esquecendo - os primórdios do The Sound (quando Adrian Borland e cia se denominavam The Outsiders) poderão ser conferidos em fevereiro em dois cd's imperdíveis pelas Cherry Records.

Se eu fosse enumerar o tanto de discos bons dando as caras novamente gastaria horas escrevendo. O vinil lá fora voltou contudo e, ironicamente, ressurge como uma centelha de esperança na falida industria fonográfica. Aqui no Brasil o mercado, principalmente de rock, também está pra lá de murcho (seria a volta do vinil a salvação?). As grandes gravadoras abriram mão de relançar bandas de rock independente internacional, mesmo aquelas que andam fazendo a cabeça dos mais antenados. Semana passado eu li a notícia que um selo carioca está fazendo um trabalho legal e colocando a cara pra bater; o Lab 344. Discos consagrados do The White Stripes estrearam uma séria chamada Lab.Rocks que pretende lançar até março, cd's e dvds de bandas como Pixies e The Cult. Quais os títulos? Ainda não sei, mas já estou ansioso, esperando que haja algum atrativo que valha a aquisição. O The Cult anunciou um novo álbum para este ano e bem provável que se trate mesmo de material inédito.

Notas rápidas: o selo franco-americano pelo visto Season Of Mist congelou os relançamentos do Christian Death (Valor). Depois de Ashes e Catastrophe Ballet , acredito que Valor esteja dando problema nas negociações. Espero que eu esteja errado, porque dentro deste "pacote" teríamos até um dvd com aqueles clipes gravados nos anos de 1980 que são verdadeiros shows de horror (leia-se cafonas). A Malaise Music desde setembro também não solta nada do série The Lost Recordings do Premature Ejaculation; o último foi Dead Whorse Riddle (MAL9). Será a crise? Depois de assinar com a Prophecy e lançar um single e um álbum inédito, o Sol Invictus vem relançando ininterruptamente sua discografia completa em caprichadas edições em cd remasterizados, capas em digipack, bonus track, aquele capricho todo pra fã nenhum botar defeito.