Criadores na SPFW não trazem novas imagens para moda
Vivian Whiteman
Colaboração para a Folha
Na edição mais fraca da São Paulo Fashion Week nos últimos anos, as novas (ou, ao menos, vibrantes) imagens de moda foram raridade.
E quando os criadores deixam de oferecer novas histórias para inspirar a roupa nossa de cada dia, o que sobra é uma lista de tendências parecida com a de compras feita para o supermercado.
No seu armário existem peças transparentes, couro, dourados, veludo e tecidos metalizados? Então talvez você nem precise encher o carrinho para entrar na onda do inverno 2012.
Talvez falte uma peça de couro em vermelho. O tom mais "sangue vivo" dessa cor apareceu no desfile da Ellus, especialmente no couro.
De repente, você pode ter vontade de voltar a usar o "veludo molhado", aquele bem molenga e com brilho, sucesso nos anos 90. O tecido foi o campeão de presença nos desfiles.
Gosta de vampiros, bruxas, e monstros das trevas? Pois essa foi uma das poucas imagens de inspiração propostas pelos estilistas da SPFW. Sabe a Natasha da novela "Vamp"? O Edward de "Crepúsculo"? Então. Os figurinos do filme "Drácula de Bram Stoker" também vão ajudar você a entender essa estética.
Analistas políticos e pesquisadores de comportamento dizem que o mundo está num impasse.
Entre atos violentos, protestos vazios e utopias de butique, as pessoas parecem mesmo presas num limbo infernal sugador de energia vital. E isso se refletiu nas coleções dos criadores mais dispostos a se conectar com as questões de seu tempo.
A paranoia do "vender mais a qualquer custo" talvez tenha a ver com a fase sem vigor da moda (não só no Brasil). Assim como na vida fora das passarelas, o "ganhar mais a qualquer custo" tem levado muitas almas ao caminho triste da depressão e do esgotamento.
Especialmente quando a defesa do dinheiro acima de todas as coisas tem de ser disfarçada sob ideais furados e justificativas capengas.
Vários grandes criadores, do glamouroso Alber Elbaz, da Lanvin, ao rebelde Alexander McQueen, antes do suicídio, já falaram sobre como as pressões extremas do mercado afetaram negativamente seus trabalhos.
Vivian Whiteman
Colaboração para a Folha
Na edição mais fraca da São Paulo Fashion Week nos últimos anos, as novas (ou, ao menos, vibrantes) imagens de moda foram raridade.
E quando os criadores deixam de oferecer novas histórias para inspirar a roupa nossa de cada dia, o que sobra é uma lista de tendências parecida com a de compras feita para o supermercado.
No seu armário existem peças transparentes, couro, dourados, veludo e tecidos metalizados? Então talvez você nem precise encher o carrinho para entrar na onda do inverno 2012.
Talvez falte uma peça de couro em vermelho. O tom mais "sangue vivo" dessa cor apareceu no desfile da Ellus, especialmente no couro.
De repente, você pode ter vontade de voltar a usar o "veludo molhado", aquele bem molenga e com brilho, sucesso nos anos 90. O tecido foi o campeão de presença nos desfiles.
Gosta de vampiros, bruxas, e monstros das trevas? Pois essa foi uma das poucas imagens de inspiração propostas pelos estilistas da SPFW. Sabe a Natasha da novela "Vamp"? O Edward de "Crepúsculo"? Então. Os figurinos do filme "Drácula de Bram Stoker" também vão ajudar você a entender essa estética.
Analistas políticos e pesquisadores de comportamento dizem que o mundo está num impasse.
Entre atos violentos, protestos vazios e utopias de butique, as pessoas parecem mesmo presas num limbo infernal sugador de energia vital. E isso se refletiu nas coleções dos criadores mais dispostos a se conectar com as questões de seu tempo.
A paranoia do "vender mais a qualquer custo" talvez tenha a ver com a fase sem vigor da moda (não só no Brasil). Assim como na vida fora das passarelas, o "ganhar mais a qualquer custo" tem levado muitas almas ao caminho triste da depressão e do esgotamento.
Especialmente quando a defesa do dinheiro acima de todas as coisas tem de ser disfarçada sob ideais furados e justificativas capengas.
Vários grandes criadores, do glamouroso Alber Elbaz, da Lanvin, ao rebelde Alexander McQueen, antes do suicídio, já falaram sobre como as pressões extremas do mercado afetaram negativamente seus trabalhos.
FRIO N'ALMA
Até a exposição armada pelo evento no térreo da Bienal era de dar calafrios. Em andaimes, roupas de estilistas da semana de moda dividiam espaço com telões exibindo filmes nos quais eles falavam de seus processos criativos.
Embaixo deles, pilhas de carvão. No ar, uma névoa artificial e paredes pretas. Entre os andaimes no local, fotos soturnas e, entre elas, imagens de pessoas pintadas de demônios, gente boiando em rios, figurações da morte. De arrepiar.
Na passarela, as representações dessa era sinistra apareceram em poucas coleções.
Da religião destituída de seus dogmas e transformada em cultura de rua (Alexandre Herchcovitch masculino e Reinaldo Lourenço) ao tormento depressivo (João Pimenta), a Folha elenca as cinco imagens de moda mais fortes da temporada.
São cinco personagens (veja no quadro ao lado), cinco tipos que ajudam o público a entender a inspiração dos estilistas e pensar sobre elas. E o resto? O resto são roupas, bonitas ou não, que vão estar (muitas delas, aliás, já estão) nas vitrines.
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