sábado, 26 de janeiro de 2013

Adrian Borland - A Collection

 
Adrian Borland deixou este mundo em abril de 1999. Porém, para aqueles que admiram bons sons, tudo que ele fez perdura, ou melhor, ecoa até os dias de hoje, como eu já havia escrito nesta resenha dedicada à ele. Esta admiração por parte dos poucos (e fieis) seguidores não é apenas dirigida à contemplação de sua obra; Adrian é acima de tudo é uma referência no que se entende por ser alternativo, virtude que não é uma mera afetação momentânea ou juvenil. Sua influência já atravessa a terceira década com a mesma força aos ouvidos mais sensíveis que desprezam o indie atual, que nada mais é que um grande saco de merda anêmico.

Depois do fim do The Sound, alguns duvidaram que suas criações não tivessem o mesmo brilho daquelas concebidas com os seus antigos companheiros de banda. As apostas negativas foram em vão: ele mostrou que tinha autonomia e talento de sobra seguir em frente. Era nítido perceber que sua intensidade poética ficou ainda mais apurada a partir dos projetos pós-Sound ou em carreira solo, onde mostrou que estava seu auge criativo. Para tirar a prova dos nove, a velha fórmula teve que ser deixada um pouco de lado (ou, melhor, ficou mais diluída, o que emblematicamente se comprova mesmo nas releituras acústicas de clássicos do Sound). Brotaram assim harmonias mais coesas, o que evidenciava que o guitarrista e cantor estava mesmo no mesmo patamar de grandes letristas dos anos de 1980’s como Ian Curtis, que foi de fato o grande responsável por Adrian introduzir a veia ultra-romântica em suas canções quando extinguiu os Outsiders para ser um dos principais alicerces do pós-punk (na verdade é muito difícil dissociar o cenário do protagonista, já que a tragetória de Adrian se confunde com a história do próprio “movimento”). 

Embora ele estivesse mais introspectivo nesta aposta “individual”, as bases destas novas composições eram embaladas por melodias mais leves, para não dizer na lata, com grande potencial comercial. Basta ouvir peças como “Light The Sky”, “Rogue Beauty” e a arrebatadora balada “Destiny Stopped Screaming“ para se comprovar isto.

O que ofereço aqui é uma compilação das minhas músicas prediletas a partir do projeto The Citizens até culminar em sua derradeira e inspirada carreira solo, ignorada injustamente pelos charts da época. Ainda que ele tenha colaboraco no início do White Rose Transmission, preferi deixar as composições desta fase de fora, uma vez que, em minha opinião, não carregava tanto aquela áurea de “trovador-pós-punk” que eu tanto admiro em seus passos solitários.

Track list:
1. Light The Sky*
2. Long Dark Train
3. Dangerous Stars
4. Stranger In The Soul
5. Wild Rain (acoustic session)
6. Under Your Black Sun (demo)
7. AWalking in the Opposite Direction (acoustic session)
8. Baby Moon
9. Cinematic
10. I'm Your Freedom
11. Prisoners Of The Sun
12. Rogue Beauty
13. Destiny Stopped Screaming
14. Shadow Of Your Grace*
15. We Are the Night (live acoustic)
16. Love Is Such a Foreign Land (acoustic session)
17. Hand of Love (acoustic session)
18. No Ethereal
*Adrian Borland & The Citizens


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