terça-feira, 20 de novembro de 2012

Dark Wave & Gothic Collection



 

Essa coletânea dupla é resultado de uma seleção que eu escutava numa destas noites ociosas de final de semana...Ela não contém raridades; possui na verdade até alguns "hits" das pistas alternativas, o que dá aos leigos uma boa introdução à dark wave, este subgênero que, embora de conotação tão ampla, é considerado um dos menos controversos dento das chamadas gothic tendencies, uma vez que as bandas classificadas de tal maneira (seja visualmente ou musicalmente) assumem sem maiores problemas clichês específicos deste universo. Das bandas deste set list, há poucos (porém marcantes) exemplos de vozes etéreas (diretamente inspirados em Dead Can Dance que marca presença com a hipnotizante "Mesmerism") - Love Is Colder Than Death e Chandeen apresentam-se com canções mais densas do início de carreira, quando ainda davam os primeiros passos (ou acordes) nas coletâneas do lendário selo Gothic Arts Records que revelou coisas interessantes da cena "dark" e EBM alemã de duas décadas atrás, como Rue Du Mort (efêmero e obscuro projeto de Frank Schmitt do Permanent Confusion) que aparece aqui com a famosa "Nathaly", música extraída da única demo tape dos caras e que fez parte das compilações (hoje relíquias) This Mourning Sacrilege (1992) e An Ideal For Living - vol. 1 (1993). O Rue Du Mort, ao lado de Chateau Royale (um duo anglo-português que já teve um nota neste blog), Mute Angst Envy faz parte daquela ala de grupos que tinham um grande potencial, mas acabaram caindo no esquecimento. Embora quase tudo esteja concentrado nos anos de 1990, The Frozen Autumn e Diary Of Dreams (que estiveram recentemente aqui em SP) mostram que é possível ser (e soar) atual promovendo um autêntico revival da romantic dark wave dos anos 80. Harmonias taciturnas, melancólicas e sintetizadas (as vezes beirando o electro-goth) é o que encontrarão aqui. Creio que a maioria dos outros artistas dispensam grandes apresentações e comentários. Basta baixar, ouvir e dançar contra a parede (limpa de preferência). Caso tenha ficado de fora algum nome indispensável, aceito sugestões nos comentários, o que pode dar origem a um segundo volume. Aproveitem.

Ps: Para quem quiser queimar em cd-r, dentro de uma das pastas estão a capa e a contra capa em tamanho real, assim como o selos (em pdf) para imprimir nos discos. Todos os mp3's estão com índice de compressão de 256kbps e equalizados/normalizados no Soundforge 8.0.

CD1
1. The Frozen Autumn - This Time (Electro Mix)
2. Anechoic Chamber - Lies
3. Endraum - Der Rosengarten (edit)
4. Other Day - Spiegel
5. Dead Can Dance - Mesmerism
6. Chandeen - Recall Me
7. Poesie Noire - Tragedy
8. Switchblade Symphony - Gutter Glitter
9. New Dawn Fades - Always And Everywhere
10. Rue Du Mort - Nathaly
11. Ghosting - Spell
12. Blessing In Disguise - Here Comes The Rain Again (radio dit)
13. Drown For Resurrection - Prediction
14. Love Is Colder than Death - Love and Solitude
15. In My Rosary - Tar

*download here*

CD2
1. Chateau de Joie - You (choir mix)
2. Clan Of Xymox - Agonised By Love
3. Angina Pectories - The Agony After
4. Kirlian Camera - Blue Room
5. Limbo - Hermaphrodita
6. Paralysed Age - Dark
7. Collection d'Arnel-Andréa - Aux Mortes Saisons
8. Mute Angst Envy - Catacombs
9. Chateau Royale - Christiane F.
10. In Mitra Medusa Inri - The Circle
11. Passion Noire - World's Decay
12. The Tear Garden - Ophelia (edit)
13. Diary Of Dreams - Cold Deceit
14. Second Decay - I'm Leaving
15. Escape With Romeo - White Room (remixed)

*download here*

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Me against me


Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude. Faça com que eu seja a Tua amante humilde, entrelaçada a Ti em êxtase. Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo e receber como resposta o amor materno que nutre e embala. Faça com que eu tenha a coragem de Te amar, sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo. Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. Receba em teus braços meu pecado de pensar.
(Clarice Lispector)

sábado, 20 de outubro de 2012

Cadavres Exquis - vol. 3



No dia 29 de agosto de 2009 eu postei a primeira coletânea tema deste blog. O que era para ser apenas um soundtrack sem pretensão chega ao seu terceiro volume. Cold wave, minimal synth e positive punk numa estranha (porém coerente) combinação faz da introspecção tão agradável quanto este frio fora de época. Música sub forma teatral, ruídos frágeis, momentos fugazes & dissonantes quem induzem a abstração e alivio para as almas mais sensíveis cansadas desta vulgar realidade.
Todas as músicas deste set list estão com taxa de bits 256kbps com normalização/ramasterização feitas no Sounforge, o que proporcionou uma sonoridade mais stereo aos sons ripados a partir de vinil. Para aqueles mais "old school" que quiserem queimar um cd de audio, dentro da pasta há o encarte colorido em tamanho 12 x 24 cm pra ser colocado nestes cases crystal slim.
Enjoy it!


1. Trendy Store - Power Supply
2. Magic de Spell - Faces
3. Das Kabinette - The Evil Of His Kiss
4. Niala Effen - Premier Interlude
5. Venus In Furs - In My Velvet Cage
6. No More - Dim the Lights
7. Excès Nocturne - Evacuation Immediate
8. Nico - Ghenghis Kahn (Finished Version)
9. Liquid Sky - Aliens Theme I
10. The Pack - Brave New Soldiers
11. 1000 Mexicans - Diving For Pearls
12. Moral - Frosty Nights
13. Ritual - Brides
14. Edwards Voice - Falling From Another High Building
15. Der Press - Total Corruption
16. Iron Curtain - The Condos
17. I'm So Hollow - Dreams To Fill The Vacuum
18. M.A.L. - Insects In Love
19. Decadance - On And On (fears keep on) (edit)
20. Lowlife - Eternity Road (12" Mix)


*download here*

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Obscuridade nas escolhas


 
 O povo as vezes entende que a "palavra de Deus" é um grande perigo na mente dos feios e desafortunados. A democracia é laica, assim como o próprio espírito livre.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

nosso pesadelo


É preciso da doença para se valorizar realmente a liberdade? Jaz na cama o homem que perdeu-se...Meus olhos não só contemplam a dor de despedir-se lentamente, traduz todo o horror daquele íntimo padecimento. As lanternas amareladas e foscas confirmam que "deus" é o pensamento, é o narciso que atrofia quando fechamos os olhos...Sentado na cama, o anjo pálido, de cabeça baixa sente o peso do corpo inválido, respira, lamenta diante do espelho. Inclinado, observa o chão tão fundo como angustia que o circula, que lhe faz refletir sobre a centelha sagrada chamada vida - "tão simples, tão breve...". Busca nestes balbucios quase infantis (como a forma de seu corpo) o último fio da solidão. Será que sentirá finalmente o alívio? Sentirá alegria nos braços da eternidade? O choro abafado e aflito da irmã coloca a prova a vulgaridade daqueles cujos delírios é julgar o espírito, ter segurança mediana de "pensar" que o sol é apenas um objeto servil. No mar salgado das lágrimas, esquece-se daqueles que brigam como abutres. São nas tuas piedades, mãe, que se faz presente o amor, o verdadeiro repouso da cura.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Ariano Suassuna - sobre crescimento evangélico

"Eu acho que os evangélicos são equivocados. Lutero tinha razão na maior parte do que dizia. Mas errou ao sair da igreja, porque reforma pra mim é o que São Francisco fez, sem sair da igreja. Veja no que deu a separação de Lutero. Não é à toa que para a ética protestante a riqueza é sinal de amor de Deus, da preferência de Deus. Isso justifica todo o capitalismo."

domingo, 29 de julho de 2012

Christian Death - "Death Box" (boxset - 5 Cds + Dvd)

Valor Kand "adormece" mais uma vez; seu site continua anunciando seu último álbum American Inquisition (2007), disco que resultou numa extensa tour, que passou inclusive por São Paulo. Sabe-se que esses hiatos, que alguma polêmica (qual?) está por vir. Na época em que American Inquisition foi editado, tudo parecia ir bem (mesmo a crítica pegou leve com o músico) até que o orgulho de Valor fosse ferido quando Eva O., Rikk Agnew e James McGearty reuniram-se sub o nome de Christian Dearh 1334, rendendo trocas de farpas pesadas via Myspace - cada lado reivindicando, de forma infantil e radical, a autenticidade de seus respectivos projetos. Por mais que parecessem "boas" as intenções de Eva e cia (essa ala com mais afinidade a formação original da banda), isso me pareceu também um duro golpe a memória de Rozz. Mesmo com aspecto de banda tributo, o Christian Dearh 1334, no entanto, parecia ser tão ilegítima (ou mais) e constrangedora que a versão da banda que sobrevive até hoje na tutela de Kand.


Baixada a poeira deste episódio, Valor, como numa demonstração de "dono do pedaço", anunciou o relançamento de parte de sua discografia e videografia pelo selo franco-americano Season Of Mist (especializado em metal, responsável por Americam Inquisition). A partir disso renasceram em 2009 Catastrophe Ballet (1984) e Ashes (1985), mais uma vez em reedições maculadas, contendo músicas "inéditas" (porém com arranjos novos) que Valor dizia ser cantadas/escritas por Rozz. Basta ouvir e conferir a tamanha farsa. Até hoje se espera os outros títulos ganhem um acabamento melhor (o próximo seria ou será The Wind Kissed Pictures seguido de Atrocities), já que os que o reprensagem da Candlelight deixaram muito a desejar, a começar pelas capas alteradas, dignas de mau gosto. Tudo leva a crer que o atraso desta investida é resultado de alguma indisposição de Valor com a Season Of Mist ou da própria falta de liberação dos selos que detém parte dos direitos. A série de reedição ficou estacionada nestes dois títulos, deixando no ar se isso não passou de uma mera oportunidade de destilar seu senso provocativo em relação a Rozz.


A enxurrada de criticas com relação a deturpação destes álbuns clássicos veio a tona, como já havia ocorrido em outros momentos. Kand não se pronunciou e seu o silêncio ainda prevalece...Como de prache, na sua ausência, eis que a Cleopatra decidiu dar a luz mais uma vez alguns trabalhos de Rozz Williams, quando este fazia parte de seu cast entre os idos de 1992 e 1994...De material inédito não há nada neste boxset - com exceção a algumas fotos do seu encarte (parte do acervo pessoal de Eva O.). Posso dizer que existe certa incoerência na seleção e na compilação de alguns destes cds, como por exemplo combinar num cd os álbuns The Iron Mask e um raro EP do Shadow Project (editado em mil exemplares, contendo as suas primeiras demos), ou o "official bootleg" Sleepless Nights com álbum solo Everyking A Bastard Son.




Mas no fim dá pra se perdoar alguns equivocos porque é uma bela amostra dos ofícios de um artista talentoso que, mesmo multifacetado, permitia aos ouvidos mais atentos encontrar pontos de convergência nas sonoridades mais variadas - do deathrock, passando por versos desesperados do seu spoken words a momentos mais dançantes dos remixes assinados por bandas de industrial/EBM. Fica mais uma vez evidente nesta homenagem póstuma que o nome "Christian Death" tenha sido usado mais uma por ser comercialmente mais viável (poucos sabem mas The Path of Sorrow e The Rage of Angels são praticamente sobras de estúdio do Shadow Project, da época do Dreams For The Dying).




Parte destes discos (ou todos) apresentados nesta caixa já estavam fora de catálogo há um bom tempo, o que torna mais especial a sua aquisição. Não ainda sei se as músicas foram remasterizadas, pois é há poucos artigos sobre a Death Box, que faz a gente arriscar a pensar que trata-se de uma edição quase clandestina como já havia sido feita a pouco tempo com algumas prensagens recentes em vinil da própria Cleopatra. São 4 cds e um dvd (com aquele famoso show de reunião de 1993, lançado originalmente em audio depois em VHS, posteriormente em dvd). Coisa de colecionador e nada mais...Então, para aqueles que sentirão que a coleção ficará incompleta sem eles, é pegar ou largar.



DISC 1
THE IRON MASK (1992) 1. Spiritual Cramp 2. Sleepwalk 3. Skeleton Kiss 4. Figurative Theatre 5. Desperate Hell 6. Deathwish 7. The Luxury Of Tears 8. Cervix Couch
9. Skeleton Kiss (Death Mix) 10. Down In The Park (Live) KISS EP (1992) 11. Spiritual Cramp – Sacrifice (Extended Version) 12. Skeleton Kiss (Fright Mix) 13. Skeleton Kiss (Alternate Death Mix) 14. Resurrection – 6th Communion (Live) THE ORIGINAL SHADOW PROJECT EP (1990) 15. When The Heart Breaks 16. Working On Beyond 17. Lying Deep 18. Holy Hell 19. Death Plays His Role 20. Penny In The Bucket


DISC 2
THE PATH OF SORROWS (1993) 1. Psalm (Maggot’s Lair) 2. The Path Of Sorrows 3. Hour Of The Wolf 4. In Absentia 5. Mother 6. The Angels (Cruciform) 7. Book Of Lies 8. A Widow’s Dream 9. Easter (In The Tombs) 10. Venus In Furs INVOCATIONS [STUDIO TRACKS] 11. Sleepwalk (Original Version) [1983] 12. Invocation III (1983) 13. Haloes (1985) 14. Spectre (Love Is Dead) [1985]



DISC 3
THE RAGE OF ANGELS (1994) 1. Trust (The Sacred And Unclean) 2. Lost Minds 3. Still Born / Still Life Part I (for Jeffery Dahmer) (with love) 4. Sex 5. HER Only sIN 6. Bad Year 7. Torch Song 8. Still Born / Still Life, Part II (The Unknown Men) 9. Procession 10. Panic In Detroit (For John Anderson) DEATH IN DETROIT (1995) 11. Panic In Detroit (Numb Remix) 12. Panic In Detroit 1.1 [Whatever] (Rosetta Stone Remix) 13. Figurative Theater (Die Krupps Remix) 14. Panic In Detroit [Turning In His Grave] (Spahn Ranch Remix) 15. Venus In Furs (Leæther Strip Remix) 16. Skeleton Kiss (Noise Box Remix) 17. Panic In Detroit (Zero Gravity Remix) 18. Spiritual Cramp (Symptom Reversal)



DISC 4
DEATH MIX (1996) 1. Deathwish (Wishful Death Mix) [Birmingham 6] 2. The Angels (Cruciform) [The Zend-Avesta Mix] [Laibach] 3. Cervix Couch (One By One) [Spahn Ranch] 4. Book Of Lies (Seven Mix) [Bigod 20] 5. Spiritual Cramp (Electric Hellfire Club Mix) 6. Death In Detroit (Disassembled) [Front Line Assembly] 7. Figurative Theatre (Extended Version) [Die Krupps] 8. Sleepwalk (Hypnotic Remix) [Lights Of Euphoria] 9. Figurative Theatre (Klute Version) 10. Desperate Hell (Digital Poodle Mix) 11. Still Born / Still Life (Dahmer’s Dead Remix) 12. Mother (Forgiveness Mix) [Controlled Bleeding] 13. Lost Minds (THD Remix)



DISC 5
SLEEPLESS NIGHTS – LIVE (1990) 1. Cavity – 1st Communion 2. Figurative Theatre 3. Burnt Offerings 4. Dodo 5. Mysterium Iniquitatis 6. Dream For Mother 7. Stairs (Uncertain Journey) / Trials 8. Spiritual Cramp 9. Romeo’s Distress 10. Resurrection – 6th Communion 11. Deathwish 12. Sleepwalk EVERY KING A BASTARD SON (1992) 13. Whorse 14. Mind Fuck (Soundtrack To A Murder) 15. The Beast (Invocation) 16. Currents 17. To He Who Shall Come After (Mystic Fragments) 18. The Evil Ones 19. No Soldier (Cloak Of Shit)

DISC 6:
DVD – LIVE IN LOS ANGELES (1993) 1. Excommunicamus 2. Cavity – 1st Communion 3. Figurative Theatre 4. Cry Baby 5. Dream For Mother 6. Deathwish 7. Some Men / The Other 8. Mysterium Iniquitatis 9. Stairs (Uncertain Journey) 10. Spiritual Cramp 11. Resurrection – 6th Communion 12. Sleepwalk 13. Romeo s Distress 14. Dogs

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Joe Crow - Compulsion

O músico inglês Joe Crow começou a carreira em 1976 como membro da banda punk The Prefects que chegou lançar, em atividade, apenas um single que é consideradom por muitos admiradores do gênero, um clássico. Devido a sua popularidade nos arredores de Birmingham (além da repercussão alavancada por duas participações no programa radiofônico de John Peel), o Prefects foi convidado para participar da "White Riot" tour organizada pelo The Clash, que também contava com Buzzcocks, Slits, The Fall, Damned entre outros nomes de peso. Um pouco antes do grupo ser rebatizado de The Nightgales, Joe partiu para carreira solo, adotando os sintetizadores como base de suas composições, apostando assim numa sonoridade cold wave que resultou em 1982 no single 7" "Compulsion", cuja faixa título passou a também a fazer parte da famosa coletânea da Cherry Red "Pillows & Preyer". A produção do compacto fora assinada por Robert Lloyd dono do selo Vindaloo Records que tinha em seu cast o próprio Prefects e sua posterior encarnação (The Nightgales), entre outras crias do pós-punk. Depois disso, Joe não gravou mais nada, caindo propositalmente no esquecimento. No entanto, "Compulsion" (com seu refrão de sutil inclinação pop - "got to move on sometimes, got to move on sometimes...") acabou virando tardiamente hit nas pistas undergrounds do mundo todo, mais precisamente em 1989, quando ganhou uma elogiadíssima cover de Martin L Gore (Depeche Mode) em seu EP Counterfeit. Redescoberta também por aqui, a música (seja lá qual for a versão) é garantia de pista cheia em qualquer club alternativo (leia-se gótico), uma vez que fora bem difundida nos tempos áureos do projeto Black Sundays ou do antigo Madame Satã.



A side - Compulsion
B side - Absent Friends

*Download Here*

domingo, 1 de julho de 2012

Something Inside of Me Has Died

I have crept
Though your ugly world
I have slept in every way
I have something
Nobody can steak
You have nothing
Because I'm for real

Something inside me has
Has
Died
Died

I don'f know
Where I'll be in a thousand years
It don't show
I've hid it well behind my other tears
In the shadow
No need to fight

Something inside me has
Has
Has
Died
Died

(Kommunity FK)

domingo, 17 de junho de 2012

Day (Shadow Project poetry)


A morte provoca. Ela se satisfaz com promessas de gratidão: promessas de paz eterna
A morte interpreta. Seu mistério. A dor, sofrimento e perda. A morte oferece refúgio. Confiança não é o que ela oferece. Morte, ela mente. "Se eu segurar minha vida em minhas mãos, ninguém vai entender..." A vida é uma escolha. A morte é uma escolha. A escolha é sua liberdade. A escolha é inteiramente sua. Não. Não é bem assim... Nem sempre.

(Rozz Williams)

quarta-feira, 16 de maio de 2012

....no ritmo da derrota


Solução final para essa epidemia e intenções grosseiras do chamado sertanojo universitário e funk carioca: esterilização em massa!

domingo, 6 de maio de 2012

Cadavres Exquis - vol. 2


Depois de três anos decidi disponibilizar para download o segundo volume da coletânea tema deste blog, cuja a inspiração também foi impulsionada por este outono frio que acaricia a cidade de São Paulo, e nada como ter uma trilha sonora a altura para comemorar. Entre os nomes obscuros deste set list, acredito que The Chameleons seja um dos mais conhecidos; a banda marca novamente presença com a apoteótica "One Flesh". Melhor que escrever uma longa resenha é poder escutar este "humilde" registro, o que certamente deixará os verdadeiros amantes e adeptos do pós-punk/cold wave bem satisfeitos.

1. Kino Glaz - Batte La Luna
2. Past Seven Days - Rain Dance
3. Flowers For Agatha - The Common Enemy
4. Twice A Man - Girl
5. Music for Pleasure - Fuel To The Fire
6. Telepathic - We Are Telepathique
7. Wire Train - Like
8. Lars Falk - See My Friends Fall
9. Send No Flowers - Wall Of Convention
10. Di Leva - The Single Man
11. The Chameleons UK - One Flesh
12. Downers - Two Bicycles In Summertime
13. Teenage Brain Surgeon - Years Went By
14. Lost Loved Ones - Echoes Of The Past
15. Neutral Project - Ideal?
16. Trespass - Colours Of Love
17. Mark Lane - Poison For Me

*download here*

quinta-feira, 3 de maio de 2012

go west, young man

"O mundo inteiro é um saco de merdas se rasgando. Não posso salvá-lo. Sei que nos movemos em direção à miragem, nossas vidas são desperdiçadas, como as de todo mundo. Eu sei que nove décimos de mim já morreram, mas eu guardo o décimo restante como uma arma."
Charles Bukowski

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Guerreiros do Éden


Tomamos tua terra
Teu sangue
Emprestamos suas palavras
A nossa gratidão veio em forma de doenças e pobres escambos
Corrompemos teus hábitos, tua beleza, teus filhos
Mas, teu espírito é intocado e translúcido a nudez tão invejada
A sabedoria singela, encravada na terra
O teu olhar simples constrange a artificialidade e arrogância de nossas vidas
Sempre fomos mortos diante de ti, pálidos não só na pele, mas também de sentimento
Nosso crime foi ter não aprendido mais contigo
Agora pagamos um nefasto preço talhado
Em nossos corações de concreto...

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Bastard Disco - vol. 2

A década de 1980 foi sem dúvida muito fértil para diversos estilos que emergiram depois do punk. Dentro dos gêneros e subgêneros construídos a partir dos moogs e sintetizadores (synth pop, eletro, italo disco etc etc) não faltavam artistas que sonhavam em emplacar algum sucesso nas paradas ou nos clubs. Porém, boa parte (ou grande parte) destas bandas optaram por fazer sua história no underground ou simplesmente se deixaram levar pela maré do esquecimento, sem que ao menos fossem testado seu grande potencial radiofônico. Neste set list (além de algumas figuras carimbadas da cena alternativa) temos, no entanto, dois nomes que sentiram o gostinho do sucesso efêmero e entraram naquela incomoda lista dos "one hit wonder", ou seja, daquelas bandas que ficaram conhecidas ou eternizadas por apenas um hit; When in Rome e Limahl. Além de "The Promise" e "Never End History", respectivamente, esses grupos tinham outras preciosidades guardadas nas mangas que poderiam facilmente grudar nos ouvidos dos que não as conheciam ou satisfazer os que gostariam de escutá-las numa pista de dança retrô antes de morrer. É por isso que material para a continuação da coletânea "Bastard Disco" não faltou e garanto que ainda há muito o que ser resgatado e apresentado em outros volumes...Aproveitem.

1. When In Rome - Wide, Wide Sea
2. Hard Corps - Lucky Charm
3. Dresden China - Fire And Rain
4. Vivien Vee - Blue Disease (Extended Version 1983)
5. Colour Scream - Dance No More (radio mix)
6. Pseudo Echo - I Will Be You
7. Images In Vogue - In The House
8. New Scientists - Shame On You
9. Limahl - Inside To Outside
10. Kissing The Pink - Watching Their Eye
11. Fockewulf 190 - Body Heat (Dario vocal version)
12. Data - Living Inside Me
13. Miro Miroe - Nights Of Arabia (Razormaid!)
14. Section 25 - Crazy Wisdom
15. Kirlian Camera - Ocean (7" version)

*parte 1*
*parte 2*

domingo, 1 de abril de 2012

on april fools day 1998...

Uma doença incurável no dia de descanso.
Caminho sobre as águas, num oceano de incesto. Tenho a imagem de Cristo embebida no meu peito e nunca saio de casa sem o meu colete à prova de amor.
Suicido-me para a lua-de-mel perfeita. Luto com escorpiões que se agarram ao meu pescoço. Sigo o rasto dos assassinos a monte e sei que as crianças preferem usar os dedos em vez de palavras.
As cruzes ardem nos teus templos, que curiosamente ficam todos na avenida da Selvajaria Sanguinária.
Demorei muito tempo para afirmar: EU RECUSO!
O tempo escava a minha sepultura e daqueles que se julgam escolhidos para qualquer coisa…
As crianças escavam sepulturas para ti e para mim.

Peço-te: descreve a doença e eu prescreverei a cura. Vive bem os teus dois dias de vida, como se fossem dois dias de férias. Esquece que existes, vive apenas.

Tenho toda a porcaria espiritual presa às minhas costelas. Como bandidos, corrompem o meu corpo e avermelham a minha pele doente. São salteadores do meu corpo.
As crianças preferem os dedos à conversa fiada.
Os dedos enterram as crianças por debaixo da Vossa hipocrisia, meu querido e cruel… deus.

Posso morrer mil vezes, mas sei que estarei sempre aqui com os segredos bem guardados nos ossos retorcidos da minha caveira que se tornará em pó seco dos anos que nunca cessarão de passar. Os anos que correm em ablação para trás.

Fecho os olhos e vejo o nariz do enforcado gotejando sangue. Olho as minhas mãos e sei que elas são as assassinas que provam a existência das minhas lágrimas.

Jesus! Não te atrevas a tocar-me! Nunca mais me voltes a enganar!
Vem até ao meu coração…, por favor
Onde é que tu estavas? Quando este fogo dentro de mim começou?

Tenho uma missão incumbida pelo Pai para apagar da memória dos homens os portões do Inferno.
Cravarei bem fundo os meus dentes de marfim no corpo da Grande Mãe e saberei quando ela começará a morrer.
Serei o mitómano das Vossas incertezas, a verdade nos Vossos medos.
Pedi vinte e duas mesas para o festim do seu funeral. O Mal será sempre o mais delicado dos convidados.

quarta-feira, 21 de março de 2012

a transformação dos consumidores em mercadorias

Numa enorme distorção e perversão da verdadeira substância da revolução consumista, a sociedade de consumidores é com muita freqüência representada como se estivesse centralizada em torno das relações entre o consumidor, firmemente estabelecido na condição de sujeito cartesiano, e a mercadoria, designada para o papel de objeto cartesiano, ainda que nessas representações o centro de gravidade do encontro sujeito-objeto seja transferido, de forma decisiva, da área da contemplação para a esfera da atividade. Quando se trata de atividade, o sujeito cartesiano pensante (que percebe, examina, compara, calcula, atribui relevância e torna inteligível) se depara – tal como ocorreu durante a contemplação – com uma multiplicidade de objetos espaciais (de percepção, exame, comparação, cálculo, atribuição de relevância, compreensão), mas agora também com a tarefa de lidar com eles: movimentá-los, apropriar-se deles, usá-los, descartá-los.

O grau de soberania em geral atribuído ao sujeito para narrar a atividade de consumo é questionado e posto em dúvida de modo incessante. Como Don Slater assinalou com precisão, o retrato dos consumidores pintado nas descrições eruditas da vida de consumo varia entre os extremos de “patetas e idiotas culturais” e “heróis da modernidade”. No primeiro pólo, os consumidores são representados como o oposto de agentes soberanos: ludibriados por promessas fraudulentas, atraídos, seduzidos, impelidos e manobrados de outras maneiras por pressões flagrantes ou sub-reptícias, embora invariavelmente poderosas. No outro extremo, o suposto retrato do consumidor encapsula todas as virtudes pelas quais a modernidade deseja ser louvada – como a racionalidade, a forte autonomia, a capacidade de autodefi nição e de auto-afi rmação violenta. Tais retratos representam um portador de “determinação e inteligência heróicas que podem transformar a natureza e a sociedade e submetê-las à autoridade dos desejos dos indivíduos, escolhidos livremente no plano privado”.

A questão, porém, é que em ambas as versões – quer sejam apresentados como patetas da publicidade ou heróicos praticantes do impulso autopropulsor para a autoridade – os consumidores são removidos e colocados fora do universo de seus potenciais objetos de consumo. Na maioria das descrições, o mundo formado e sustentado pela sociedade de consumidores fi ca claramente dividido entre as coisas a serem escolhidas e os que as escolhem; as mercadorias e seus consumidores: as coisas a serem consumidas e os seres humanos que as consomem. Contudo, a sociedade de consumidores é o que é precisamente por não ser nada desse tipo. O que a separa de outras espécies de sociedade é exatamente o embaçamento e, em última instância, a eliminação das divisões citadas acima.

Na sociedade de consumidores, ninguém pode se tornar sujeito sem primeiro virar mercadoria, e ninguém pode manter segura sua subjetividade sem reanimar, ressuscitar e recarregar de maneira perpétua as capacidades esperadas e exigidas de uma mercadoria vendável. A “subjetividade” do “sujeito”, e amaior parte daquilo que essa subjetividade possibilita ao sujeito
atingir, concentra-se num esforço sem fi m para ela própria se tornar, e permanecer, uma mercadoria vendável. A característica mais proeminente da sociedade de consumidores – ainda que cuidadosamente disfarçada e encoberta – é a transformação dos consumidores em mercadorias; ou antes, sua dissolução no mar de mercadorias em que, para citar aquela que talvez seja a mais citada entre as muitas sugestões citáveis de Georg Simmel, os diferentes significados das coisas, “e portanto as próprias coisas, são vivenciados como imateriais”, aparecendo “num tom uniformemente monótono e cinzento” – enquanto tudo “flutua com igual gravidade específica na corrente constante do dinheiro”. A tarefa dos consumidores, e o principal motivo que os estimula a se engajar numa incessante atividade de consumo, é sair dessa invisibilidade e imaterialidade cinza e monótona, destacandose da massa de objetos indistinguíveis “que flutuam com igual gravidade específica” e assim captar o olhar dos consumidores (blasé!)...
(trecho do livro: A Vida Para o Consumo - A Transformação das Pessoas em Mercadorias de Zymunt Bauman)

sábado, 17 de março de 2012

existo todavia ...

Vivem em nós inúmeros;
Se penso ou sinto, ignoro
Quem é que pensa ou sente.
Sou somente o lugar
Onde se sente ou pensa.
Tenho mais almas que uma.
Há mais eus do que eu mesmo.
Existo todavia
Indiferente a todos.
Faço-os calar: eu falo.

Os impulsos cruzados
Do que sinto ou não sinto
Disputam em quem sou.
Ignoro-os. Nada ditam
A quem me sei: eu 'screvo.

quinta-feira, 15 de março de 2012

quarta-feira, 7 de março de 2012

My Mind's Eye

Sinto-me separado da vida, quando os estados contemplativos me dizem que além das minhas retinas há um lugar acolhedor onde o silêncio supera os ruídos destes átomos fundidos; esta massa sensorial que se chama existência. As moléculas não são a verdade em si, e sim a vontade ou representação do não-desejo, do próprio espírito em plenitude, em seu estado primitivo e natural. Meus olhos; as janelas de um precipício, faróis que articulam as ilusões, esferas embebidas em lágrimas e tendões do tempo.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Cada um com a carroça que merece

A coleção Baderna, da editora Corand, tem ótimos itens para quem questiona o estabelecido...Sou suspeito de falar sobre eles, afinal parecem ter sido escritos na medida certa. Lendo as últimas páginas do livro "Apocalipse Motorizado - A Tirania do Automóvel em Um Planeta Poluído", fui interrompido algumas vezes por um barulho insuportável de britadeira...A prefeitura, nesta semana, abortou a idéia das ciclovias em Moema, a pedido de alguns moradoras que viram este projeto piloto como inviável para circulação dos seus "lindos" automóveis. Isso me fez crescer mais minha repulsa contra este tipo de veículo, que dominou e deformou as grandes cidades, atrofiou os espaços públicos, matam (ou aleijam) por ano milhares de cidadãos e sufoca a nossa atmosfera. Neste meu asco, não entendo o carro apenas como um meio de transporte - é um símbolo cafona de status, além daquelas velhas atribuições machistas e de libido que lhes são conferidas...A adoção da bicicleta como meio de locomoção pode ser sim ato revolucionário, pois é um ato racional de abolir e liquidar os tantos interesses que envolvem os falsos valores e vantagens deste poder motorizado que causa tantas barbáries e transtornos.

Trecho:
Subjetivamente, o consumo transforma o proletário em burguês. Proletários e burgueses somem atrás do consumo de bens que só se diferem no refinamento de detalhes. A popularização do carro pode ser vista como um símbolo de uma nova era: produção de objetos em massa para consumo em massa, o trabalhador ascendendo subjetivamente à condição de burguês, embora continue sendo objetivamente trabalhador – ou seja, uma coisa, um ser sem controle da gestão da sua existência e da propriedade –, e à distinção de classes se sobrepondo uma classe única, a dos consumidores. Diferentemente das máquinas na linha de produção, o carro leva o indivíduo não apenas ao sacrifício do trabalho, mas também à (tentativa de) fuga – o passeio, a diversão. O automóvel individual permite ao menos a ilusão do controle do próprio destino. Preso além de tudo pela ilusão, a possibilidade de libertação se distancia, e se distancia quanto mais se pretende que o carro reduza as distâncias, que produza “liberdade”.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Magnus Opus pra esquisitões, punks, goths & industriais...

Vocês já chegaram a imaginar que algum dia preciosidades em DVD do Alien Sex Fiend, Einstürrzende Neubauten ou Cabaret Voltaire poderiam sair um dia aqui, no Brasil? Se não fosse a Magnus Opus isso seria quase impossível...Com o catálogo repleto de raridades, filmes de artes e outras doideiras cinematográficas, esta editora resolveu também fazer a alegria dos amantes do punk rock, pós-punk e outros sons de vanguarda que já serviram como trilha sonora para algumas de suas películas que, em contrapartida, influenciaram diretamente tais estilos. Muitos dizem que a Magnus nada mais é que uma subsidiaria da reprodutora Continental, que se desintegrou devido a sérios problemas autorais (além das péssimas prensagens e erros na maioria de suas legendas, o que fez com que seus lançamento fossem postos sub suspeita). Alguns destes DVD’s musicais os quais me refiro fazem parte do acervo do lendário selo inglês Cherry Red. Não se sabe, devido esses boatos e evidencias de má reputação de pirateadora, se os direitos destas obras foram devidamente e legalmente licenciados – eu tenho as minhas dúvidas já que alguns títulos e capas autênticas foram ignorados ou alterados como se a intenção fosse burlar o detentor destes conteúdos. De qualquer maneira, é bom aproveitar este balaio, mesmo que os preços destas edições tupiniquins não sejam lá essas coisas. No entanto, vale lembrar que adquirir essas peças genéricas fica um pouco mais em conta, uma vez que se você for importar os originais corre-se risco de pagar aquelas malditas taxações da Receita Federal.
Confiram os títulos (que mais me chamaram atenção) com as respectivas sinopses que constam em seus versos:

Alien Sex Fiend - Edit+Overdose
Quando punk-rock surgiu no final nos idos de 1970, parecia que os anos 80 já estavam com sua estética musical definida, de tanto que foi seu impacto. Mas foi neste cenário que surgiu uma novidade avassaladora. O quarteto Alien Sex Fiend, subverteu tudo ao conseguir a ousadia de atrair os fãs de psychobilly, punk, goth rock e música eletrônica. The Cramps, Alice Cooper, Danielle Dax e The Stooges foram às referências para um crossover violento de ruídos eletrônicos com pedais de guitarra. Esta edição digital registra shows e clipes de 1983-87. Com isso podemos testemunhar porque Marilyn Manson parece uma criança ingênua perto de Nik Fiend.

Nico – Incognito & Library Theater Manchester
Uma das figuras mais enigmáticas e fascinantes do rock, Nico trabalhou e se envolveu romanticamente com várias lendas dos anos 60. Antes da música, ela foi uma top model de sucesso na Europa, fazendo também uma ponta em “La Dolce Vita” de Fellini. Na metade dos anos 60, mudou-se para New York e conheceu Andy Warhol, que foi a sua ajuda estratégica para a entrada no grupo Velvet Underground. Partiu para uma carreira solo com ajuda de John Cale, e fez história. Neste DVD encontra-se 2 show raros de 1983.


Divine – A Musa Do Underground
Ultrajante, bizarra, audaciosa, provocadora. E talentosa? Sim, Divine é uma performer completa. Foi, nos filmes de John Waters, que ela praticamente surgiu, fazendo papéis hilários. Divine (nome real é Harry Glenn Milstead) foi ator, cantor e dragqueen. No início dos anos 80, sua carreira na música deu um salto, por ela não ter concorrentes. Sua vulgaridade no palco a tornou única e original. Neste DVD temos 2 shows históricos e raros no lendário Hacienda Club, em 1983.

Felt - A Declaration
FELT foi uma das bandas de indie rock, mas enigmáticas da Inglaterra. Liderada pelo talentoso songwriter Lawrence Hayward, transformou sua obsessão Tom Verlaine e Television, numa sonoridade lânguida pop-minimalista. O grupo surgiu em 1979 e rapidamente se transformou num grupo cultuado, tendo como sua música principal a belíssima “Primitive Painters”, imortalizada no dueto com a Elizabeth Frazer (Cocteau Twins). Este DVD é o registro ao vivo de um concerto em Londres de 1987. Inédito no Brasil.

Cabaret Voltaire*
Depois do grupo alemão 'Kraftwerk', ter mixado a vanguarda da música eletrônica com a pop, aconteceu um lapso de tempo nos anos seguintes na música eletrônica. Em 1978 surgiu o 'Cabaret Voltaire' com a vanguarda 'crossover'. Nesse DVD poderá ser encontrado a mistura de videoarte, cinema, política, microfonia, pedais de efeito, colagens de gravações antigas, distorções de guitarras, bases eletrônicas, interferências magnéticas em 'low technology', dadaísmo e pós-modernismo.

Einstürrzende Neubauten - ½ Mensch
O japonês Sohgo Ishii é um influente e cultuado cineasta, acostumado a realizar filmes experimentais bem radicais. Em 1985, durante uma viagem do grupo alemão Einstürrzende Neubauten pelo Japão , Sohgo realizou um dos filmes mais impressionantes da arte contemporânea, misturando diversas linguagens: música, vídeo-instalação, dança Butô e cinema. Dentro de um contexto urbano apocalíptico, o Neubauten provoca um grande acontecimento artístico, unindo o caos com a cultura milenar japonesa. Fantástico.

Laibach - Passado e Futuro*
Laibach é um coletivo formado no início dos anos de 1980 na ex-Iuguslávia, qua conectava a música insdustrial, eletrônica, arte conceitual, teatro, espírito punk e discurso sócio-político. Laibach: Passado e Futuro - é um esclarecedor documentário, que mapeia a situação tensa e frágil que se encontrava toda a região oriental-socalista da Europa. Paralelamente, vamos conhecer a origem do Laibach e como eles enfrentaram o regime autoritário com shows transgressores, resultando até na expulsão deles do país.

Test Dept. – Program For Progress (82-84)*
Test Dept. foi um dos grupos mais obscuros e importantes da música pós-industrial da Inglaterra. Surgiu no sul de Londres em 1981 e fundiu o espírito do punk, com a sensibilidade revolucionária da vanguarda européia. Low-tech, barulhos orquestrados, restos de sucata, instalações esculturais, filmes antigos e música eletrônica, são os elementos para criar uma atmosfera caótica, dinâmica e original. Este DVD reúne vídeos-instalações produzidas entre 1982-84.

*Esses três títulos marcados com asteriscos, estão reunidos também numa caixa chamada Coleção Caos e Colapsos. Imperdível para os fãs destes ícones máximos da música industrial européia!

Buzzcocks - Auf Wiedersehen
O grupo britânico de Manchester, Buzzcocks, centralizado no trio de músicos - Pete Shelley, Howard Devoto e Steve Diggle, foram influenciados por um show de seus compatriotas Sex Pistols. Para formar uma das mais interessantes bandas de pop punk. O estilo energético e irônico acabou criando seguidores como The Fall e Green Day. Neste DVD temos o registro histórico de um de seus melhores shows, em Hamburgo de 1981

Sex Pistols – Em Longhorn, 1978
O Sex Pistols aterrorizou os americanos na pacata Longhorn, num show antológico de 1978. Johnny Rotter, Steve Jones, Paul Cook e o lendário Sid Vicious, colocam todo mundo em histeria coletiva, cantando os clássicos “Anarchy in the UK”, “God Save the Queen” e “E.M.I”. Este raro registro entrou para a história do grupo como um dos mais tensos, no meio de americanos violentos e desconfiados com a rebeldia insana do quarteto punk.

Jello Biafra Em Dead Kennedys Em 1984
Dead Kennedys entrou para o hall da música punk pelas letras selvagens e subversivas, além das performances eletrizantes que deixavam seus fãs enlouquecidos. Um de seus melhores shows foi registrado por Dirksen em São Francisco, 1984. Nazi punks Fuck off, MTV Get off the air, Police Truck, Bleend for me, We´ve got: A Bigger problem now, entre outras músicas, aparecem neste histórico show. As imagens são raras e não foram conservadas adequadamente, gerando variações de cores e dropouts. Mas de certa forma ela colabora para a atmosfera punk anarquista do mitológico grupo de Jello Biafra.