segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
tomou?
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
núpcias, o verão - Albert Camus
Caminhamos ao encontro do amor e do desejo. Não buscamos lições, nem a amarga filosofia que se exige da grandeza. Além do sol, dos beijos e dos perfumes selvagens, tudo o mais nos parece fútil. Quando a mim, não procuro estar sozinho nesse lugar. Muitas vezes estive aqui com aqueles que amava, e discernia em seus traços o claro sorriso que neles tomava a face do amor. Deixo a outros a ordem e a medida. Domina-me por completo a grande libertinagem da natureza e do mar.
Aqui, compreendo o que se denomina glória:
o direito de amar sem medida. Existe apenas um único amor neste mundo. Estreitar um corpo de mulher e também reter de encontro a si essa alegria estranha que desce do céu para o mar. Daqui a pouco, quando me atirar no meio dos absintos, a fim de que seu perfume penetre meu corpo, terei consciência, contra todos os preconceitos, de estar realizando uma verdade que é a do sol e que será também a de minha morte. Em certo sentido, é justamente a minha vida que estou representando aqui, uma vida com sabor de pedra quente, repleta de suspiros do mar e de cigarras, que agora começam a cantar. A brisa é fresca e o céu, azul. Gosto imensamente desta vida e desejo falar sobre ela com liberdade: dá-me o orgulho de minha condição de homem.
Sobre o mar, o silêncio enorme do meio-dia. Todo ser belo tem o orgulho natural de sua beleza, e o mundo, hoje, deixa seu orgulho destilar por todos os poros. Diante dele, por que haveria de negar a alegria de viver, se conheço a maneira de não encerrar tudo nessa mesma alegria de viver?
Não há vergonha alguma em ser feliz.
Há um tempo para viver e um tempo para testemunhar a vida.Os deuses resplandecentes do dia retornarão à sua morte cotidiana. Mas outros deuses virão. E então, para serem mais sombrias, suas faces devastadas nascerão no coração da terra.
Penso agora em flores, sorrisos, desejo de mulher, e compreendo que todo o meu horror de morrer está contido em meu ciúme de vida. Sinto ciúme daqueles que virão e para os quais as flores e o desejo de mulher terão todo o seu sentido de carne e de sangue. Sou invejoso porque amo demais a vida para não ser egoísta... Quero suportar minha lucidez até o fim e contemplar minha morte com toda aexuberância de meu ciúme e de meu horror.
domingo, 6 de dezembro de 2009
desligue
Já tenho respostas de olhos abertos, mesmo quando estou adormecido...
Costumo cair quando trago uma nuvem oferecida (a cada palavra incompreendida).
Saliva seca que arranha o coração...Como cordas cortantes de um navio muito viajado...
Um desespero pouco superado, Música antiga...
Esses faróis em cor de mel já leram essa fábula. Já nem choram os dias...
O certo é que procuras as mesmas histórias...Aqueles sofríveis caminhos fazem do tédio uma pequena e melodramática aventura.
Viste como é bom sentir o vento de orvalho solitário no rosto? A sensação é intransferível em cada pele...
Meus nervos gritaram em lamentos da fresca espera...
Não preciso mais dos ouvidos porque os sons nem sempre dizem a verdade, e todos, todos que cantam nem sempre precisam sentir!
A verdade reivindica atos...
Vida - esse teatro intenso da crueldade...
Letras esdrúxulas que adornam aqueles que desistiram da vida...
Nada mais que isso – você lembra os detalhes daquele leito? Desisto de minha boca – ela alimenta os sintomas sintéticos que conversavam a verdade...(foi através dela que tentaram alcançar o ponto fraco verídico) Ah se não fosse aquele monte de lixo amontoado no lado esquerdo...
Eu não preciso de flores, não quero me explicar a ponto de não ser mais compreendido, como criança que chora, não por causa de um peito, mas sim por uma comunhão de maldiçoes e entrega.
Não preciso daqueles que se passam de santos ou mártires: eles podem ser quebrados no chão...Ou rabiscados nas paredes, ou nos santuários de adolescentes despidos...
Não preciso de agrado levianos que tentar de forma suplicante superar a posse de um toque.
Essa pequena cratera é um ralo degustando lagrima nunca expelida. Consome-me, porém abastece-me de um arsenal inesperado.
Pois bem meu amigo, já tenho todas as respostas aqui. Realmente seria melhor não ter mais olhos, mas se arrancados, a minha alma flagraria mais o que deveria (ou mais do que já vê!). Desligue meus sentidos, mostre a real anestesia que me traga de volta alguma criança adormecida que tenha ânsia das malicias vida abobada - ela está imóvel debaixo deste couro adocicado debruçado em ossos retorcidos.
(nesta caixa pulsante onde moram meus hóspedes mortos).
Ilusão fétida se conecta as mais mansas luzes da galáxia que acariciam os mais lodosos pensamentos.
Esse canto vazio onde esperava encontrar a esperança de um gozo eterno como orquestra que arquitetou a vida com promessas das flores...
Somos unos; terra, polpa, pasta bruta que ri da dor alheia, para injetar alegria azeda num rosto estático como máscara mortuária...
Avatares são equívocos...
Esses louvores ao nada.
O opaco & amargo do silencio ele não necessita de palavras... Não necessita de nós.
Adeus pai da tentação!
sábado, 5 de dezembro de 2009
vindo do além....
Bebo um copo de whisky manchas inevitáveis de serem notadas. Brinquei com o diabo, me iludi pela fantasia, fiquei feliz com meu fracasso. Meus desejos foram embora, madrugada sem sono...Como somos banais e ridículos; tentamos ser o que não somos! É uma pena não haver mais um sorriso em seu rosto que hoje eu amo, hoje só a saudade e a tristeza do que passou...
(E.M)
vontade líquida
domingo, 29 de novembro de 2009
The Danse Society
(este texto já foi reproduzido inclusive no last.fm sem minha autorização. tudo bem que não é grande coisas, mas propositalmente fiz algumas mudanças para que lá as incluam também).
Em seu pesadelo
Todos somos tão felizes
O OMD foi além do Danse Society ou o Danse Society foi além de OMD? Sei que pode ser viagem minha, mas as duas bandas trilharam caminhos parecidos; no começo de suas carreiras, o som de ambas causavam certa angustia e resistência numa atmosfera ou inferninhos iluminadas a meia luz. Com o passar dos anos eles renderam ao white funk que buscava as danceterias mais sofisticadas iluminadas com néon ou laser.
Das duas, eu tenho mais propriedade de falar daquela vinda de Shedffield que está na lista das minhas (cinco?) bandas prediletas e as quais suas músicas me fazem viajar em cenas de filmes b como "Um Mundo Desconhecido" (1951), "Fantasma do Espaço" (1953)...Aliás, elas poderiam ser a trilha de trechos deles em alguma montagem feita por algum fã para o Youtube.
Tudo teve início no Y?, uma banda composta por Bubble (baixo), Paul Gilmartin (bateria), Paul "Bee" Hampshire (teclados), Dave Patrick (guitarra) e o andrógino Steve Rawlings (vocais/synths e percussão). Em 1979, após gravarem a faixa "End of Act One", que fez parte da compilação Bouquet of Steel (lançada em fevereiro de 1980 e que reunia bandas da cena local, e é um item raríssimo!), o Y? anexou dois membros do Lips-X; o guitarrista Paul Nash e o tecladista Lyndon Scarfe. O Lips X tinha acabado de lançar, com muito esforço, um mini álbum em k7 chamado Everything to Lose e tinha uma direção muito parecida com o Y? e a idéia de juntar os talentos foi certeira. Com a fusão, o grupo denonimou-se Danse Crazy. Bee deixou a banda e foi para o Japão onde formou o glam/new romantic Panache e, depois, de volta à Inglaterra, assumiu os vocais do Getting The Fear, composto pelos ex-integrantes do Southern Death Cult que posteriormente se transformaria no Into A Circle.
Com a repercussão da cena eletro de Shedfield, o Danse Crazy é convidado para participar do lendário The World's Second Science Fiction Music Festival mais conhecido como Futurama Festival que aconteceu no Queen's Hall onde dividiria o palco com alguns nomes conhecidos: Joy Division, Cabaret Voltaire, A Certain Ratio, OMD, Public Image Limited, Soft Cell. Este evento que reuniu audiência de mais ou menos seis mil pessoas foi transmito pela TV BBC em novembro de 1980. O Danse Crazy apareceu em rede nacional tocando a música "Sink" cujo estilo é um bom resumo de sua fase arcaica que lembrava muito o Trisome 21 (que faz sua segunda apresentação em SP amanhã) dos primeiros compactos. Depois disso seguiram algumas apresentações, incluindo um show de abertura no Manchester Poly para o Cure que os convida para outro gig numa festa de Natal que Robert Smith e seus companheiros organizaram em Londres.
Dave Patrick e Paul Hampshire decidem ficar em Londres para fazer fama e dinheiro, mas caem no anonimato.
No início de 1981, os membros remanescentes imediatamente se trancam no estúdio Hologram em Stockport para gravar a música "These Frayed Edges" com Lyndon Scarfe fazendo as bases de baixo e teclado. Em fevereiro, depois de diversas audições, Tim Wright é convocado para o baixo e um segundo tecladista é dispensado da formação da época que contava com Paul Nash (guitarra), Steven Rawlings (vocais), Lyndon Scarfe (teclados), Tim Wright (baixo) e Paul Gilmartin (bateria). Com mudança significante do som, a banda decide mudar de nome; eles mantém a palavra “Danse”, devido ao grande número de seguidores desde a sua primeira encarnação, e no lugar de “Crazy” colocam "Society" , inspirado num poster que continha a frase "o país e a sociedade ocidental" visto num show em uma universidade local.
Próxima parada no estúdio e desta vez no Ric-Rac em Leeds para gravar o single “Clock/Continent” editado em maio daquele ano pelo próprio selo, Society Records. Logo em seguida assinam com o recém inaugurado selo punk Pax Records (cujo dono passou ser o empresário dos rapazes) que o reeditou o 7” em agosto de 1981. Aproveitando o contrato, lançam o 12” "There is no Shame in Death" que continha três faixas gravadas na fase "Danse Crazy"; a faixa título, a instrumental "Dolphins" e a enigmática "These Frayed Edges".
"Freqüentemente nos comparam com Joy Division, não sei exatamente porque. Talvez pelo feeling; em todo caso, a nossa música é otimista." - afirmou Rawlings.
Em outubro de 1981 participam da primeira Peel Session. A gravação aconteceu na Universidade de Sheffield com um set de quatro músicas: "Womans Own", "Were So Happy", "Sanity Career" e "Love As Positive Narcotic". A session passou a ser uma das favoritas de John Peel e foi reprisada três vezes. Este registro também agradou tanto a banda que "Womans Own" e "We're So Happy" viram versões oficiais e acabam virando single. A transmissão projetou a muito bem o que resultou num grande review de um show no The Golf Club publicado na Malody Maker no começo de 1982.
Em fevereiro daquele ano saí a coletânea anti-guerra da Pax chamada Wargasm, a qual a banda participa com a música "Continent" num track list só com bandas punks. Seguem então suas as disputadas apresentação de suporte ao Theatre of Hate (no The Marples) e Killing Joke (seu segundo show em Londres).
Alguns meses depois o EP “Womans Own” é lançado nos formatos 7” e 12”, sendo que o full lenght tinha mais duas faixas: “Belief” e “Continent”. O Danse Society volta para Londres para abrir dois show do UK Decay; um no Marquee e outro no Zig Zag Club.
Outra gravação em estúdio e desta vez é para a demo de “My Heart” e decidem trocar de empresário.
Em outubro de 1982 sai o mini-LP Seduction (Society Records), item básico para qualquer amante do early goth britânico. O disco foi bem recebido; visitou alguns charts independentes e ganhou até uma edição japonesa.
Seu amadurecimento musical chamou a atenção de algumas gravadoras grandes. O estilo do Danse Society poderia ser até básico para quem está acostumado com o som de muitas bandas da época (levemente dançante, teclados hipnóticos e cold wave...), mas tinha algo especial que poderia dar uma nova cara ao techno-pop em voga. A atmosfera aterradora das músicas e o vocal sussurrado de Rawlings reproduzidos fielmente no stage fez com que a resposta por parte do público e da imprensa também fossem bem positiva.
Após o lançamento do single “Somewhere”, em 1983, o Danse Society assinou com a Arista. O primeiro registro pela major foi o single “Wake Up” seguido do full-length Heaven Is Waiting. Com o respaldo da major, vieram as primeiras aparições no Canadá e nos EUA (no Danceteria) ocasionando uma maior popularidade. O imaginário criado pelos temas combinado com as luzes, fumaças e projeções de vídeos no palco fornecem uma boa idéia do clima do álbum Heaven is Waiting que apresenta um som mais coeso e elaborado. Mesmo assim, sua venda não satisfez as expectativas da Arista que passou a exigir um som mais pop. O pedido foi atendido muito a contra gosto, resultando no single “Say It Again”, cujos diversos remixes acabaram entrando nas paradas dance/pop do EUA e Europa. Descontente com nova direção musical, Lyndon sai e um novo tecladista é recrutado: David Whitaker (ex-Music For Pleasure), que rapidamente se adapta dando uma outra dimensão ao estilo do Danse Society.
Os fãs torceram o nariz para a nova fase. Opondo-se ao contrato, eles tentam voltar às raízes gravando em 1986 o single “Hold On (To What You´ve Got)”, que acaba não alcançando as vendas exigidas. Havia planos de lançar um álbum chamado Heaven Again, mas a Arista engavetou com receio de mais um fracasso comercial.
Em 1987, já fora do cast da gravadora, a banda finalizou o LP Looking Through, um álbum com mais pontos baixos do que altos. Em sua contra capa contém o aviso de que aquele seria seu último trabalho. Steve Rawlings decide partir para formar o Society, que durou muito pouco, mas lançou dois singles (“Saturn Girl” e “Love It”), ambos produzidos por Youth (Killing Joke, Brillant, KLF..). Este trabalho revela quem era o culpado pela discórdia que levou a sua saída do Danse Society: o vocalista assumia a proposta mais funk orientada por baterias sintéticas pronta para as pistas de dança. Depois da desastrosa experiência, anos mais tarde ele passou a dedicar-se ao projeto de música eletrônica ambiente chamado Meridian Dream, enquanto o resto da banda tentou segurar a onda (ainda como Danse Society) com o também ex-Music For Pleasure Mark Copson (vocal) gravando demos e fazendo algumas apresentações na Espanha. Após isso, passam a se chamar Johnny In The Clouds, mas logo se separaram.
Em 2001 a Anagram Records relançou em cd o mine-LP Seduction no formato de coletânea, incluindo outros singles em seu track list. É da Anagram também a segunda edição digital com bônus tracks de Heaven is Waiting (a primeira saiu por volta de 1992 pela Arista/Great Expectations). Em 2007 o selo também reeditou Looking Through em cd, com um encarte bacana, porém sua remasterização é algo constrangedor...
sábado, 14 de novembro de 2009
aqui é onde começa o fim
Não dou nenhum atributo artístico as coisas que risco ou colo, mas elas esboçam minha sinceridade porque ninguém até hoje me provou que essa “verdade” que insistimos em viver é a ideal. Tudo que é abstrato é irmã rebelde dessa “realidade” que não passa da representação reduzida do tudo ou do nada...Aliás, o que não tem forma é mais digno, desprovido de ordens, categorias. Mas, o que tem forma? Forma baseada em que? Dar a minha deformidade é de certa forma legitimar também essa preguiça das coisas estabelecidas na grande esteira da mesmice. Muitos esqueceram que essas camadas determinantes são invenções estúpidas e que confirmam a impotência humana diante do vácuo do absurdo. Muitos vivem apenas uma possibilidade...Sou um que percebeu o quanto medíocre é esboçar rebeldia sem bases sólidas. Niilismo por nada é uma coisa derrotista e sinto que alguns de meus gritos são mimados e sem eco...Reconheço...Aplaudo os sonhadores, criminosos & verdadeiros apaixonados e tudo que dança no escopo da complexidade, pois seus olhos fitam uma luz além do concreto, além do que “tem que ser”. Quando era criança brinquei num gramado de um hospício & vi que presenteavam seus internados com seus ossos & doses. Queria ter falado a cada “loucos” que são anjos com peles bordadas em negro & que estão em queda livre à essência e ao amor. Boca seca & olhos vermelhos – sou um silencio entrelaçado em escombros.
sábado, 31 de outubro de 2009
Christian Death (extraído do livro Goth Chic – Gavin Baddeley - 2003)
A banda mais influente relacionada com essa cena é o Christian Death, que, como o Bauhaus, sua contraparte britânica, foi fundada em 1979. O principal arquiteto da banda foi Rozz Williams, um habitante de Los Angeles que, na época, tinha apenas 16 anos – um talento inquieto e genial que se extinguiu com a mesma rapidez com o que brilhou (Rozz Williams não era o nome verdadeiro do cantor – auspiciosamente, o pseudônimo fora tomado de uma das suas sepulturas preferidas no cemitério local). O nome da banda – em parte, uma corruptela de Christian Dior – também refletia a rejeição do cantor a sua educação religiosa e, à medida que o Christian Death passou por várias formações, a temática anti-religiosa permaneceu constante. Mais tarde, a banda afirmaria que não atacava os ensinamentos de Jesus, mas os membros da Igreja que perverteram o credo por ele pregado para satisfazer os próprios desejos. O nome da banda e o logo em forma de cruz foram baseados na observação de que o cristianismo, que se propõe a ser a religião do amor, adota como símbolo o mecanismo utilizado para executar o seu messias.
A controvérsia inerente ao nome da banda foi uma espécie de tática de choque diferente daquelas empregadas pela cena death rock. Na verdade, o rótulo “gótico” é muito mais apropriado nesse caso. Enquanto seus companheiros do 45Grave (que receberam o apoio do Christian Death em sua primeira apresentação ao vivo) buscavam inspiração em cineastas responsáveis por produções de horror de baixo orçamento como Roger Cornan e Ed Wood, as letras do Christian Death revelavam influencia de Poe e Baudelaire.
Da mesma forma, o som atmosférico do Christian Death tinha mais a ver com os experimentalismos pós-punk de seus contemporâneos ingleses do que com o rock demoníaco dos Misfits. Até mesmo na aparência, os cabelos compridos e pintados com uma tintura preta como corvo, as bijuterias prateadas, as meias arrastão e as roupas de baile pretas utilizados por Williams o colocavam no mesmo grupo que os sinistramente andróginos góticos europeus, em vez de identificá-lo com o estilo “todo dia é Halloween” de seus companheiros americanos. Os vocais de Williams também exibiam os tons barítonos tão admirados pelas bandas góticas – na verdade, a voz do cantor às vezes parecia mais inglesa do que americana. O fato de Rozz afirmar que não tinha a mínima idéia do crescimento da cena européia torna esses paralelos ainda mais surpreendentes.
Entretanto, como muito de que é brilhante, o porvir foi repleto de atribulações e controvérsia. Na verdade, a confusão teve inicio quando o Christian Death fragmentou-se não muito tempo depois de lançar seu primeiro disco. Essa foi a formação inicial da banda, mas o futuro ainda guardava mais surpresas – o Christian Death surgiu novamente quando Williams juntou-se ao guitarrista e cantor Valor Kand, ex-membro do Pompeii 99, outra banda dark “alternativa” vinda da Califórnia.
Pouco depois da nova formação do Christian Death, a banda mudou-se para a França, o que permitiu que Williams absorvesse a atmosfera de Paris, a cidade que foi lar de tantos de seus heróis decadentes um século antes. Eles gravaram Catastrophe Ballet no Rockfield Studios, no País de Gales (o mesmo estúdio que recebeu o Bauhaus para a produção dos discos The Sky’s Gone Out e Burning from the Inside). Esse álbum, lançado em 1984, apresenta um som mais suave, multifacetado, de uma beleza sombria que confirmou a reputação cult conquistada pelo Christian Death entre o crescente público gótico. O retorno da banda aos Estados Unidos resultou em Ashes (1985), o ponto alto da formação clássica da banda, onde o misticismo pretensioso de Kand e a poesia envenenada de Williams enredaram-se, compondo um efeito sinistro. Esta também foi a ultima gravação de Williams como essa versão do Christian Death.
Inicialmente, a separação foi amigável, com Williams interessado em explorar novas direções. Entretanto, a essa altura o Christian Death estava se tornando uma verdadeira fábrica de dinheiro. No fim da década de 1980, na companhia da cantora Eva O., que fez backing vocals dos primeiros trabalhos da banda (os dois acabaram casando em 1988), o fundador da banda, começou a se apresentar mais uma vez com o nome Christian Death, Esse acontecimento enfureceu a ala que estava ligada à Kand, que insistia que Williams deveria pagar direitos a eles pelo uso do nome da banda. Os fãs ficaram confusos ao ver dois Christian Death rivais excursionando no início da década de 1990 e muitos lançamentos diferentes. A obsessão de Kand pela religião esotérica e pelo misticismo parecia impenetrável para os que conheciam o Christian Death através da figura de Williams. Essa rivalidade separou os extraordinariamente fanáticos fãs da banda da mesma forma que separou seus membros.
Muitos discos lançados por Williams nessa época ainda possuem resquícios de desespero, embora, mesmo assim continuem trazendo algumas pérolas – como o épico Path of Sorrow (1993), que o cantor descreveu como seu disco do Christian Death preferido. “Eu liguei para Rozz”, explicou Kand para revista Terrorizer em 2000. “Ele me disse que precisava do dinheiro. Não pude discutir porque Rozz fez suas articulações para registrar a banda no nome dele, mas essa não foi uma atitude justa”. A resposta de Kand foi continuar com seus próprios discos do Christian Death, todos pomposamente pessimistas, tentando estampar, de uma vez por todas, sua marca criativa na banda. Com um conteúdo inflamável, combinado com capas que atraiam a censura (como uma imagem de Jesus injetando heroína, no álbum Sex and Drugs and Jesus Christ, de 1988, ou as suásticas de All The Hate, lançado no ano seguinte), Kand expunha de forma pretensiosa e provocante suas opiniões a respeito de sexo, morte e religião.
A confusão foi dispersa da pior maneira possível quando Rozz Williams tirou a própria vida, enforcando-se em seu quarto em 1º de abril de 1998. Os amigos mistificaram os motivos do suicídio do cantor. Entretanto, uma avaliação superficial de seu legado artístico revela uma alma bastante conturbada, cujo dom criativo teve um preço terrível – a capacidade de enxergar a escuridão do mundo com uma dolorosa clareza. Como muitos de seus heróis decadentes, o cantor encontrou conforto nos narcóticos, e o mesmo vício em heroína que ajudou a inspirar suas apresentações espantosas, onde recitava poemas como Whorse’s Mouth (1996), corroeu seu espírito.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
marginalidade do moderno
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
sábado, 3 de outubro de 2009
saints are down
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Guerre Froide (editado originalmente no meu Junkeria Nefasta)
Talvez o estimulo desse revival também tenha sido dado em 2004, quando o selo alemão Genetic Music decidiu tirar do anonimato o único rebento em vinil do Guerre Froide – um EP contendo quatro canções. A memória resgatada no cd não continha nenhuma faixa extra e sua arte, obviamente em menor escala, continha uma réplica do pôster que vinha em sua edição original.Os admiradores desse tipo de som sentiram-se mais instigados do que totalmente satisfeitos com esse agrado. A procura de mais músicas em mp3 provenientes das duas raríssimas tapes viraram febre entre os aficionados nos fóruns de especializados. O Guerre Froide ganhara então o status de cult. Antes póstumo do que nunca...
A banda iniciou suas atividades em 1980 e era formada por Yves (que no fim dos anos 70 integrou diversas bandas punks como Stress e Banlieue Nord), Fabrice, Patrick Mallet (ex-Skniks, baixo) e Gilbert Deffais (programação). Como muitas bandas de sua época, agregava a poesia, as artes e a tensão bélica pós-Segunda Guerra (que inspirou seu nome) dentro de um som meio tosco, mas carregado de climas dirigidos por um baixo quase distorcido de tão grave e bits secos. Soava simples, introspectivo ao mesmo tempo agressivo. Essas combinações de “impacto” transcendiam com exatidão toda aquela névoa existencialista que há décadas pairou sobre a juventude francesa.
Após bem sucedidas apresentações nuns buracos nos arredores de sua cidade natal, Lille (situada na fronteira com a Bélgica), onde reunia um significativo número de fiéis admiradores, a banda partiu para a gravação da primeira tape – “Cicatrice”, editada pelo pequeno selo de Yves, o Cryogénisation Report Tapes.
No ano seguinte, Mallet debandava e dava lugar a Jean-Michel Bailleux. Uma nova integrante foi convocada: Marie-José Deffais entrava para agregar novos elementos eletrônicos com seu sintetizador analógico. Sua sonoridade ganhou um aspecto futurista-primitivo; minimalista e mecânico, o que pode ser comprovado no seu 12” homônimo de 1981. Esse som cru, repetitivo e monótono despertou atenção de muitos da mesma forma instantânea que durou a própria banda.
Após o desmembramento do Guerre Froide, Yves andou pelo underground tocando com o Gegenacht, banda com orientação mais industrial e performática. Uma sessão de estúdio e uma presentação ao vivo foram compiladas para a tape "At Home!" lançada em 1984. Era mais uma edição humilde da Cryogénisation responsável por outra fita do seu projeto posterior, o Pour L'Exemple que marcava retomada da sua parceria com Fabrice Fruchart. Esse projeto receberia mais atenção que os anteriores, durando de 1986 a 1992, chegando a produzir um EP também muito disputado pelos colecionadores. Musicalmente, essas investidas mostravam quase a mesma linha; ritmo marcial encoberto por um clima deliciosamente decadente.
Depois de anos de completo silêncio, o duo decidiu continuar a trajetória do Guerre Froide. Estimulados pela aclamada reedição do seu único EP, eles assinaram com o selo Brouillard Définitif e gravaram finalmente um álbum completo - "Angoisses et Divertissement". Para preencher seu line-up eles recrutaram um novo baixista: Samuel Druon. O cd compõe-se essencialmente de canções gravadas entre dezembro de 2006 e março de 2007. O álbum possui homenagens a dois grandes escritores do século passado como Antoine de Saint-Exupéry em "Saint-Ex" e Arthur Rimbaud com "L'Eternité" assim como readaptações de antigas canções como "A Corps Perdus" do Pour L'Exemple, das clássicas “Demain Berlin” (aqui com o subtítulo de “Zum Ende”) e "Romance", ainda uma reprise de “La Chanson d'Ian”, tirada da demo de 1980.
O lançamento chega como consolo pra os fãs e, como dito acima, algo tinha que ser feito para concluir esta fria fábula, porém esperamos que seu desfecho definitivo ainda demore a acontecer.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
um pouco de transcendência da espécie & amor
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
j'e t....
sábado, 26 de setembro de 2009
Tolstoi
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
nada
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Christian Death - The Drowning (tradução livre)
Por três dias estive de pé
Por três dias estive de pé
Por outros seis fui abatido no chão
Incisões não podem penetrar em meus pés
Provocar tensões, fazê-los escorregar, deixá-los dormentes
As mãos se mantiveram atadas à pele sem carências
Rasgada, oculta, invocadas em silêncio
Você, em habitações mudas
Você, num sono de sarjeta – amor
Você, nasce para ser morto – luvas enfaixadas
Você vestindo filhas e filhos
Assim como você – eu estou despedaçado e frágil
Assim como você – estou provando meu coração pela primeira vez
Assim como você se alimentando num breve descanso
Assim como você – deixei meus olhos distantes para trás
Pedindo atenção e ainda me afogando
Repouse no oitavo dia
Repouse no oitavo dia
Fui arrastado de volta ao primeiro
Dedos indelicados enfraquecem meus olhos
Eles choram, espreitam, se debatem cegamente
Não há sanidade para que eu volte a ficar de pé
Estou num quarto vazio
Estou incendiando a formalidade dos livros
Estou perdido com você na cama
Quebrando os espelhos para por fim em tudo que já vi
Assim como você – eu estou despedaçado e frágil
Assim como você – estou provando meu coração pela primeira vez
Assim como você se alimentando num breve descanso
Assim como você – deixei meus olhos distantes para trás
Pedindo atenção e ainda me afogando...
(Rozz Willliams)
domingo, 20 de setembro de 2009
Terrapin (Syd Barrett)
Eu realmente te amo, e eu quero dizer você
A estrela sobre você, azul cristal
Bem, ah querida, eu estou perdendo meus cabelos por você...
Eu vôo por cima de voce, sim eu vôo
Bem, ah querida, eu estou perdendo meus cabelos por você...
As barbatanas, um lugar cheio de luz
As presas ao redor do palhaço
Está escuro la embaixo a rocha esconde tudo
A luz do sol é boa para nós
Nadar de um lado pro outro é tudo que fazemos
Bem, ah querida, eu estou perdendo meus cabelos por você...
As barbatanas, um lugar cheio de luz
As presas ao redor do palhaço
Está escuro la embaixo a rocha esconde tudo
A luz do sol é boa para nós
Porque nós somos os peixes e tudo que fazemos
Nadar de um lado pro outro é tudo que fazemos
Bem, ah querida, eu estou perdendo meus cabelos por você...
A estrela sobre você, azul cristal
Bem, ah querida, eu estou perdendo meus cabelos por você...
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
vômito
sábado, 12 de setembro de 2009
assim...
(Rozz Williams)
história do amor
Sei que sou um tremendo tolo nestes pensamentos. Sou um feto do que já foi tratado em linguagem (ou entulho), mas me instiga e surpreende de forma muito honesta.
Prévias conclusões me dão este prematuro sinal: só contempla realmente a vida quem já desceu seus mais obscuros e lamacentos degraus que nada mais são que adubos sinceros. Depois de relarmos no que chamamos de morte passamos a respirar com mais vontade, pois enamoramos por alguns instantes as caricias do silencio inalcançável ou, em outras palavras, o nirvana por meio daquilo que poucos conseguiram traduzir: o amor, a extensão mais nobre de todo apetite. Depois que tomamos consciência disso, queremos noticiá-lo ao mundo por meios absurdos, gulas, dorzinhas, grunhidos e luxúrias que tomam cores e formas em nossos corpos e na natureza, aromatizados e
genuinamente dementes marchando paradoxalmente para a extremidade(útero).
"E se você notar o demônio em você
O anjo em mim
Jesus em você
O diabo em mim"
(Echo & The Bunnymen - Angels And Devils)
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Shadow Project - poetry
Exausto, ele cai na cama.
Enrolado num entulho, o local do enterro.
Perdido num embaraçoso desmaio,
Ele permanecia deitado ali apreciando a derrota
- A simpatia o deixou imóvel -
Quando a fumaça dissipou
Ele rezou para que alguma coisa acontecesse
A luz de uma vela de aniversário
Extinguiu-se em nuvens de olhares distantesde prédios abandonados
Que começaram a chorar
Confundindo uma confortável ilusão
"Se eu amei a praga exterior,
Eu imploraria para ser libertado.”
Usando suas mãos,
Sua própria carne pneumática
Mediu sua seringa e ateou fogo ao próprio corpo.
E um som horrível ecoou na parede,
Deixando um rombo no topo de sua cabeça
Observou que sua mão esquerda,
Poupada pela morte,
Feriu seu peito
Punindo a pele negra da sua alma
Caído na calçadaUm aço liso inoxidável esticou-se
Na forma de uma pesada esteira de fábrica que estendeu seus pecados
- Seu corpo não podia controlar o medo profundo
Do assassino que o mirava-
Com respiração ofegante,
Ele apanhou com muletas
E foi violentado por sua própria sexualidade
Este homem é um símbolo da força
- Um legado da hostilidade e da verdade -
Uma desculpa abafada permanecia sussurrando
“O humilhado morrerá.
Morre como se congelado
Imobilizado contra o chão”
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
poeta negro (Antonin Artaud)
te surpreende poeta amargo, a vida borbulha
e a cidade arde, e o céu se forma em chuva,
e sua pluma arranha o coração da vida.
nos pináculos multiplicados;
cabeleira de tormenta, os poetas
montam sobre cavalos, cachorros.
flui as narinas como de azul leite materno.
estou suspenso em suas bocas
mulheres, duros corações de vinagre.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
drowning like the garden
Apenas o vento opaco borrava aquele cenário – sopro que tecia um eterno acordo com as mais estranhas memórias. A distancia desenhada no horizonte embalava a saudade. “Estarei sempre a sua volta. Eu voltarei...”.
De onde vinham essas palavras anestesiantes? O cativo crepúsculo impedia qualquer suicídio...
Permanecer é vaidade.
sábado, 29 de agosto de 2009
sonido
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
weekend n' roll
Happy Hour
21h30 às 3h30
Sexta 28/08
R$ 15,00 de entrada (sem lista) ou R$ 10,00 de entrada (lista)
Lotação: 150 pessoas
Drops Bar - Rua dos Ingleses, 182, em frente ao teatro Ruth Escobar
Sábado rola mais uma e aguardada edição do Let's Goth (subprojeto do Let's Rock) na Toy Lounge. Idealizado pelo DJ Humberto Luminati, a festa é uma das poucas e mais dignas do gênero que acontecem ainda em SP. Para quem curte crossover, industrial, dark/goth metal, post-punk e death rock este é o lugar - gente cagada e radical não faz parte do repertório, pois, assim como o Drops, o seu conceito é do tipo "vamos reencontrar os amigos e nos divertir" e seu clima clean (but "dark") não comporta gente imbecil e radical que ainda insiste com aqueles velhos papos que exalam vinho de quinta....Esta edição também contará com um pocket show do White Light Lametta, o mais novo projeto eletro dos"Brides" Julia Ghoulia e Corey Gorey (NY) que fechará sua pouca divulgada tournezinha que passou por alguns clubs da cidade durante o mês de agosto. Será no mínimo curioso!
sábado, 22 de agosto de 2009
labyrinth
Diga que este é o mesmo sol girando no mesmo céu
Diga que estas são as mesmas estrelas fluindo na mesma noite
Diga-me que este é o mesmo mundo girando pelo mesmo espaço
Diga-me que este é o mesmo tempo tropeçando pelo mesmo dia
Então diga que esta é a mesma casa e nada na casa mudou
Yeah, diga que este é o mesmo quarto e nada no quarto é estranho
Diga-me que este é o mesmo garoto queimando na mesma cama
Diga-me que este é o mesmo sangue penetrando na mesma cabeça
Diga que este é o mesmo gosto que se tira do mesmo beijo
Diga que você é a mesma e sempre foi assim
Diga que você é a mesma, diga que você é a mesma e sempre e para sempre será
Diga que você é a mesma
O mundo está imóvel – o espaço está parado
O tempo acabou – o dia está derrubadoA casa está escura – o quarto está cicatrizado
O garoto está morto – a cama está dura
O sangue está grosso – a cabeça está estourada
O gosto está seco – o beijo é sede
Nào, isso nunca foi assim
Você não é a mesma, você não é a mesma
E isso nunca é, realmente
E você não é a mesma, você não é a mesma
Nào, isso nunca foi assim
Você não é a mesma, você não é a mesma
E isso nunca é, realmente
Oh, sempre foi assim
Tudo deve ter mudado
Ou sou eu...
Extraído do livro Goth Chic de Gavin Baddeley (2003)
Segundo Nico, "The Marble Index tem a ver com a minha ida a Berlim em 1946, quando era bem pequena e vi toda a cidade destruída. Gosto do império decadente, a imagem do império decadente”. A palavra “decadência” insinua uma prazer degenerado, mas também uma imagem comum na arte decadente. O mesmo ocorreu a Nico, em ambas as avaliações. Suas lembranças sombrias da Berlim arruinada, antes a cidade mais pecaminosa do mundo, são destiladas em The Marble Index através dos vocais germânicos caracteristicos da cantora. Após o sutil folk-rock de seu disco de estréia solo, Chealse Girl, de 1968, The Marble Index marcou a descida de Nico ao território problemático que a própria artista escolheu para si. Autenticamente estranho e hipnótico, o som espectral dos vocais harmoniosos e friamente taciturnos brandia um sinistro feitiço negro que afastou muita gente, mas a estabeleceu como uma artista cult. As apresentações ao vivo de Nico também eram imprevisíveis e melancólicas. Ela rejeitou uma apresentação enigmática que a denominava como um “membro da Sociedade Secreta” em um show em 1979, em Nova York, preferindo ser apresentada como “um possível Fantasma da Ópera”. De acordo com um fã que estava na platéia, ela chegou a desprezar a própria música, qualificando-a em sua fala germânica arrastada, como “um rréquiem, uma música funerral”.Mas um número suficiente de pessoas foi atraído por uma atmosfera fria e sustentou a existência precária e a carreira fonográfica errática de Nico. O clímax de seu primeiro ciclo e réquiens oriundos diretamente do lado negro veio em 1974, com o apropriadamente nomeado The End. A faixa título era um assombroso cover da saga surreal de patricídio e incesto dos Doors, gravada como tributo a Jim Morrison, o poeta e vocalista da banda, que morrera três anos antes. Morrison foi uma das várias lendas do rock quem Nico esteve romanticamente ligada, descrevendo-o como sua “alma gêmea’. Ambos compartilharam uma relação doentiamente confortável com a morte. “A vida era um tédio para Nico”, disse Alan Wise, que empresariou Nico na década de 1980, “ela costumava dizer que estava a apenas dois minutos da morte”. Em 1967, de acordo com o produtor do Doors, Paul Rothchild, Morrison “levou Nico para o alto de uma torre, ambos nus, e Jim fora de si de chapado, subiu no parapeito e caminhou por ele, a uma altura de centenas de metro. E lá estava aquela estrela do rock, no auge da carreira, arriscando a vida para provar a uma garota que a existência não valia nada”.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
ao ritmo morto-vivo
Seus dois primeiros registros foram lançados em k7, entre 1991 e 92. Depois disso, decidem criar seu próprio selo, Christus Release, por onde editaram dois EP's:
- In Morning (1994) - um trabalho ainda amador, com sonoridade meio “demo-tape”, onde as três faixas exploram climas medievais através de melodias sintéticas. Seu encarte apresenta a seguinte descrição: “Aqui estamos te presenteando com nossa fruta proibida – In Morning - dividirá com você as primeiras lágrimas da noite...”.
- Angel (1995) - traz vocais quase sussurrados guiados por um arranjo cold wave. Destaque para a faixa "Christiane F", onde a personagem é tida como morta, ressuscita e tenta lembrar-se quem foi.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
hóspede
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Paganismo - por hakim bey
CONSTALAÇÕES POR ONDE dirigir o barco da alma.
"Se o muçulmano entendesse o Islã ele se tornaria um idólatra" - Mahmud Shabestari
6 – conceito sufista, que significa benção, graça, a força vital de toda criação.
7 – Ou H. Trismegisto, mitológico fundador do hermetismo, doutrina ligada ao gnosticismo, no Egito, século I.
8 – Festival de inverno celebrado pelos índios da costa noroeste dos EUA, com distribuição e eventual dissipação dos bens do anfitrião.
9 – O mais importante dos símbolos de Shiva, que tem a forma de um falo, e representa o aspecto impessoal de Deus.
10 – Doce turco.
cantos
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
domingo, 2 de agosto de 2009
permanência
And if I'd the spell to claim your existence
Your clandestine thoughts; your soul's soft persistence
I'd follow the mirror aglow with your image
Your water-grave eyes, and your lingering fragrance
But unknown by you; lost in the shadows
I fade and remain
Love incarnate; mere irreligion
I fade and remain
My reverie thoughts can travel great distance
Yet deign I embrace you, with meek adoration
Your fragile humanity rised with contrition
You fade and remain
Youthful; timeless; deification
You fade and remain
sábado, 1 de agosto de 2009
folk noire
Then he killed her with his knife
How easily love's vine does will
Then he killed her - struck once, then twice
Then he killed her with his knife