segunda-feira, 7 de setembro de 2009

poeta negro (Antonin Artaud)


Poeta negro, um seio de donzela
te surpreende poeta amargo, a vida borbulha
e a cidade arde, e o céu se forma em chuva,
e sua pluma arranha o coração da vida.

Selva, selva, os olhos formigam
nos pináculos multiplicados;
cabeleira de tormenta, os poetas
montam sobre cavalos, cachorros.

Os olhos se enfurecem,as línguas giram o céu...
flui as narinas como de azul leite materno.
estou suspenso em suas bocas
mulheres, duros corações de vinagre.

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