quarta-feira, 15 de julho de 2009

carta de esclarecimento à uma compaixão (cagando no túmulo 2005-07)

Pois é, eu fui mais uma vítima de sua carência. Você me contou a sua história e abracei uma "causa social". Desperdicei dois longos anos ao seu lado. Você tinha de tudo para se dar bem, mas vamos aos pontos. O seu rosto bonitinho tem uma murrinha e até combina com as apêndices inflamadas de minha cidade. Seu pai é (ou era?) apenas um bom boêmio, exposto a fatalidade incurável da promiscuidade. E você chora por isso? Coloquemos tudo no mesmo plano. Você o idolatra e segue passos deste cristão moribundo - segue os velhos passos luxuriosos, o que não é um problema desde que não se materialize numa patologia crônica de banalidade....Essas paixões em série nunca vão te suprir até que assuma de vez a sua vontade de abraçá-lo e aceitar sua condição adolescente mal resolvida com sede cambaleante pela vida. Eu tomei conhecimento de suas cartas diagonais, seus contatos com alguns "Judas" - porque será que você repreendia minhas "ameaças" tão menos frescas que as suas? Sua escrita têm sangue, comovem, porém não existiria se não fosse esse conjunto de bobagens, ódio e paganismo ingênuo que você faz questão de carregar. Não chore por aqueles que te viram as costas; eles apenas não se comovem mais com suas hipocrisias. Mesmo acompanhada, você não verá o sentido de suas desilusões. Fique bem e longa vida - você encontrará seu lugar e sou sincero em meus votos (hoje entendo a mutação da dor – as reais vontades desembocam na beleza). Ah! Eu perdôo aquele tapa e confesso que nunca me arrependi de ter te presenteado com livros e músicas. Um dia todo mundo acaba entendendo.

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