domingo, 26 de abril de 2009

porc d'amour

Não era por você. Era por mim. Fui ali porque não sou peça de comício. Não faço isso para cuspir em sua cara. Faço isso em reverencia a minha vaidade, desta que alguns sopram em meus ouvidos. Hoje emprestei a minha vontade ao nada. Esperei amanhecer e tomei chuva para refrescar a angustia e apagar algumas de suas verdades. Aquele beijo num pedaço à toa não me mostrou possibilidade, apenas não era por você, era eu somente fingindo que neste plano não se lamenta, que posso te burlar... Eu entendi a celebração...Em minha neblina...Ritmo aceleradamente retardado, uma espécie de samba futurista – a grande sacada é: onde há desordem, há anseios sinceros e vida. Onde há julgamento pela matéria que envolve o sujeito, cheira merda ditatorial. A marcha da moral tentou me foder com a sua linearidade preguiçosa e com esta clareza inalcançável que meus olhos tanto se escondem. Espere, contorça sua carapaça; o azedo de sua transpiração já me fez quase desistir. Vocês celebram um fim insosso. Eu as fito, lesmas brancas que lambuzam tudo que é puro com sua verdade, desenhando o horizonte com pretensão, como se já estivéssemos em dias que virão, sem qualquer adversidade. Eu fiz e faço por mim. Fui ali e ouvi “gosto de guitarra” (isso não poderia ser um violino dos guetos?), porque estou longe de ser peça de um catalogado racial. De fato, celebrar a casca é estar exposto ao fungo idoso que te deforma porcamente.

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