segunda-feira, 20 de abril de 2009


O austríaco George Trakl é um dos meus poetas prediletos que tive o privilégio de conhecer através da coletânea Poesia Expressionista Alemã, organizada e traduzida por Claudia Cavalcanti. Ele nasceu no final do século 19 e desde a juventude foi fascinado pelos poetas malditos franceses que influenciaram decisivamente sua obra. Formado em Farmácia, George era viciado em cocaína. Esteve no front da Primeira Guerra, ajudando a salvar vidas dos soldados feridos. Tal fato o conduziu a um estado depressivo profundo, o que resultou em sua morte por overdose ao 27 anos.

O SONO

Amaldiçoados, veneno escuro,
Sono branco!
Este jardim estranhíssimo
De árvores entardecentes
Fartas de serpentes, falenas,
Aranhas, morcegos.
Forasteiro!
Tua sombra perdidaNo crepúsculo,
Um obscuro corsárioNo mar salgado da tribulação.
Esvoaçam pássaros brancos na aba da noite
Sobre cadentes cidades
De aço.
("Der Schlaf" - tradução André Vallias)

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