Não era por você. Era por mim. Fui ali porque não sou peça de comício. Não faço isso para cuspir em sua cara. Faço isso em reverencia a minha vaidade, desta que alguns sopram em meus ouvidos. Hoje emprestei a minha vontade ao nada. Esperei amanhecer e tomei chuva para refrescar a angustia e apagar algumas de suas verdades. Aquele beijo num pedaço à toa não me mostrou possibilidade, apenas não era por você, era eu somente fingindo que neste plano não se lamenta, que posso te burlar... Eu entendi a celebração...Em minha neblina...Ritmo aceleradamente retardado, uma espécie de samba futurista – a grande sacada é: onde há desordem, há anseios sinceros e vida. Onde há julgamento pela matéria que envolve o sujeito, cheira merda ditatorial. A marcha da moral tentou me foder com a sua linearidade preguiçosa e com esta clareza inalcançável que meus olhos tanto se escondem. Espere, contorça sua carapaça; o azedo de sua transpiração já me fez quase desistir. Vocês celebram um fim insosso. Eu as fito, lesmas brancas que lambuzam tudo que é puro com sua verdade, desenhando o horizonte com pretensão, como se já estivéssemos em dias que virão, sem qualquer adversidade. Eu fiz e faço por mim. Fui ali e ouvi “gosto de guitarra” (isso não poderia ser um violino dos guetos?), porque estou longe de ser peça de um catalogado racial. De fato, celebrar a casca é estar exposto ao fungo idoso que te deforma porcamente.
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