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terça-feira, 24 de junho de 2014

Nascimento (Georg Trakl)



Montanhas: negror, neblina e neve.
Vermelha, a caça desce a floresta;
Oh, os olhares de musgo da presa.

Silêncio da mãe; sob pinheiros negros
Abrem-se as mãos dormentes
Quando, vencida, aparece a fria lua.

Oh, o nascimento do Homem. Noturna murmura
A água azul no fundo da rocha;
O anjo decaído olha em suspiros sua imagem,

E pálido corpo desperta em câmara úmida.
Duas luas

Iluminam os olhos da anciã pétrea.
Dor, grito que dá à luz. Com asa negra
A noite toca a têmpora do menino,
Neve que desce de nuvem purpúrea.

(Tradução: Cláudia Cavalcante)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O Passeio (Alfred Lichtenstein - 1913)


Tu, esses quartos
Fixos e as áridas ruas
E o rubro sol das casas,
A infame repugnância de todos
Os livros há muito já folheados –
Não os agüento mais.

Vem, precisamos sair da cidade
Para muito longe.
Vamos deitar-nos em
Suave gramado.
Ameaçadores e tão abandonados,
Contra o absurdamente grande,
Mortalmente azul, brilhante céu,
Levantaremos mãos choradas
E encantados,
Descarnados, apáticos olhos.

Alfred Lichtenstein foi um dos primeiros poetas expressionistas alemães. Ele nasceu 23 de agosto de 1889 em Berlim. Seus poemas foram publicados a partir de 1910 em alguns dos periódicos mais importantes do Expressionismo, como o Der Sturm. Cursou direito com pós-graduação sobre legislação teatral 1913, ano em que foi convocado para servir o exército em Monique. Em 25 de setembro de 1914 morreu no front da Primeira Guerra Mundial, aos 25 anos de idade.