Mostrando postagens com marcador Malaise Music -- Rozz Williams The Lost Recordings. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Malaise Music -- Rozz Williams The Lost Recordings. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Ouvidos chamuscados para 2012

O ano de 2011 se foi e alguns relançamentos passaram quase batidos. Porém, é bom lembrar que para este ano teremos mais "novidades". Antes de mais nada (há muito ia comentar isso por aqui), como muitos, fiquei bastante decepcionado com a volta do Danse Society. Na verdade era de se esperar um desastre, como já vem acontecendo há algum tempo com as bandas da fase áurea do "goth punk", que de forma mercenária e vulgar tentam em agradar os neófitos deathrockers sem referência (isso me lembra aqueles circos do interior que anunciam uma atração falsa para alegria de gente carente de cultura)...Se eu fosse destas bandas, ficaria bem quietinho no meu canto e honraria o meu passado...No caso do Danse Society a coisa extrapolou a breguice - o baixista Paul Nash (o único remanescente da formação original) foi o mentor desta palhaçada toda. Ele recrutou uma perigótica para os vocais, bebeu da fonte "metal gótica" e manchou a discografia da banda com Change Of Skin, álbum lançado no semestre passado e que deve de qualquer modo ser evitado...Uma prova disso está no clipe promocional do single "Revelation", que pode ser descrito como "no mínimo constrangedor". Eu cheguei a postar diversas frases indignadas no Youtube até ser bloqueado (Paul Nash perdeu a noção e virou um convicto ignorante)...Sei que os outros membros que não participam desta desastrosa investida devem pensar o mesmo que eu. No entanto, para compensar a carga de críticas negativas (talvez para acalmar os ânimos mais exaltados dos fãs mais antigos), Nash decidiu desengavetar as demos da banda gravadas entre 1983 e 1984, durante a gestação do álbum Heaven in Waiting na coletânea Demos Vol. 1, colocada a venda em formato em mp3 no site oficial da banda. Alguns meses depois o selo americano Dark Entries resolveu licenciá-la e fez uma bela edição em vinil, que trás um encarte repleto de fotos, letras e notas do jornalista Mick Mercer. É um disco fundamental para colecionadores que apreciam raridades deste tipo. Além deste item do Danse Society, eu recomendo que dêem uma checada no restante do catálogo da Dark Entries repleto de muita coisa boa e que nunca imaginei que um dia fosse ver no formato "bolachão", como o cultuado duo belga "minimal wave" Vita Noctis que ganhou uma coletânea dupla com todas as músicas lançadas (em K7 e num único 12") durante a sua efêmera existência.


Ainda na linha "muito gótico para ser punk e muito punk para ser gótico" a Jungle Records finalmente cumpriu a promessa de relançar material do Bone Orchard. Lembro que na pequena biografia que escrevi no Junkeria Nefasta eu pedia que a Jungle ou a Cherry Red Records nos presenteassem com alguma reedição em cd. Eis que para aqueles que sobreviveram, as preces foram atendidas. Stuffed To The Gills & Other Fishy Tales a versão turbinada do EP Stuffed To The Gills que foi o primeiro lançamento da banda concebido em 1983 e que continha material gravado numa Peel Session (era de praxe muitas bandas desta geração reaproveitar o material destas sessões em sua discografia oficial). Além das músicas deste disco, esta coletânea contém material extraído de outros singles e do seu álbum de estréia, Jack (1984). O melhor de tudo que as canções foram remasterizadas e como bônus o case vem com um dvd contendo clipes promocionais (a maioria inédito, já que dois deles já tinham feito parte dos dois volumes do dvd In Goth Daze, da Cherry) e uma pequena apresentação ao vivo no Amsterdam Paradiso. Para aqueles que não conhecem, o Bone Orchard foi uma banda inglesa de gothabilly formada em 1983, por Chrissy McGee (uma versão feminina dos vocais de Nick Cave), Mark Horse (guitarra), Troy Tyro (guitarra), Paul Henrickson (baixo) e Mike Finch (bateria, logo substituído por Ben Tisball). Sua carreira foi bem curta, porém bem intensa - durou um pouco mais de dois anos, chegando a lançar quatro singles, dois álbuns e uma coletânea não oficial e homônima na Espanha. As ilustrações das capas dos seus discos, sem exagero, são verdadeiros “quadros” de neo-expressionismo, que já davam uma idéia do contexto poético e insano de sua sonoridade. Além da parte instrumental e das letras, a banda se preocupava bastante com o lado visual/artístico, chegando a ter alguns dos seus clipes (cujo o imaginário surrealista carrega fortes influênias de David Lynch) dirigidos por gente de renome no meio underground de Brighton, cidade onde a banda emergiu.


O The Sound foi uma banda que só teve a discografia relembrada e reeditada digitalmente em 2001 pelo selo inglês Renascent. Foram 11 cd's no total, contando com as captações ao vivo da série The Dutch Radio Recordings. Depois de expirar a licença, a Warner (a dona do selo Korova) reclamou os direitos dos dois primeiros álbuns e a Renascent foi obrigada a tirá-los de seu catalogo. Boatos sobre uma nova reedição pela major surgiram há uns dois anos atrás...Até que o seu novo selo independente, intitulado 1972, anunciou para o dia 31 deste mês a recolocação de Jeopardy e From The Lions Mout nas prateleiras. Ainda não se sabe se estas novas versões também sairão em vinil como aconteceu com Echo and the Bunnymen que teve os discos Porcupine e Ocean Rain discos relançados pela 1972. De qualquer maneira, se forem apenas em cd se espera um acabamento do seu encarte seja bem melhor que aquele digipack furreca que a Renascent apresentou...Banda na altura do Sound, merece coisa melhor; no estilo deluxe, remasterizado e com vários bônus tracks. Que assim seja...Ah, já ia me esquecendo - os primórdios do The Sound (quando Adrian Borland e cia se denominavam The Outsiders) poderão ser conferidos em fevereiro em dois cd's imperdíveis pelas Cherry Records.

Se eu fosse enumerar o tanto de discos bons dando as caras novamente gastaria horas escrevendo. O vinil lá fora voltou contudo e, ironicamente, ressurge como uma centelha de esperança na falida industria fonográfica. Aqui no Brasil o mercado, principalmente de rock, também está pra lá de murcho (seria a volta do vinil a salvação?). As grandes gravadoras abriram mão de relançar bandas de rock independente internacional, mesmo aquelas que andam fazendo a cabeça dos mais antenados. Semana passado eu li a notícia que um selo carioca está fazendo um trabalho legal e colocando a cara pra bater; o Lab 344. Discos consagrados do The White Stripes estrearam uma séria chamada Lab.Rocks que pretende lançar até março, cd's e dvds de bandas como Pixies e The Cult. Quais os títulos? Ainda não sei, mas já estou ansioso, esperando que haja algum atrativo que valha a aquisição. O The Cult anunciou um novo álbum para este ano e bem provável que se trate mesmo de material inédito.

Notas rápidas: o selo franco-americano pelo visto Season Of Mist congelou os relançamentos do Christian Death (Valor). Depois de Ashes e Catastrophe Ballet , acredito que Valor esteja dando problema nas negociações. Espero que eu esteja errado, porque dentro deste "pacote" teríamos até um dvd com aqueles clipes gravados nos anos de 1980 que são verdadeiros shows de horror (leia-se cafonas). A Malaise Music desde setembro também não solta nada do série The Lost Recordings do Premature Ejaculation; o último foi Dead Whorse Riddle (MAL9). Será a crise? Depois de assinar com a Prophecy e lançar um single e um álbum inédito, o Sol Invictus vem relançando ininterruptamente sua discografia completa em caprichadas edições em cd remasterizados, capas em digipack, bonus track, aquele capricho todo pra fã nenhum botar defeito.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Premature Ejaculation - Rise (MAL6)

Dando continuidade a série The Lost Recording, a Malaise Music acabou de disponibilizar em seu catálogo mais uma gravação “perdida” do Premature Ejaculation, Rise - um trabalho do originalmente lançado em formato cassete em 1987. Esta edição também apresenta um bônus track; Come Organisation's Necrophilia, uma obscura fita de uma só faixa lançada na segunda metade de 1983.
Rise possui 12 faixas sendo que cada uma contém trechos de um debate transmitido por uma estação de rádio americana com a interferência de ruídos e efeitos de sintonia para outras estações. Algumas delas são títulos bem curtos, o que mostra que Rise, assim como os primeiros trabalhos do projeto, é uma obra bem caseira, ainda com uma sonoridade tosca e cheia de improvisações, mas que estranhamente faz emergir em nossa mente alguns pensamentos e sensações de desassossego.
Como a arte da capa original era xerocada, ela foi quase completamente perdida. No entanto ela precisou sofrer algumas alterações e adaptações. A foto que retrata a cena de uma decapitação realizada por um soldado do exercito japonês no período da Segunda Guerra Mundial (provavelmente de 1937), acabou ficando ainda mais dramática por conta da nova tonalidade escura.
Os nomes de alguns títulos também foram corrigidos, já que na fita original Rozz os escreveu a mão com alguns erros irrelevantes de inglês como, por exemplo, ‘Necrophila’ ('Necrophilia’) e 'Bussiness as Usual' (Business as Usual).
Este cuidado com os detalhes mostra o total respeito e capricho daqueles que querem preservar a memória deste grande artista que é injustamente lembrado apenas por ter sido um dos ícones da já tão deturpada cena “deathrock” (que deus ou diabo a tenha...). Desta maneira, é possível entender porque o PE, assim como os seus outros projetos de música mais abstrata, era o espelho mais fiel de sua subjetividade tumultuada e criativa que não comportava certos clichês. Intencionalmente ou não estes trabalhos servem ainda hoje para subverter e questionar a vida cotidiana pós-moderna cada vez mais poluída com músicas pastiche que passaram a ser a trilha sonora de milhares de almas mortas reduzidas a avatares cheios de retoques digitais e sentimentos líquidos.
Um item e tanto para aqueles que ainda vivem e conseguem fazer das suas próprias experiências incomodas e perturbadoras inspiração para irreversíveis estados de plenitude e elevação, como o próprio título sugere.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Rozz Williams - The Lost Recordings


"I've always been a great believer in provoking a reaction. I would rather make a record that is loathed by ten people than one which is ignored by everyone; I'd rather play a show which the audience walks out of en masse, than one they just stand around and talk through."
(Rozz Williams)



Introduction

Rozz Williams was the internationally renowned vocalist of legendary deathrock bands Christian Death and Shadow Project.
His name is synonymous with the gothic rock scene. Christian Death's debut album Only Theatre of Pain gave birth to deathrock in America and continuesto influence bands today, while Shadow Project's Dreams for the Dying album was described by one critic as the most evil record ever recorded.

Although Christian Death and Shadow Project helped build Rozz a large and dedicated fanbase, he himself did not want to be restricted either to the gothic genre or to standard musical structures in general. In fact two years after forming Christian Death in 1979 at the tender age of sixteen,and well before he had even entered a studio,
Rozz was already working with performance artist Ron Athey on his first experimental recordingsand been banned by local clubs for terrorising audiences . Raw to the extreme, these recordings and many that followedwould never be released in his lifetime or indeed even in the years since his untimely death on 1st April 1998.

The story behind the forthcoming releases:

I'd like to introduce myself as I am behind the forthcoming series to restore and release Rozz's old lost 'experimental' recordings.
At the end of last year, Ryan Gaumer, whom I had met in Paris in the Spring of 2007 at an exhibition of his artworks, contacted me and offered to sell me his share of Rozz's original, unreleased Premature Ejaculation cassettes. He knew that not only was I a very keen collector, but that I am a major contributer of material to the official Rozz site, Rozznet, and also a moderator on the premier Rozz forum 'The Land of Rozz'. As such, he believed that I would not only treasure these valued cassettes, but also be in a position to make the music available for all other fans to hear.
While making initial investigations, a further eight original cassettes have also been located and are now with Ron Marrs, the Rozznet webmaster.
Like Ryan, Ron has confirmed that he is more than happy for those recordings to be included in the project.I have also contacted Chuck regarding my plans and he has given me his full support for the project, and permission to include those particular HPOE releases that featured Rozz. The remaining titles are sourced from copies made by my good friend Andreas Hofmann from Rozz's original tapes. Those original tapes have not been located.
A lot of the PE and Heltir material has not been released before. I know that there have been attempts in the past to release some of this rare material though Malaise Media and Malaise Music but without success. I realise that it is impossible to please everybody, but my intentions on this are real and sincere. I like the idea of calling this Rozz Williams - The Lost Recordings, and it will just feature Rozz's 'experimental' projects.
It is a fan project with the purpose of making a professional quality product of Rozz's long lost PE and Heltir tapes for those who have always wanted to hear them.
There will not be any real mass promotion and of course all material that has been sold commercially will not be included in the project.
The material is to be remastered with each cd professional pressed.
The original cassette sleeves (where they exist) will be modified to fit standard jewel cd cases and each will be professionally printed.
We are sourcing all material from Rozz's original cassettes, where available, otherwise using first generation copies.
My sole intention is to make available this long lost material to those who want to hear it. Being such a fan and collector, I can assure you that there
is a great attention to detail in the remastering and restoring processes, and I feel very happy to help make these historic lost recordings available for fans to hear.
We'll keep you updated and we'll share some of the artwork and sounds when they are ready. best wishes.

(John Collins)

______________________________________

These are the scheduled release dates

January 2010
Premature Ejaculation - (Part 1) (double cd) 1981
Premature Ejaculation - (Part 2) (double cd) 1981

February 2010
A Little Hard to Swallow (double cd) 1982

March 2010
Living Monstrosities/Descent 1985
Body of a Crow/Terror in the Sleep 1986

April 2010
Dead Horse Riddles (double cd)

May 2010
Rise (double cd)
6 1986

June 2010
Premature Ejaculation - (Part 3) (double cd)
Attempts at 7 (For the Sick)

July 2010
The Wound of Exit (Rough Mixes)
Underpass (17) (double cd) 1986

August 2010
Live at the Graduate (double cd) 1987
Live at the Krypt 1987

September 2010
Night Sweats (Warning) (double cd) 1987

October 2010
Death Cultures 1987
Death Cultures II / III (double cd) 1988

November 2010
Assertive Discipline (Mix 2)/Re-Assertive Discipline (double cd) 1988
Blood Told in Spine 1988

December 2010
lI Banchetto dei Cancri/VC-706 1989
69 Rituals 1989

January 2011
Not the Real Criminal DVD 1989

February 2011
Is Truth a Crime? DVD 1989

March 2011
Pulse DVD/CD 1989

April 2011
Ogunn 1986-1990
Environments 1990

May 2011
Tod und Sieg 1995
Dead in Toronto 1995

June 2011
Premature Ejaculation - (Part 4)
Compilation cd of rare tracks