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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Considerações sobre o box “5 Albums” do Fields



Recebi este item e posso garantir que não tem nada de diferente de tantos outros boxes de outras bandas que estão sendo lançado por ai (aliás isso virou uma febre desde quando a Sony começou com esta história dos "Original Album Classics"). Os discos vem em embalagens que simulam capas de vinil, porém as informações técnicas de todos estão reunidos num único encarte (com apenas uma foto da banda e nenhuma letra de música), o que faz a gente não se desfazer de jeito nenhum das edições mais antigas (tanto em vinil ou cd). Outro motivo para gente não descartar as velharias da coleções, é a informação de que o único álbum remasterizado a partir das fitas originais desta caixa é o Elizium. Os outros tiveram uma melhora no volume e masterizações a partir do que a gravadora já tinha digitalizado (ou seja, dos cds). Eu havia escrito na matéria sobre este lançamento que não havia nenhuma música que antecediam Dawnrazor; na verdade este álbum traz como bônus novamente as gravações editadas nos EP`s Returning To Gehenna e Burning The Fields. Então fica a pergunta: vale a pena adquirir? Eu digo que é algo apenas para fãs, nada mais. 
Mas, quem quiser mais informações pode conferir neste link da Beggars Banquet.

domingo, 24 de novembro de 2013

Bauhaus, Fields of the Nephilim, Gene Loves Jezebel - 5 Albums’ box sets


Este dias eu estava escutando alguns cd's do Fields Of The Nephilim. Como todas as re-edições digitais concebidas a partir da metade dos anos 80, estas gravações eram de péssima qualidade, abafadas e sem profundidade. Me questionei o quando os seus álbuns ganhariam reissues remasterizados, pois Sisters, Mission, Siouxsie e todo panteão do gothic rock oitentista já tinham dado este privilégio aos fãs. E não é que a Beggars Banquet anunciou esta semana um pacotão daqueles? Bauhaus, Gene Loves Jezebel Fields tiveram seus álbuns remasterizados relançados em box sets. A caixa dos Fields (a mais esperada em minha opnião), assim como das outras bandas, trará 5 cds - os 3 álbuns de estúdios com bônus, além do ao vivo Earth Inferno e uma compilação com singles e alguns B-sides do período de ouro da banda, ou seja, de 1987 a 1990. As gravações e EP'a anteriores ao primeiro álbum estão de fora, mas mesmo assim é um material imperdível. O Bauhaus e Gene Loves Jezebel tiveram há alguns anos seus álbuns remasterizados, porém nestas caixas é possível adquirir algumas demos e músicas até então encontradas apenas nos velhos compactos de vinil.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Music on Vinyl

Na Europa a (re) valorização do vinil vem ganhando força desde o começo dos anos 2000 e ironicamente tem se tornado a última aposta da industria fonográfica sobreviver ou retomar um pouco da sua já tão miada força no formato tradicional. Pensando nisso alguns selos pequenos vem pensando nesta promissora oportunidade.
O selo holandês
Music On Vinyl é uma destas pequenas editoras que tem resgatado alguns clássicos (antigos e recentes) no velho e tão charmoso formato. Entre tantos títulos interessantes e indispensáveis, destaco (por afinidades musicais e fazerem parte da minha discoteca básica) This Is My Truth Tell Me Yours do Manic Street Preacher, Dirt do Alice in Chains, Elizium do Fields of The Nephilim e Camera Obscura da Nico - todos em edições classudas em 180 gramas, daquelas pesadinhas, para ter e se orgulhar.
Fãs de jazz, rock, black, pop, grunge, proto-punk, brit pop, punk, metal, folk etc se deliciarão com o seu
catálogo.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

The Nephilm

O primeiro contato que tive com o Fields of The Nephilim foi quando escutei o EP Returning To Gehenna (em vinil) que peguei de um amigo que, como eu, estava atrás de "novos" sons obscuros. Sonoramente, não me despertou grande interesse já que, por ignorância de um neófito, me remetia algo que eu já havia escutado de Sisters of Mercy – aqueles vocais vindos do fundo da catacumba etc. Mesmo com suas limitações, é um disco divertido e de grande mérito, mesmo porque foi uma fundamental inspiração para algumas bandas medíocres e pré-fabricadas de gothic rock dos anos 90. Em seguida, consegui emprestado (outra bolacha), o Dawnrazor que me ajudou me preparar ao que estava por vir.

Mesmo depois de visitar outras tendências, Carl McCoy é ainda um cara que me faz ficar matutando com sua música. O álbum The Nephilm é um dos meus “convites” prediletos ao pesadelo. A maturidade da banda foi consolidada não apenas em termos de sonoridade, mas porque ficaram mais explícitas em suas letras quais eram suas fontes místicas (mitologia suméria endossado com o ocultismo Aleister Crowley).

O disco foi lançado em 1988 e no ano seguinte saíram em turnê pelos Estados Unidos. Porém, essa excursão não foi bem sucedida. Apesar da sua familiar imagem influenciada pelos velhos filmes westerns, os americanos levaram muito a sério os seus temas que na maioria das vezes tratavam de anjos decaídos, semideuses, demônios etc o que acabou afugentando um pouco o público da terra do Tio Sam.

Para aqueles que se sentiram atraídos, McCoy é tido com uma das figuras mais enigmáticas da historia do rock n' roll. Sua imagem de cow-boy morto-vivo não é apenas um jogo de cena (maquiagem nos rostos e a androginia vinda da turma da Batcave não faziam parte do repertorio da sua banda). O rapaz teve uma infância regrada pelos ensinamentos cristãos; seus pais eram testemunhas de Jeová o que fez com que desde cedo assimilasse algumas histórias bíblicas sobre os watchers (vigilantes espirituais) e os nephilins – geração de indivíduos gigantes provenientes do relacionamento de anjos decaídos com mulheres mortais (alguns inteirados no assunto supõem que desses seres originaram-se semideuses, como Hércules, e deuses, como Zeus). Isso foi essencial para arquitetar o alicerce artístico do Fields of the Nephilim e todos os projetos que vieram em seguida como The Nefilim, Nephilim entre outros. Além dessas alusões inspiradoras, o que me chamou atenção na banda foi seu desempenho e coragem de tocar a diante a carreira numa época onde uma crítica boçal já tinha o gótico como algo démodé.

Enquanto alguns grupos contemporâneos a eles se desintegravam ou se rendiam ao pop, os Nephilns nos brindavam com um magistral segundo álbum. A longa introdução de “Endemoniada” tem guitarras que nos carregam junto ao ruído do trem em movimento para uma paulada acelerada e letal que molda o resto do disco. A brilhante produção de Bill Buchanan projetou a banda um estilo mais onírico, conseguindo criar uma boa ambientação de terror, embora haja simplicidade dos arranjos (os vocais também soam mais sussurrados e roucos, muitos bem colocados).

Essa obra nos conduz a sonhos estranhos, mesmo quando estamos acordados. Suas músicas são profundas e as letras, embora um pouco clichês, são boas e causam empatia, já que conseguem fazer o ouvinte mergulhar em um mar frio e calmo de sua mente, onde velho
Cthulhu habita. Tal estado parece ser terno, suficiente para seu desfecho em "Last Exit for the Lost" sem que não nos façamos envolver completamente em pensamentos de morte ou ideação suicida; essa é uma peça que apresenta uma construção sublime, uma evolução melódica dramática e ritmo hipnótico que surte em seu ápice um efeito tranquilizador, de paz, como se pudéssemos mergulhar num silêncio absoluto.