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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Cadavres Exquis #31


Carnaval resume a conduta decadente de onde nasci. São nestes sons que me alivio deste desconforto kármico. Esté é o set que será aprensantado hoje às 20hs na Rádio Enter The Shadows.

  1. Dark Mine Fields - Silent Way
  2. Lustans Lakejer - Massans Sorl
  3. A Modest Proposal - Ite, Missa Est
  4. A Sordid Poppy - Eros & Agape
  5. Shiny Two Shiny - Thought The Glass
  6. Halloween (BEL) - Tomorrow
  7. Slavedrive - Slavedrive
  8. Pavillon 7 - +
  9. Clock DVA - You're Without Sound
  10. The Silicon Scienctists - Oceans of Green
  11. Underground Life - Glass House
  12. Ballet Mécanique - An Attempt Of Interruption
  13. The Effect - White Gloves
  14. Repetition - A Still Reflex
  15. Tunnel Vision - Watching The Hydroplanes
  16. Futurisk - Meteroright
  17. Alea Jacta Est - Poor Lead Singer
  18. Ventre - Base  
  19. Opela - Follia
  20. Hante. - Le Silence 

domingo, 31 de agosto de 2014

Cadavres Equis DJ set at Enter The Shadows party


Quem perdeu minha discotecagem no dia 09 de agosto, na festa Enter The Shadows, pode conferir boa parte do que eu toquei aqui
Naquela noite tive que apelar para o improviso (para ver se alguma criatura dançasse, porém em vão), introduzindo o hit “Digital” do Joy Division, que está fora deste streaming.
Esta é a sequencia apresentada é o original que por fim acabou sendo abreviada e modificada.

Aproveito para anunciar que em breve o programa Cadavres Exquis (inclusive as edições anteriores) devem ser postado desta maneira para que todos possam ouvir quando quiser, compartilhar e adicionar a sua playlist.


Tracks:

  1. The Associates - Tell Me Easter's On Friday
  2. Jane & Jeff hudson -Los Alamos
  3. The Danse Society - My Heart
  4. Le Syndicat Electronique - The Men Who Killed The Beat
  5. Sex Gang Children - Who On Earth Can That Be?
  6. Neon - Neon
  7. Boris Dzaneck - Dance
  8. Martial Canterel - Ascent
  9. Zwischenfall - Tausend Jahre
  10. The Fallout Club - The Beat Boys
  11. Solid Space - Recalling You
  12. Kitchen & The Plastic Spoons - Liberty
  13. Deux - Game and performance
  14. Ostro 430 - S-Bahn
  15. Wermut - Media In Vita In Morte Sumus
  16. The Names - Salcutta
  17. Nine Circles - Miss Love
  18. Decadance - On And On (Fears Keep On)
  19. Little Nemo - Cadavres Exquis (Howard Song)
  20. Das Kabinette - The Cabinet
  21. I'm So Hollow - Touch
  22. First Man Over - It's Happening      

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Cadavres Exquis #10

Hoje, às 21hs na Rádio Enter The Shadows.



  1. Charge - Ugly Shadows (Celebration of a Greyed Country)
  2. Sonic Youth - The Burning Spear
  3. V2 Schneider - Paranuss
  4. Skeletal Family - Someone New
  5. Dead Neighbours - Wreckage of Your Mind
  6. KUKL - Dismembered
  7. Fade To Black - Forward From Hell
  8. Death in June - All Alone in Her Nirvana
  9. Die Krupps - Volle Kraft Voraus
  10. Auswei - Mecaniks
  11. Shiva Burlesque - Indian Summer
  12. Secret Life - Simulate
  13. Chromagain - Spot
  14. Wire - Pink Flag
  15. Dezerter - Ku Przyszłości
  16. Piano Magic - The Blue HHHour
  17. Flesh For Lulu - Baby Hurricane
  18. Look Back In Anger - Executioner
  19. The Modern Mannequins - Possibilities
  20. No More - Waiting for the Man*

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Cadavres Exquis na rádio Enter The Shadows


Hoje às 21hs (horário de Brasília)) a Rádio Enter The Shadows apresentará meu segundo set list. Por aqui adianto a seleção que, assim como anterior, estará disponível pra download em breve. Espero que gostem.

1. Snake Corps - Science Kills
2. 1000ohm - A.G.N.E.S.
3. Iggy Pop - Bang Bang
4. Persons Unknown - Addction
5. Gene Loves Jezebel - Shame
6. Crispy Ambulance - Not What I Expected
7. Kommunity FK - Something Inside Me Has Died
8. Plastic Flowers - Strange Neighbors
9. The Names - Calcutta
10. Play Dead - Still In Chains
11. Led Er Est - Port Isabel
12. Modern Eon - Euthentics
13. Blitz - Acolyle
14. Das Kabinette - The Evil Of His
15. Opus Finis - Violent Virtues
16. Shadow Project - Zaned People
17. Swans - Mona Lisa, Mother Earth
18. The Sound - I Can't Escape Myself
19. Fra Lippo Lippi - A Moment Like This
20. The Wild Swans - Opium

sábado, 15 de março de 2014

Morte e Delineador


 
Esses depoimentos foram extraídos do site Music Fan Club. Não sei até que ponto estes relatos são verdadeiros. Eu considero alguns bem duvidosos a ponto de ter quase certeza que houve uma grande dose tendenciosa do editor original que estava bem envolvido com hype/sensacionalismo difundido pela gravadora Cleopatra no início dos anos de 1990 que é subliminarmente (para não falar escaradamente) citada nos tópicos "Gótico Americano" e "Ressureição". De qualquer maneira, recoloco aqui uma tradução em português feita pelo Marcelo Garcia (RIP) e postada originalmente no fórum do Sépia Zine em 1998/99. 

O GÓTICO ERA O FUNERAL DE GALA DO PUNK ROCK, E A CERIMÔNIA NUNCA TEVE FIM...

Os atores: Peter Murphy (Bauhaus), Daniel Ash (Love & Rockets), David Dorrell (empresário do Bush), Jon Savage (autor de England'sDreaming), Ian Astbury (The Cult), Marc Almond (Soft Cell), Robert Smith (The Cure), Brian McNelis (Gerente da gravadora Cleopatra), Fred H. Berger (editor do Propaganda), Rozz Williams (Christian Death), Siouxsie Sioux, Michael Aston (ex-Gene Loves Jezebel).

THE BATCAVE

Astbury: Todas as bandas iam juntas ao Batcave, em Londres, por voltade 1981 e começo de 82. O lugar era dirigido por Ollie Wisdom, que tocava no Spacimen. O clube era bem misturado, não era apenas um club dark. O Specimen era a banda da casa, e eles eram bastante sombrios, mas eles eram tão alemães quanto a Família Addams. Eram uma versão necrófila de David Bowie.

Almond: O Batcave mudou de lugar algumas vezes, mas o melhor de todos foi num lugar chamado Gossips, no Soho. Tinha um pequeno teatro, onde se fazia striptease, que era usado para se assistir a filmes góticos e para shows. Você podia ver pessoas como Robert Smith no bar.

Smith: Nós costumávamos ir ao Batcave por que entrávamos de graça e o lugar tinha uma boa atmosfera e as pessoas eram realmente legais. Mas a música era terrível! Toda aquele romantismo em torno da morte! Qualquer um que já tenha experimentado a sensação de estar à beira da morte pode lhe dizer que não existe nada de romântico nisso.

Dorrell: Um dos pontos altos era ir ao Batcave quando estava no Leicester Square. Tinha um jipe do exército estacionado ao lado do bar. Ao mesmo tempo, um cara invadiu o palácio e a rainha acordou tendo ao pé de sua cama aquele irlandês meio demente, meio bêbado. Uma semana depois de ter saído da cadeia, ele tocou com o Red Lipstick no Batcave.

O VISUAL

Ash: Uns seis meses após o início do Bauhaus, nós começamos a ter um público que se vestia de preto e garotos que usavam as mesmas roupas que a gente. Nós costumávamos chamá-los de demônios andróginos do espaço.

Astbury: Muita gente faz piada, mas os garotos que se vestem assim levam tudo muito a sério. Para eles é uma coisa do outro mundo.

McNelis: Basicamente, desde que você se vista de preto, você é considerado gótico. Savage: De vez em quando, o gótico parece ser uma boa válvula de escape para as ansiedades da adolescência. Você pode se disfarçar, ser mórbido e obsessivo com a morte e chocar os seus pais e amigos. Se bem que agora você encontra um visual gótico em tantos filmes, que já não parece mais algo tão alienígena assim.

Berger: Não esqueçam The Rocky Horror Picture Show, Fome de Viver e até mesmo Ed Wood. Tim Burton é realmente considerado o cineasta gótico número um. E muitos gostam do Arquivo X.

Williams: Eu acho que o que há de romântico no gótico é expor o seu coração, dizendo 'É assim que eu me sinto por dentro'.

Smith: Acho que tem muito a ver com um certo sentimento de alienação que os góticos têm. Eles se encontram, se vestem de uma maneira específica e parece haver uma mentalidade de tribo. Supõe-se que você esteja morto aos 25 anos.

Astbury: Algumas bandas, como Specimen e Alien Sex Fiend, tinham o visual de um vampiro futurista. Vinha mais do glam do que propriamente do túmulo. Era apenas uma reação contra os new romantics, por que eles eram metidos e superficiais. Havia também o flerte com a decadência pré-nazista da Berlin do final da década de 20 que era algo bem andrógino.

Berger: A estética, em grande parte, foi estabelecida pelo Bauhaus. Os caras usavam maquiagem e eram bonitos.

Astbury: O modelo para os homens era Sid Vicious: cabelos negros espetados e jaqueta de couro preta. Para as mulheres, definitivamente, era Siouxsie com suas botas pretas de cano longo, a pintura que deixava o rosto pálido e a maquiagem escura, e também o grande cabelo negro espetado.

Siouxsie: Nunca usei maquiagem que deixasse o meu rosto pálido; eu não tinha esse visual den palhacinho. Na verdade, é muito engraçado - em muitos dos nossos shows eu costumava olhar para a platéia e via um monte de pequenos Robert.

Smith: Os Banshees frequentemente expressavam o seu desgosto com o meu visual no Cure - nós éramos uma banda de capa de chuva, mas nunca fomos góticos. Muitas das minhas fotos usando um rosário ou um crucifixo pertencem exclusivamente ao período de 18 meses que eu passei tocando nos Banshees, pois determinaram que eu deveria usar o uniforme deles, o que eu tinha que aceitar por que aquele não era o meu grupo. Mas eu gostei de tocar com eles e sempre me dei bem com o Severin.

Siouxsie: Podem creditar tudo isso ao Robert e ao Severin. É tudo culpa deles. Os dois pegavam minhas roupas e os meus colares. Havia muitas noites estranhas, muita troca de roupas. Exceto pelo fato de que eles não tinham nada que eu tivesse vontade de usar.

GÓTICO AMERICANO

Berger: Noventa por cento das bandas que criaram e sustentaram esse gênero de música eram bandas como Bauhaus, Sisters Of Mercy, Dead Can Dance, Fields Of The Nephlim e Siouxsie And The Banshees. Na América, eram poucas as bandas, como o Christian Death, alguns desses grupos, como o London After Midnight, ainda estão em atividade.

Astbury: Para os garotos da Inglaterra, o gótico era sinônimo de niilismo e vazio. A Grã-Bretanha de Margaret Thatcher era horrível e opressiva. O desemprego era grande e tudo parecia um pouco como 1984 de Orwell. Era quase como se a juventude estivesse de luto. Acho que essa era a razão pela qual tanta gente usava preto. Toda aquela coisa de vampirismo era mais na América.

Ash: A única diferença entre os góticos ingleses e americanos é o sotaque.

Siouxsie: Talvez seja essa a diferença. Não acho que exista uma cena gótica inglesa. Na América, as pessoas tendem a levar tudo muito a sério e elas fazem bem o dever de casa. Parece que tem um significado muito maior para o público de lá.

Williams: Confesso que não me lembro bem de como tudo começou nos Estados Unidos, ou em Los Angeles especificamente, mas era chamado de death rock no início, e evoluiu a partir da cena punk de Los Angeles, por volta de 79, 80. Era de onde vinham bandas como 45 Grave, Castration Squad... Também foi de onde surgiu o Christian Death.

Astbury: Quando os Cramps surgiram, eles pareciam uma banda de psychobilly dos anos 60, mas eles tinham um visual muito sombrio. O baixista deles na época, Bryan Gregory, parecia um papa defunto. Depois o gótico americano tornou-se uma espécie de Plan 9 From Outer Space. Um outro aspecto notável no gótico americano é a confusão que eles fazem entre bruxaria e satanismo.

Siouxsie: Isso mesmo. Não é todo dia que você pega um certo tipo de música e descobre várias religiões antigas e ocultismo envolvidos nisso. Acho que isso tem muito a ver com o fato de que a simbologia religiosa é algo muito atraente. Existe uma analogia. Se um Cristo moderno fosse morto numa cadeira elétrica, será que teríamos legiões de pessoas usando pequenas cadeiras elétricas em volta do pescoço?

Williams: Em Los Angeles, eu praticava rituais e lia livros de ocultismo, assassinatos e morte. Eu passei por tudo, de ser um satanista a - não diria ir à Igreja todos os domingos, mas a ficar mais perto de Deus. Creio que agora encontrei um ponto de equilíbrio. Agora as pessoas dizem "Mas eu pensei que você acreditasse em Deus". Eu sou mais como "Bem, eu acredito, mas isso não significa que eu não posso mais assistir ao meu vídeo de Charles Manson".

SEXO E DROGAS

Williams: A sexualidade era um pouco ambígua, mas os gays não chegavam propriamente a sair do armário. Eu era gay, mas não costumava falar muito sobre isso a não ser que conhecesse muito bem a pessoa e soubesse como se sentia a esse respeito. Havia uma coisa meio machista a princípio, mas aos poucos as pessoas foram ficando mais abertas.

Almond: No Batcave davam mais importância ao visual. As pessoas achavam legal a música e serem misteriosas e sombrias. Se você era gay, você podia se divertir sem que ninguém lhe importunasse.

Aston: Quando chegamos a Los Angeles, na nossa primeira turnê americana, nós conhecemos o Christian Death. Um deles virou pra mim e disse, "Ok, com qual de nós você quer dormir, garoto ou garota?"

Williams: Hum... Eu me lembro de ter visto o Gene Loves Jezebel no Roxy, mas não me lembro de ter conhecido nenhum deles pessoalmente, então deve ter sido outra pessoa, ele pode ter confundido a gente com outra banda, ou... talvez eu estivesse bêbado demais para lembrar direito.

Almond: Em Londres, havia muita bebida e também muito speed. A uma certa altura, a música tinha um lado psicodélico, que certamente veio à tona nos trabalhos do Cure e dos Banshees. Eles faziam coisas como Dear Prudence por exemplo, que parecia ter muita influência do ácido. Acho que a cena gótica do norte da Inglaterra teve muita inflência do snakebite black - essa bebida tinha um pouco de speed misturado nela.

Williams: Em Los Angeles, tudo era permitido. Havia alguns que realmente se amarravam em speed, alguns que já estavam na heroína e outros que simplesmente bebiam pra caramba e também havia as pílulas - muito Valium.

AS NEGAÇÕES

Williams: Quando eu comecei com o Christian Death, nós chámavamos a nossa músicas de death rock. Então, em algum momento, eu comecei a ouvir essa palavra, 'gótico'. Tive uma sensação do tipo, uau, sou parte de algo novo que está acontecendo. Mas agora, já se passaram tantos anos. Muitos garotos que encontro hoje em dia, se eu menciono Black Sabbath ou Alice Cooper, eles perguntam "Quem?".

Almond: Eu não era exatamente gótico, mas sou sempre citado por que existe uma ponta de gótico/romantismo na minha música. Algo que captura o lado sombrio e melancólico da natureza humana. Alguns dos meus artistas favoritos foram rotulados de góticos, o que abrange desde Roy Orbison até nomes mais óbvios como Velvet Underground, Nico e Nine Inch Nails.

Ash: Havia muito mais no Bauhaus do que batom e sombra. E existe uma grande ironia nisso tudo: se você observar a arte do movimento Bauhaus original, vai ver que é o oposto do gótico. Era extremamente funcional e simples, o contrário do gótico. Então o nome da banda era completamente diferente do rótulo que acabou ganhando.

Astbury: Bandas como o Bauhaus sempre pensaram nelas mesmas como se fossem uma escola de arte dadaísta, em oposição a toda aquela coisa de filme de horror B.

Smith: Tinha uma banda gótica que abriu pra gente na turnê inglesa de 81, o Danse Society. Acho que eles sinceramente acreditavam que eram os UNDEAD. Eu achava aquilo encantador, era como um teatro. As pessoas podem dizer que o Cure era gótico, mas estão mentindo. Você não pode estilizar a história. O raciocínio é: se as fotos mostram o Cure usando maquiagem e toda a indumentária dos góticos então nós éramos uma banda gótica. O fato é que isso nunca aconteceu com o Cure. Não existem essas fotos. É essa razão pela qual posso provar que nós não éramos góticos. Isso não vai acabar com a discussão, ela vai prosseguir, mas eu aqui dentro eu tenho a certeza do que nós fomos e do que nós não fomos, que é tudo que importa para mim.

Siouxsie: Acho que Robert está tendo essa reação por que ele é o gótico original. Ele inventou isso. O único motivo pelo qual temos pessoas com visual de palhaço é por que quando o Robert estava nos Banshees ele não conseguia colocar a maquiagem direito. É tudo por causa do batom que ele passava sem olhar no espelho. Eu bem que tentei avisar, mas ele escutava?

Smith: Nããããão. Eu era o único gótico de verdade nos Banshees.

Siouxsie: Oh, claro.

Smith: Quando você consegue fazer a Siouxsie negar que os Banshees eram góticos, então você realmente tem uma estória. Siouxsie: Nós não somos!!! Gótico não existe!

O FIM
 
Astbury: Quando acabou? Provavelmente em 84, final de 85. Aí começa o reinado das guitar bands, e tudo aquilo que havia ficou redundante. A palavra gótico agora é uma espécie de piada, algo kitsch. O engraçado é que têm muitas pessoas que você nem imagina que se ligavam nesse tipo de som, mas eu conversei com Courtney Love e ela disse que foi a um show do Cult no Camden Palace. Você nunca sabe quanta influência realmente teve. Aí estão as raízes do grunge: Courtney Love em Londres em 1984.

Dorrell: Gótico era apenas boa diversão. As pessoas envolvidas eram genuinamente criativas e bem intencionadas. Era o punk usando máscara e com as entranhas abertas. Mas o gótico não deixou muito além de um cadáver para ser exumado.

Astbury: Num sentido metafórico, o gótico foi o funeral do punk rock. Então a maioria se dispersou, formou uma família ou se envolveu com algo diferente. E isso foi tudo. Os Sisters Of Mercy continuaram, mantendo a chama acesa. Depois veio o Mission, que era uma espécie de ressaca gótica. Para aqueles que ainda queriam, lá estava. Os Banshees também continuaram. Existem ainda alguns lugares onde as pessoas podem usar aquele visual e não se sentirem oprimidas. São lugares aonde as pessoas podem ir para sonhar. E o que de errado em sonhar?

A RESSUREIÇÃO

Almond: Depois que o movimento gótico esfriou, ele conseguiu sobreviver por que os clubes continuaram a tocar música gótica e industrial. Há clubes como o Torture Garden, em Londres, que são puro fetiche, mas também são muito góticos.

Berger: O gótico morreu no Reino Unido no início da década de 90. Ele percorre ciclos nos Estados Unidos - ele morre e renasce várias vezes. A essa altura, ele já deve ter morrido umas cinco vezes. Sendo ligado a uma subcultura de vampirismo, a idéia de voltar do túmulo parece muito apropriada.

McNelis: O gótico está bem vivo em toda parte. Existem lugares que abrigam uma cena mais forte - São Francisco, Los Angeles, Nova York - mas está em toda parte. Agora mesmo estamos experimentando um renascimento com a chegada de bandas como Nine Inch Nails e Marilyn Manson, que usam elementos góticos. Uma vez que as pessoas se interessem, elas tendem a gostar e se aprofundar no assunto. Exite muita coisa nova acontecendo, como Rosetta Stone, The Prophetess e Switchblade Symphony, que são os maiores nomes no momento.

Ash: Por que o gótico ainda é popular? Simplesmente por que quando uma pessoa se sente deslocada, ela geralmente procura algo diferente. As pessoas que gostam de Nine Inch Nail, não estão em sintonia com o mainstream. É música com substância em oposição aos Lionel Ritchies da vida.

Savage: O crossover entre o gótico e o industrial parece ter alguma fascinação por assassinato em massa, o que é uma bobagem. Em termos de cultura pop, isso é antigo. É só olhar o Marilyn Manson. Muita gente se amarrava nisso há trinta anos - alô? O único problema com essa tática de chocar é que você tem que superar o que veio antes. Eu realmente não gostaria de me envolver com Charles Manson. O que há de divertido nisso? Um clássico de Alice Cooper dá de dez em Marilyn Manson.

McNellis: Alice Cooper? Não... Era uma coisa mais para o lado do Kiss do que para o gótico. Dizem que Marilyn Manson é gótico, mas os góticos não pensam assim. Gótico é uma forma singular de rebelião: eles não querem dar mosh; são solitários, que gostam de livros e se vestem de maneira estranha para aborrecer os pais.

Murphy: A única banda que ouvi ultimamente que evoca esse poder único é o Portishead. Outros grupos que me impressionaram foram o Blue Wolves e o Goya Dress, os dois são britânicos. Eu também acho que o U2 tornou-se um bocado gótico nos últimos tempos. O Bowie tentou isso nos anos 90, mas ele era verdadeiramente gótico em 1979 com The Men Who Sold The World ou até mesmo Hunky Dory. Leonard Cohen também.

Smith: É uma cena persistente e imutável. Não importa o que esteja acontecendo em volta, está sempre lá. Eu consigo entender a sedução que existe. O visual é algo bastante romântico e existem muitos reflexos poéticos. Os góticos não são diferentes de nenhuma outra tribo. Eles apenas têm mais apelo visual.

Almond: Eu acho que o gótico está voltando - você pode sentir no ar! Eu vi um desfile de moda de Alexander McQueen em Londres que foi realizado numa igreja, e muitas das roupas tinham um tom muito religioso e gótico.

Ash: Moro em Los Angeles agora e existem muitos clubes lá e em São Francisco e provavelmente em todo o país. Eu me lembro de ter ido a alguns clubes e ter tido a sensação de voltar a 1982; era exatamente a mesma coisa. Você tem uma garotada de dezesseis, dezessete anos comprando discos que foram gravados há quinze anos atrás. É engraçado, você nunca vê os góticos na rua, mas eles sempre saem do esconderijo quando rola um show.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Desenterrando a cena Death Rock de Nova York


Passaram-se mais de dez anos da ressurreição, auge e queda do fenômeno retrô do death rock, período em que meus zine Batzone e Junkeria Nefasta tiveram papel de correspondentes por aqui.
A "segunda morte" do Deathrock, ocorreu pelo simples fato gênero passar a ser assimilado pelo "goth establishment" (alicerçada pela geração internet) e passou a ser mais um produto das referências e clichês que, paradoxalmente, ele até então contestava.

Em 2012 a tão esquecida (ou melhor, ignorado, já que a atenção neste quesito foi sempre voltada à Califórnia) cena de Nova York foi lembrada em forma de LP - algo louvável já que boa parte destas bandas não tinha em vida lançado um único compacto. Dark New York (Gotham City's PostPunk, Goth, & Deathrock Bands 1983-1988) Vol. 1 (Black Scorpio Records) alguma forma sinalizou que estamos talvez no início de uma nova onda saudosista que agrada tanto esta ala punk das tendências góticas. Em seu set list: Scarecrow, surgido em 1983, gravou em seus cinco anos de vida apenas algumas demos, que no início dos anos 2000 foram postas para download gratuito no site Mp3.com. Caminho muito semelhante percorrido pelo Naked And The Dead. No caso desta banda, o seu único K7 gravado em 1985 não era apenas uma demo, e sim um EP oficial. Bem, Dark New York esgotou-se rapidamente, eu mesmo não consegui a minha - a falta de alerta de amigos não me faltou, mas só agora me dei conta o quanto este registro é importante dada à relevância discografia para estas bandas que em parte (Of A Mesh é único da lista que teve seu trabalho vertido em dois 12"; um em 1986 e outro no ano posterior) não chegaram a deixar nenhum lançamento em vinil. Outro motivo para adquirir esta peça é que ela te dá a oportunidade de perceber a diferença sonora entre as bandas "deathrock" das duas costas estadunidenses. As bandas de Nova York (formadas normalmente por fãs de Siouxsie, Bauhaus e de tudo que rolava dentro e em torno do club Danceteria que importou para seu palco nomes como Sex Gang Children, Malaria! e The Cult em sua primeira aparição pela América em 1984) estavam de fato mais antenadas ao que rolava na Inglaterra, Alemanha, França etc. por isso suas texturas - guitarras mais esparsas, cheias de efeitos e bateria tribal - estava alinhada ao que rolava do outro lado do oceano. Este intercambio ficou mais evidente quando a turnê americana Batcave (com Specimen e sua trupe) passou por Nova York e obviamente escolheu o Danceteria como endereço das suas performances. Se uma coletânea na época tivesse sido lançada naquela época como esta intenção póstuma, Nova York não fosse entendida, dentro do seu contexto pós-punk, apenas como berço da No Wave.  Sendo assim, aqui vale aquela máxima; “antes tarde do que nunca” e ainda bem que estamos vivos para desfrutar destes lançamentos.


É em Nova York também que hoje acolhe mais um selo muito interessante voltado pra coisas esquecidas, tanto antigas quanto novas apostas – o Sacred Bones Records tem como uma de suas pupilas a famosa Zola Jesus. A Sacred acabou de lançar uma coletânea que talvez ajudará a tornar a volta do rótulo "deathrock" uma realidade. Killed by Deathrock, Vol. 1 trás obscuridades (velharias) tanto americanas quanto velho continente ignoradas durante anos, porém, em minha opinião, apesar da qualidade indiscutível, não sei se são nomes mais indicados para contar a história do "estilo". No entanto a função dela seja contar na verdade esta história de outra forma, na contramão da narração "oficial" que omite sua grande e instigante complexidade. Esse volume é o começo de uma série que deve nos atrair bastante já que podemos confiar no gosto apurado de Caleb Braaten (fundador da Sacrad Bones) que, como um entusiasta “pós-punk”, é um exímio garimpeiro. Your Funeral, por exemplo, é uma pérola escondida, injustamente nunca citada nos anais da cena deathrock californiana. Essas garotas poderiam ser chamadas da versão feminina do Christian Death (em 1981/82), se o posto não fosse dado ao Voodoo Church. Elas lançaram apenas o compacto “I Wanna Be You” naquele maravilhoso 1982 que por coincidência ou não era o ano que o Christian Death lançava uma bomba sonora chamada Only Theatre of Pain e o Voodoo Church debutava com seu disputadíssimo 12” homônimo que merece com urgência uma reedição. O resto do set trás uma variedade de bandas até conhecida por quem está bem habituado com este universo funesto cuja elegância sempre esteve moldada pela atitude "do it youself".

domingo, 4 de julho de 2010

Zero Le Crechê


Jamie Lord (vocal/guitarra), Andy Mitchell (guitarra), Terry Miles (baixo) e Richard Olley (bateria) faziam um sublime e emocional dark pop. A música “Last Years Wife”, presente em diversas coletâneas tinha em refrão pegajoso, um hit em potencial, mas que por ironia do destino não vingou sucesso nas paradas independentes. De qualquer maneira é um clássico e uma das prediletas de quem é apaixonado trevosidades do início dos 80...

Discografia:
- “Last Years Wife”/”The Women Say” (7” - Flicknife Records, 1984)
- “Falling”/”Beyond Westworld” (7” - Cherry Records, 1985– em sua versão 12” há mais uma música; “Terminal Tracks”)
- Last Year’s Wife - The Collection (CD - Cherry Records, 2008)









Into the light
Into the day,
We push and fall and we all sing and pray,
Out in the garden
I catch your eye,
Out on the edge there,
Oh we can fly.

Sometimes our anger will tear us apart,
fever that grips us is breaking our heart.

All is the same and I sing your praise,
no room for me love it's just a phase,
youth will fade and you will be gone,
a young mans beauty won't last for long.

Sometimes our anger will tear us apart,
fever that grips us is breaking our heart.

domingo, 29 de novembro de 2009

The Danse Society


Com muita saudade do inverno, mole ao som de Twilight Ritual, vamos ao que prometi; um pouco mais de música. Com muita lembrança daquele clima “wave” falarei de um rebento do pós-punk que veio do norte da Inglaterra: The Danse Society.

(este texto já foi reproduzido inclusive no last.fm sem minha autorização. tudo bem que não é grande coisas, mas propositalmente fiz algumas mudanças para que lá as incluam também).

Em seu pesadelo
Todos somos tão felizes


O OMD foi além do Danse Society ou o Danse Society foi além de OMD? Sei que pode ser viagem minha, mas as duas bandas trilharam caminhos parecidos; no começo de suas carreiras, o som de ambas causavam certa angustia e resistência numa atmosfera ou inferninhos iluminadas a meia luz. Com o passar dos anos eles renderam ao white funk que buscava as danceterias mais sofisticadas iluminadas com néon ou laser.

Das duas, eu tenho mais propriedade de falar daquela vinda de Shedffield que está na lista das minhas (cinco?) bandas prediletas e as quais suas músicas me fazem viajar em cenas de filmes b como "Um Mundo Desconhecido" (1951), "Fantasma do Espaço" (1953)...Aliás, elas poderiam ser a trilha de trechos deles em alguma montagem feita por algum fã para o Youtube.

Tudo teve início no Y?, uma banda composta por Bubble (baixo), Paul Gilmartin (bateria), Paul "Bee" Hampshire (teclados), Dave Patrick (guitarra) e o andrógino Steve Rawlings (vocais/synths e percussão). Em 1979, após gravarem a faixa "End of Act One", que fez parte da compilação Bouquet of Steel (lançada em fevereiro de 1980 e que reunia bandas da cena local, e é um item raríssimo!), o Y? anexou dois membros do Lips-X; o guitarrista Paul Nash e o tecladista Lyndon Scarfe. O Lips X tinha acabado de lançar, com muito esforço, um mini álbum em k7 chamado Everything to Lose e tinha uma direção muito parecida com o Y? e a idéia de juntar os talentos foi certeira. Com a fusão, o grupo denonimou-se Danse Crazy. Bee deixou a banda e foi para o Japão onde formou o glam/new romantic Panache e, depois, de volta à Inglaterra, assumiu os vocais do Getting The Fear, composto pelos ex-integrantes do Southern Death Cult que posteriormente se transformaria no Into A Circle.

Com a repercussão da cena eletro de Shedfield, o Danse Crazy é convidado para participar do lendário The World's Second Science Fiction Music Festival mais conhecido como Futurama Festival que aconteceu no Queen's Hall onde dividiria o palco com alguns nomes conhecidos: Joy Division, Cabaret Voltaire, A Certain Ratio, OMD, Public Image Limited, Soft Cell. Este evento que reuniu audiência de mais ou menos seis mil pessoas foi transmito pela TV BBC em novembro de 1980. O Danse Crazy apareceu em rede nacional tocando a música "Sink" cujo estilo é um bom resumo de sua fase arcaica que lembrava muito o Trisome 21 (que faz sua segunda apresentação em SP amanhã) dos primeiros compactos. Depois disso seguiram algumas apresentações, incluindo um show de abertura no Manchester Poly para o Cure que os convida para outro gig numa festa de Natal que Robert Smith e seus companheiros organizaram em Londres.

Dave Patrick e Paul Hampshire decidem ficar em Londres para fazer fama e dinheiro, mas caem no anonimato.

No início de 1981, os membros remanescentes imediatamente se trancam no estúdio Hologram em Stockport para gravar a música "These Frayed Edges" com Lyndon Scarfe fazendo as bases de baixo e teclado. Em fevereiro, depois de diversas audições, Tim Wright é convocado para o baixo e um segundo tecladista é dispensado da formação da época que contava com Paul Nash (guitarra), Steven Rawlings (vocais), Lyndon Scarfe (teclados), Tim Wright (baixo) e Paul Gilmartin (bateria). Com mudança significante do som, a banda decide mudar de nome; eles mantém a palavra “Danse”, devido ao grande número de seguidores desde a sua primeira encarnação, e no lugar de “Crazy” colocam "Society" , inspirado num poster que continha a frase "o país e a sociedade ocidental" visto num show em uma universidade local.

Próxima parada no estúdio e desta vez no Ric-Rac em Leeds para gravar o single “Clock/Continent” editado em maio daquele ano pelo próprio selo, Society Records. Logo em seguida assinam com o recém inaugurado selo punk Pax Records (cujo dono passou ser o empresário dos rapazes) que o reeditou o 7” em agosto de 1981. Aproveitando o contrato, lançam o 12” "There is no Shame in Death" que continha três faixas gravadas na fase "Danse Crazy"; a faixa título, a instrumental "Dolphins" e a enigmática "These Frayed Edges".

"Freqüentemente nos comparam com Joy Division, não sei exatamente porque. Talvez pelo feeling; em todo caso, a nossa música é otimista." - afirmou Rawlings.

Em outubro de 1981 participam da primeira Peel Session. A gravação aconteceu na Universidade de Sheffield com um set de quatro músicas: "Womans Own", "Were So Happy", "Sanity Career" e "Love As Positive Narcotic". A session passou a ser uma das favoritas de John Peel e foi reprisada três vezes. Este registro também agradou tanto a banda que "Womans Own" e "We're So Happy" viram versões oficiais e acabam virando single. A transmissão projetou a muito bem o que resultou num grande review de um show no The Golf Club publicado na Malody Maker no começo de 1982.

Em fevereiro daquele ano saí a coletânea anti-guerra da Pax chamada Wargasm, a qual a banda participa com a música "Continent" num track list só com bandas punks. Seguem então suas as disputadas apresentação de suporte ao Theatre of Hate (no The Marples) e Killing Joke (seu segundo show em Londres).

Alguns meses depois o EP “Womans Own” é lançado nos formatos 7” e 12”, sendo que o full lenght tinha mais duas faixas: “Belief” e “Continent”. O Danse Society volta para Londres para abrir dois show do UK Decay; um no Marquee e outro no Zig Zag Club.

Outra gravação em estúdio e desta vez é para a demo de “My Heart” e decidem trocar de empresário.

Em outubro de 1982 sai o mini-LP Seduction (Society Records), item básico para qualquer amante do early goth britânico. O disco foi bem recebido; visitou alguns charts independentes e ganhou até uma edição japonesa.

Seu amadurecimento musical chamou a atenção de algumas gravadoras grandes. O estilo do Danse Society poderia ser até básico para quem está acostumado com o som de muitas bandas da época (levemente dançante, teclados hipnóticos e cold wave...), mas tinha algo especial que poderia dar uma nova cara ao techno-pop em voga. A atmosfera aterradora das músicas e o vocal sussurrado de Rawlings reproduzidos fielmente no stage fez com que a resposta por parte do público e da imprensa também fossem bem positiva.

Após o lançamento do single “Somewhere”, em 1983, o Danse Society assinou com a Arista. O primeiro registro pela major foi o single “Wake Up” seguido do full-length Heaven Is Waiting. Com o respaldo da major, vieram as primeiras aparições no Canadá e nos EUA (no Danceteria) ocasionando uma maior popularidade. O imaginário criado pelos temas combinado com as luzes, fumaças e projeções de vídeos no palco fornecem uma boa idéia do clima do álbum Heaven is Waiting que apresenta um som mais coeso e elaborado. Mesmo assim, sua venda não satisfez as expectativas da Arista que passou a exigir um som mais pop. O pedido foi atendido muito a contra gosto, resultando no single “Say It Again”, cujos diversos remixes acabaram entrando nas paradas dance/pop do EUA e Europa. Descontente com nova direção musical, Lyndon sai e um novo tecladista é recrutado: David Whitaker (ex-Music For Pleasure), que rapidamente se adapta dando uma outra dimensão ao estilo do Danse Society.

Os fãs torceram o nariz para a nova fase. Opondo-se ao contrato, eles tentam voltar às raízes gravando em 1986 o single “Hold On (To What You´ve Got)”, que acaba não alcançando as vendas exigidas. Havia planos de lançar um álbum chamado Heaven Again, mas a Arista engavetou com receio de mais um fracasso comercial.

Em 1987, já fora do cast da gravadora, a banda finalizou o LP Looking Through, um álbum com mais pontos baixos do que altos. Em sua contra capa contém o aviso de que aquele seria seu último trabalho. Steve Rawlings decide partir para formar o Society, que durou muito pouco, mas lançou dois singles (“Saturn Girl” e “Love It”), ambos produzidos por Youth (Killing Joke, Brillant, KLF..). Este trabalho revela quem era o culpado pela discórdia que levou a sua saída do Danse Society: o vocalista assumia a proposta mais funk orientada por baterias sintéticas pronta para as pistas de dança. Depois da desastrosa experiência, anos mais tarde ele passou a dedicar-se ao projeto de música eletrônica ambiente chamado Meridian Dream, enquanto o resto da banda tentou segurar a onda (ainda como Danse Society) com o também ex-Music For Pleasure Mark Copson (vocal) gravando demos e fazendo algumas apresentações na Espanha. Após isso, passam a se chamar Johnny In The Clouds, mas logo se separaram.

Em 2001 a Anagram Records relançou em cd o mine-LP Seduction no formato de coletânea, incluindo outros singles em seu track list. É da Anagram também a segunda edição digital com bônus tracks de Heaven is Waiting (a primeira saiu por volta de 1992 pela Arista/Great Expectations). Em 2007 o selo também reeditou Looking Through em cd, com um encarte bacana, porém sua remasterização é algo constrangedor...