quinta-feira, 30 de junho de 2011

palco em ruinas


Foi no club new romantic Blitz que Boy George conheceu o punk Kirk Brandon, vocalista do Theatre of Hate. Os dois se apaixonaram e começaram a namorar. Os pombinhos eram frequentemente vistos justos nos arredores do Soho. A música "The Original Sin" (o primeiro single do Theatre of Hate, lançado em 1980) é uma declaração de amor à Boy. Tudo parecida ir tudo bem até que um dia a irmã de Kirk entrou no club Blitz e descobriu que ele estava tendo um relacionamento sério com o líder do Culture Club. Inconformada com a situação, a garota armou o maior barraco e ameaçou contar tudo aos seus pais. Kirk acabou rompendo com Boy George que, mesmo arrasado, resolveu esquecer esta história. No entanto, em 1995, Boy escreveu o livro Take It Like a Man, onde contou detalhes deste romance. Kirk, por sua vez, abriu um processo contra seu ex-companheiro, alegando que tudo não passara de mentira e acabou se dando mal. O juiz o condenou com uma multa por considerar a sua postura homofóbica. Bem, como estas imagens dizem as mais que as palavras, não é preciso ir muito a fundo para vocês tirarem as suas conclusões. Embora eu adore o som do Theatre of Hate, isso arranhou a legitimidade contestatória do seu som e de toda aquela postura politizada. O amor sempre vai ser um fantasma para quem vive atado pelas correntes do pecado original; esta força motriz deste cego palco em ruinas.


The Original Sin (by Theatre Of Hate)

Since you came in my life
I’ve had to re-arrange my whole reality
Not sexuality, something cleaned
A pure mentality...mentality...mentality
Their Original Sin
Acid tears on your make-up
All illusion is gone
Impaled upon your mask
All delusion is shown

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Nem tanto a Deus, nem tanto ao Diabo

Eis um texto que resume bem o meu inconformismo diante deste fundamentalismo endossado pelo Liberalismo e também por esta cultura do consumo, uma vez que esta atual situação também tem se projetado no meio cristão, e a inquietação pelas coisas materiais tem levado muitos a fraquejarem na fé, e por consequencia se reflete a diversos aspectos seminais da vida, como a própria educação...Estamos de fato voltando a Idade Média e vejo como utópica, infelizmente, a idéia de um estado laico. E as caças as bruxas já começaram nos Tribunais.

Ronaldo Correia de Brito
Do Recife (PE)

Entre os noventa alunos que participam da conversa com o escritor, um parece exceder a inquietação comum aos adolescentes: agita-se na cadeira, faz pose de quem vai abandonar a sala, olha o convidado com jeito ameaçador. Alguns estudantes pedem ao palestrante que leia contos do livro estudado em classe. O escritor escolhe um ao acaso, sobre um metrossexual de hábitos perversos. Os rapazes e as moças riem, mas o jovem hostil quase pula do assento. O conto seguinte narra o processo de encantamento de uma pessoa que se transforma em lobisomem. Um frêmito percorre a sala, a garotada ri para distensionar, aplaude ao final da leitura.

Duas horas se passaram, os alunos se despedem na biblioteca improvisada em auditório, fazem fila para cumprimentar o palestrante. Chega a vez do rapaz inquieto e ele entrega um impresso igual aos que distribuem nos sinais de trânsito e nas enfermarias dos hospitais: "Jesus Cristo é a salvação", proclama o panfleto. O escritor recebe o papel e compreende a recusa do jovem aluno à sua fala, aos seus contos e ensinamentos. No retorno ao hotel, pensa que o mais justo teria sido perguntar aos alunos se desejavam ouvi-lo. Um professor informou-o que a atividade literária não era obrigatória e o rapaz poderia ter optado por não comparecer à biblioteca. E se o conteúdo estudado entrasse nas questões das provas escritas? Isso criaria uma obrigatoriedade?

O jovem indignado era membro de uma das dezenas de igrejas evangélicas que funcionam no Brasil, um dos milhões de pentecostais que lêem a Bíblia e recusam outras formas de saber. Ele põe em cheque os programas didáticos das escolas públicas e privadas, pois algumas dessas igrejas proíbem a leitura de qualquer outro livro que não seja a História Sagrada, proíbem assistir cinema, ver televisão e participar das festas do calendário brasileiro. Como sugerir a essas pessoas a tarefa de ler Madame Bovary, ver no cinema Cisne Negro ou assistir a um documentário na televisão? O escritor perdeu o sono refletindo sobre as dificuldades em educar as pessoas num país com tanta diversidade religiosa, étnica, cultural, econômica e social. Até onde vai o poder do Estado em normatizar o ensino? E as igrejas, qual o poder delas além de eleger políticos?

A recusa ao saber, mesmo científico, é frequente nas seitas religiosas. Como avançaremos na educação e na cultura, se o simples ato de ler é demonizado? Há uma atitude fundamentalista nessa recusa. Como existe igual fundamentalismo nos que propalam o consumo desenfreado e nos que absorvem o lixo cultural e todos os subprodutos da mídia, sem discernimento nem controle. Esses se apegam com igual fervor às culturas de massa, desprezando outras formas de conhecimento, pois se acham saciados e encharcados. A infecção dos membros da segunda seita me parece igualmente calamitosa, o vírus circula por todas as classes sociais, é de alto poder de contágio e torna as pessoas arrogantes de inutilidades, como são arrogantes o que se dizem investidos da Palavra de Jesus.

Nenhum vidente imaginou que as religiões ainda ocupariam pauta no terceiro milênio. Mas elas estão fortes como na Idade Média, em cruzadas modernas, fogueiras simbólicas, fundamentalismo, ortodoxia, culto hedonista, louvor a Baal. Na França e no Brasil, no Irã e em Israel, no mundo mais plastificado. Variam apenas os ícones do problema. Reimprimiram gravuras da luta entre o bem e o mal, deus e o diabo. E os links entre Igreja e Estado causam os nós de sempre, a náusea na educação e na cultura.

Ronaldo Correia de Brito é médico e escritor. Escreveu Faca, Livro dos Homens e Galiléia.
Fonte: Magazine Terra

sábado, 25 de junho de 2011

bau-wie

Ziggy tocava guitarra
Ziggy realmente cantava
Ziggy tocou muito tempo
Ziggy sugou sua mente
Ziggy tocava guitarra

sábado, 18 de junho de 2011

Crepúsculo do Inverno

Zeus escuros de metal
Nas vermelhas revoadas
passam gralhas esfaimadas
sobre um parque fantasmal

Rompe um raio glacial
ante pragas infernais
giram gralhas vesperais;
sete pousam no total.

Na carniça desigual,
bicos ceifam em segredo.
Casa mudas metem medo;
brilha a sala teatral.

Ponte, igrejas, hospital
hórridos na luz exangue.
Linhos grávidos de sangue
incham velas no canal.

(Georg Trakl)

quinta-feira, 9 de junho de 2011

"Quem semeia miséria, colhe fúria.”


fuckers....

Defeito principal dos homens ativos - Aos homens ativos falta habitualmente a atividade superior, quero dizer, a individual. Eles são ativos como funcionários, comerciantes, eruditos, isto é, como representantes de uma espécie, mas não como seres individuais e únicos; neste aspecto são indolentes. A infelicidade dos homens ativos é que sua atividade é quase sempre irracional. Não se pode perguntar ao banqueiro acumulador de dinheiro, por exemplo, pelo objetivo de sua atividade incessante: ela é irracional. Os homens ativos rolam tal como pedra, conforme a estupidez da mecânica. Todos os escravos e livres; pois aquele que não tem dois terços do dia para si é escravo, não importa o que ele seja; estadista, comerciante, funcionário ou erudito.
(F.N.)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Sol Invictus - The Cruellest Month

Após hiato de cinco anos, o Sol Invictus anunciou para o dia 10 de junho o lançamento do seu décimo sétimo álbum intitulado “The Cruellest Month”, pelo selo Auerbach Tonträger, subsidiário neo folk da Prophecy Productions, que também será responsável pela tão aguardada re-edição de parte do catálogo deste projeto capitaneado por Tony Wakeford. A expectativa para este novo trabalho é grande e com certeza não nos decepcionará. A diferença é que por mais que a fórmula musical seja a mesma, “The Crelleste Month”, mostra um certo amadurecimento sonoro, como se o músico estivesse à procura do som definitivo, beirando o tradicionalismo. No entanto, sabemos que este elemento mais acentuado não se trata mais de uma característica puramente de extrema direita (conceito declaradamente abandonado por Wakeford há anos, quando se desligou do British National Front), e sim, como alguns classificam como “apolitéica”, ou seja, uma influência direta do filosofo Julius Evola que dizia que um indivíduo apolitéico deve sempre incorporar sua 'distancia interna irrevogável dessa sociedade moderna e seus valores’, podendo fazer o uso das vantagens do progresso tecnológico, mas, ao mesmo tempo, “recuar para a floresta”. Neste trabalho acredito que a referência de Evola deve vir com mais força, porém vejo que há uma reflexão particular e poética sobre a crise que assola na Europa desde o estouro da bolha imobiliária dos EUA, uma potência em franca decadência. Os temas antigos do Sol Invictus pareciam de algum modo profetizar a atual situação; nas entrelinhas eles ainda procuram verbalizar a necessidade da preservação da identidade cultural cada dia mais (se não totalmente) diluída nas garras desse nocivo modelo financeiro já caduca (leia-se americanizado ou liberal). Na visão dos artistas adeptos do neo-folk e martial industrial a coisa piorou com a instauração do Euro - aos olhos dos mais pessimistas, foi a tampa do caixão para a maioria nações do velho continente. Já os idealistas enxergam no seu fracasso a oportunidade para se pensar numa “nova ordem”. No limiar destas verdades e utopias que “The Crelleste Month” se pronuncia. Nas palavras do próprio Wakeford o disco “É um pensamento sobre o envelhecimento e declínio dos indivíduos, impérios e estados. Trata-se de um questionamento se a crueldade da vida é simplesmente um reflexo da crueldade de deus ou se nós somos simplesmente cruéis para motivar a crueldade. É a utopia da zona livre*”.

*alusão a União Européia

Track list:
1. Raining In April
2. To Kill All Kings
3. The Sailor's Aria
4. Fools' Ship
5. Toys
6. Edward
7. The Bad Luck Bird
8. April Rain
9. Cruel Lincoln
10. Something's Coming
11. Stella Maris
12. The Cruellest Month
13. The Blackleg Miner

Formato: cd digipak

Encomendas aqui: Prophecy Productions

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Um trecho do “Canto Segundo” (Os Cantos de Maldoror - Lautréamont)


(7) Lá, em um bosque rodeado de flores, repousa o hermafrodita, profundamente adormecido na relva, molhada por seu pranto. A lua separou seu disco da massa de nuvens, e acaricia com seus pálidos raios essa doce fisionomia de adolescente. Seus traços exprimem a mais viril energia, e, ao mesmo tempo, a graça de uma virgem celestial. Nada, nele, parece natural, nem mesmo os músculos do seu corpo, que abrem seu caminho através do contorno harmonioso das formas femininas. Tem o braço recurvado sobre a testa, a outra mão apoiada contra o peito, como para comprimir os batimentos de um coração fechado a todas as confidências, oprimido pelo pesado fardo de um segredo eterno. Cansado da vida, envergonhado por caminhar entre seres que não se assemelham a ele, o desespero tomou conta de sua alma, e prossegue sozinho, como o mendigo do valo. Como obtém ele os meios de sobrevivência? Almas caridosas velam de perto por ele, que não suspeita dessa vigilância, e não o abandonam: é tão bom! é tão resignado! De bom grado, fala às vezes com aqueles que têm o temperamento sensível, sem lhes tocar a mão, mantendo-se à distância, no temor de um perigo imaginário. Se lhe perguntam porque tomou a solidão por companhia, seus olhos se elevam para o céu, mal retendo uma lágrima de recriminação contra a Providência; mas ele não responde a essa pergunta imprudente, que espalha pela neve das suas faces o rubor da rosa matutina. Se a conversa se prolonga, inquieta-se; volta os olhos para os quatro pontos cardeais do horizonte, como para tentar fugir da presença de um inimigo invisível que se aproxima, faz um brusco aceno de adeus com a mão, afasta-se sobre as asas do seu pudor despertado e desaparece na floresta. Tomam-no geralmente por louco. Um dia, quatro homens mascarados, que cumpriam ordens, atiraram-se sobre ele, e o amarraram solidamente, de tal modo que só pudesse mexer as pernas. O chicote abateu seus rudes látegos sobre suas costas, e lhe disseram que se dirigisse sem demora para a estrada que leva a Bicêtre*. Ele se pôs a sorrir enquanto recebia os açoites, e lhes falou com tamanho sentimento e inteligência sobre as muitas ciências humanas que havia estudado, demonstrando tamanha instrução, nesse que não havia ainda transposto a soleira da juventude, e sobre os destinos da humanidade, a revelar inteiramente a nobreza poética da sua alma, que seus guardiões, assustados até a medula pelo ato que haviam cometido, desamarraram seus membros quebrados, prosternaram-se de joelhos, pedindo perdão que lhes foi concedido, e se afastaram, com os sinais de uma veneração que não se concede ordinariamente aos homens. Desde esse acontecimento, que foi muito comentado, seu segredo foi adivinhado por todos, mas fingiam ignorá-lo, para não aumentar seus sofrimentos; e o governo lhe concedeu uma pensão honorífica para fazê-lo esquecer que, em um dado momento, haviam tentado interná-lo à força, sem prévio exame, em um hospício. Quanto a ele, gasta a metade do seu dinheiro; o restante, dá aos pobres. Quando vê um homem e uma mulher que passeiam por alguma alameda de plátanos, sente seu corpo fender-se em dois, de alto a baixo, e cada uma das novas partes vai abraçar um dos passantes; m isso não passa de alucinação, e a razáo logo recupera seu domínio. É por isso que não mistura sua presença, nem à dos homens, nem à das mulheres; pois seu pudor excessivo, nascido dessa idéia de não passar de um monstro, o impede de conceder sua simpatia ardente a quem quer que seja. Acreditaria profanar-se, e acreditaria profanar aos outros. Seu orgulho lhe repete este axioma: “Que cada um permaneça em sua natureza". Seu orgulho, eu disse, pois teme que, unindo sua vida a um homem ou a uma mulher, venham a recriminá-lo, mais cedo ou mais tarde, como por uma falta enorme, ela conformação do seu organismo. Então, fecha-se em seu amor próprio, ofendido por essa suposição ímpia, que na verdade só parte dele, e persiste em continuar só, em meio aos tormentos; sem consolação. Lá, em um bosque rodeado de flores, repousa o hermafrodita, profundamente adormecido na relva, molhada por seu pranto. Os pássaros, despertos, contemplam maravilhados essa figura melancólica, através dos ramos das árvores, e o rouxinol não quer que ouçam suas cavatinas de cristal. O bosque tornou-se augusto como um túmulo, pela presença noturna do hermafrodita infortunado. Ó viajante extraviado, por teu espírito de aventura que te levou a abandonar pai e mãe, desde a mais tenra idade; pelos sofrimentos que a sede te causou no deserto; pela pátria que talvez procures, após teres, por muito tempo, errado, proscrito em regiões estrangeiras; por teu corcel, teu fiel amigo que suportou contigo o exílio e a intempérie dos climas que teu humor vagabundo te fez percorrer; pela dignidade que dão ao homem as viagens por terras distantes e mares inexplorados, no meio das geleiras polares, ou sob a influência de um sol inclemente: não toca com tua mão, como se fosse um frêmito de brisa, esses cachos de cabelos espalhados pelo chão, que se misturam à relva verde. Afasta-te vários passos, será melhor. Essa cabeleira é sagrada; foi o próprio hermafrodita quem o quis assim. Ele não quer que lábios humanos beijem religiosamente seus cabelos, perfumados pelo vento da montanha, nem que contemplem seu rosto que resplandece, neste instante, como as estrelas do firmamento. Mais vale acreditar que seja uma estrela verdadeira que desceu de sua órbita, atravessando o espaço, até esse rosto majestoso, que ela envolve com sua claridade de diamante, como se fosse uma auréola. A noite, afastando com o dedo sua tristeza, reveste-se de todos os seus encantos para festejar o sono desta encarnação do pudor, dessa imagem perfeita da inocência dos anjos: o burburinho dos insetos é menos perceptível. Os ramos inclinam sobre ele sua copa cerrada, para protegê-lo do orvalho, e a brisa, fazendo ressoar as cordas da sua harpa melodiosa, envia seus acordes prazerosos, através do silêncio universal, até suas pálpebras baixadas que acreditam assistir, imóveis, ao concerto cadenciado dos mundos suspensos. Sonha que é feliz; que sua natureza corpórea se modificou; ou que, ao menos, saiu voando em uma nuvem purpúrea, até outra esfera, habitadas por seres da mesma natureza que a sua. Ah! que sua ilusão se prolongue até o despertar da aurora! Sonha que as flores dançam a seu redor, em roda, como imensas grinaldas loucas, e o impregnam com seus perfumes suaves, enquanto ele entoa um hino de amor, entre os braços de um ser humano de uma beleza mágica. Mas é apenas uma névoa crepuscular que seus braços estreitam; e, ao despertar, seus braços não a estreitarão mais. Não desperta, hermafrodita; não desperta ainda, suplico-te. Porque não queres acreditar-me! Dorme ... dorme sempre. Que teu peito se erga, perseguindo a esperança quimérica da felicidade; isso eu te permito; mas não abre teus olhos. Ah! não abre teus olhos! Quero deixar-te assim, para não ser testemunha de teu despertar. Talvez um dia, com a ajuda de um livro volumoso, em páginas comovidas, eu venha a narrar tua história, espantado com o que ela contém, e com os ensinamentos que dela se desprendem. Até agora, não fui capaz; pois, toda vez que o tentei, lágrimas copiosas caiam sobre o papel, e meus dedos tremiam, sem que fosse por causa da velhice. Mas quero ter essa coragem, algum dia. Estou indignado por não ter nervos melhores que os de uma mulher, e por desmaiar como uma moça, cada vez que reflito sobre tua grande miséria. Dorme...dorme sempre; mas não abre teus olhos. Ah! não abre teus olhos! Adeus, hermafrodita! Todo dia, não deixarei de rogar ao céu por ti (se fosse para mim, nada rogaria). Que a paz esteja em teu coração.

Notas:
*Bicêtre: hospício de Paris. Um francês dizer Bicêtre é o mesmo que um paulistano dizer Juqueri ou um carioca dizer Pinel (mandar alguém para o Juqueri, alguém estar pinel).

*Imagens aqui apresentadas foram extraídas do filme Satyricon (obra de arte de 1969) de Fellini onde o semideus hermafrodita aparece em algumas sequencias como um ser bastante frágil e albino (com sua singular palidez etérea) cuja atuação nos leva a comoção.