domingo, 19 de julho de 2009

diabos


Medos deformam...transformam...fazem os choros mais constantes...mesmo invisíveis.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Positive Punk


O positive punk foi um “movimento” quase nulo, mas penso, mesmo com sua efemeridade, foi a melhor designação para as bandas e seguidores dissidentes (ou não) da chamada cena “Crass” no Reino Unido entre os anos de 1981 e 83. Embora os temas tenham um cunho “positivo” (como justificado por algumas bandas que de forma relutante acabaram abraçando o título), sua proposta de escapismo chegava ao niilismo extremo. Essa volta da embriagues mística & psicodélica (já vista nos anos 60) e a espiritualidade seriam formas de esquecer, assumir ou superar a dura realidade da era Thatcher? Eu consigo enxergar o otimismo no desespero e isso é fonte quase inesgotável de inspiração (a dualidade “luz” & “sombra”, “frio & quente” sempre dão bons resultados). A linha que tentava separar essas bandas da trupe de zumbis andróginos com instrumentos empunhados que emergiam em torno do clube Batcave era quase imperceptível. As duas “alas” reinventavam o punk como forma de exteriorizar seus horrores com os mesmos princípios sonoros e estéticos. O UK Decay, Adam and The Ants (primeira fase) e o PIL, entre diversos nomes que chamuscavam pela Europa a fora, antes do Bauhaus, foram talvez as maiores fontes criativas dessa turma que já estava cansada da cartilha anarco-punk; seus integrantes estavam mais abertos às transformações & experimentações que aquele riquíssimo período oferecia. De qualquer modo, mesmo que as duas coisas sejam parte do mesmo balaio, eu tolero mais termo criado por Richard North já que o gótico (super controverso em termos de estilo musical) e o deathrock viraram piadas quando a industria fonográfica vulgarizou seus produtos a fim de suprir o gosto da imprensa e de muita gente errada que acata até hoje qualquer tipo de sensacionalismo. PS: existiu de fato um sensacionalismo em torno do “positive punk” que acabou estampado (vulgarizado?) na capa da New Music Express em fevereiro de 1983. Paradoxalmente essa edição é considerada, em minha visão, como a cartilha da sua própria morte. Esse é o destino de qualquer hype, mas neste caso acho um dos mais dignos dentre muitos criados depois. A propósito vocês acham que o make-up e os penachos do MGMT vieram da onde, queridinhos? A pós-modernidade é de dar pena.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

carta de esclarecimento à uma compaixão (cagando no túmulo 2005-07)

Pois é, eu fui mais uma vítima de sua carência. Você me contou a sua história e abracei uma "causa social". Desperdicei dois longos anos ao seu lado. Você tinha de tudo para se dar bem, mas vamos aos pontos. O seu rosto bonitinho tem uma murrinha e até combina com as apêndices inflamadas de minha cidade. Seu pai é (ou era?) apenas um bom boêmio, exposto a fatalidade incurável da promiscuidade. E você chora por isso? Coloquemos tudo no mesmo plano. Você o idolatra e segue passos deste cristão moribundo - segue os velhos passos luxuriosos, o que não é um problema desde que não se materialize numa patologia crônica de banalidade....Essas paixões em série nunca vão te suprir até que assuma de vez a sua vontade de abraçá-lo e aceitar sua condição adolescente mal resolvida com sede cambaleante pela vida. Eu tomei conhecimento de suas cartas diagonais, seus contatos com alguns "Judas" - porque será que você repreendia minhas "ameaças" tão menos frescas que as suas? Sua escrita têm sangue, comovem, porém não existiria se não fosse esse conjunto de bobagens, ódio e paganismo ingênuo que você faz questão de carregar. Não chore por aqueles que te viram as costas; eles apenas não se comovem mais com suas hipocrisias. Mesmo acompanhada, você não verá o sentido de suas desilusões. Fique bem e longa vida - você encontrará seu lugar e sou sincero em meus votos (hoje entendo a mutação da dor – as reais vontades desembocam na beleza). Ah! Eu perdôo aquele tapa e confesso que nunca me arrependi de ter te presenteado com livros e músicas. Um dia todo mundo acaba entendendo.

domingo, 12 de julho de 2009

Did The Doctor Give You A Pill?


Ele havia chegado à um ponto em que os sonhos não eram nenhuma novidade. As pálpebras não eram mais o limite. Os tentáculos das sensações eram afiados por meditações anestésicas e ilícitas. Não havia mais ao que recorrer a sua volta, pois nada era satisfatório nas coisas táteis. Eu vendo aquele polvo iluminado na beira da praia, decidi penetrar em seu ventre preenchido por um lodo verde que exazalava sexo. O calor úmido acolheu meu cérebro contaminado por coisas que durante a vida o obustruia. Tempo era o estado da consiciência – uma fonte enganadora de lucidez. Não necessitava da permência ou qualquer tipo de luz e escolha. O cessar do tempo me trouxe então o tédio. A comoção de quem não se alimentaria daquilo que conduzia para esse novo estado (a esperança?). Eu quis retornar e isso me fez pulsar no ritmo do coito; ausência e o golpe em seus tubos. O parto também tem suas pausas e só assim se entende a sua sede por sangue em suas mais variadas cores. Ali era o túmulo de músculos talhados por gritos de desordem que estabelecem a imersão dos paradoxos.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

a-morre

O estado selvagem nada mais é que o retorno ao útero. Ser livre é estar preso pelo coração? Me dou conta disso quando flutuo num isolamento agridoce; o que nos separa da morte é apenas um parapeito.

sábado, 4 de julho de 2009

aurora


(...)A gente ter de ter coragem no corpo até para conseguir suportá-lo, não se pode ter aprendido o medo. (...) – e quem quer ser um criador, no bem e no mal, tem de ser, antes de tudo, um destruidor e arrebentar valores(...)
F. Nietzsche

quinta-feira, 2 de julho de 2009

zzzzz!


Penso diante, da certeza, que a canseira entre os humanos é recípocra...Dá pra notar né? Estamos na nova era (mais sufocante) da intolerancia. Por isso, a solidão é só uma continuidade e tenho “gostado”. Baaah!!!