Um adolescente é condenado injustamente por "matar" a namorada de 17 anos que estava sendo molestada por um maluco (um dos verdadeiros acusados) que estava em seu pico de bad vibe...Festas regadas a jazz com compassos acelerados, gente alucinada por causa do abuso de narcóticos...Você deve estar pensando em alguma manchete destes jornais de quinta categoria sedentos por sangue e audiência noticiando alguma crise de abstinência de crack, cocaína ou doses cavalares de LSD ou ecstasy. Se você pensou isso, errou...É tudo "culpa" da velha e tão perseguida maconha! Também conhecido pelo nome Tell Your Children (por aqui ganhou o título de A Porta da Loucura, numa edição inédita em DVD pela Magnus Opus) é um filme de propaganda norte americano de 1936 produzido para exibição nas escolas contra o uso de marijuana, relacionando seus efeitos à destruição dos lares e à crescente onda de loucura e violência entre a juventude.
No período pós-Lei Seca (em vigor de 1920 a 1933), foi quase óbvio constatar que grande parte da garotada rebelde e artistas (principalmente músicos) tivesse trocado os proibidos goles etílicos pelos tragos de baseado em seus momentos recreativos, isso bastou para que um grande alarde se instaurasse e a maconha fosse eleita então como a vilã número um dos "bons costumes". O exagero conservacionista de Reefer Madness acabou dando a película o status de cult, ao retratar de forma cômica e divertida os perigos de se consumir a mardita erva.
O que era para ser algo sério, acabou tropeçando em seus próprios pastiches - hoje em dia pode ser considerado mais como um documento de paródia do que uma campanha sisuda de alerta. Na sua versão colorizada é impossível não dar boas risadas das fumaças verdes, rosas-choque e laranjas (cores as quais indicavam o graus de adição)expelidas por suas personagens imbecilizadas e estereotipadas...Estes discursos preconceituoso infelizmente ecoam (em outras escalas) até nos dias, ainda mais quando confrontado pela falsa narrativa que o álcool e o tabaco, por exemplo, não produzem efeitos mais devastadores que o ganja. Os que se destacam do senso comum sabem muito que por trás da aceitação social destas "drogas lícitas" existe um ganancioso interesse de Governos que se deliciam com as estratosféricas arrecadações de impostos que seu consumo desregrado obtém. Mais um absurdo da enorme lista de hipocrisias que ditam as regras e condutas deste mundo esqualido que clama por outras medidas muito mais urgentes. Como diria o velho Shakespeare, "o diabo pode citar as Escrituras quando isso lhe convém."
Abaixo alguns materiais gráficos usados para divulgação do filme e o link para download de uma charmosa coletânea de mesmo nome (lançada em 2004 com o subtítulo de "Vintage Drug Songs ") que conta com grandes nomes do jazz e do blues cujos temas gravados entre 1927 e 1945 versam pelo universo das dores e prazeres da vida junkie e da boemia muito antes do apogeu do rock n' roll.Track list:
1. Victoria Spivey - Dope Head Blues (3:20)
2. Don Redman - Reefer Man (3:32)
3. Chick Webb With Ella Fitzgerald - Wacky Dust (3:03)
4. Cab Calloway - Kickin' The Gong Around (3:26)
5. Lil Green - Knockin' Myself Out (2:59)
6. Barney Bigard - Sweet Marijuana Brown (2:58)
7. Jack Teagarden, With Benny Goodman - Texas Tea Party (2:22)
8. Frankie Newton - Onyx Hop (2:46)
9. Fats Waller - The Reefer Song (If You're A Viper) (2:52)
10. Lead Belly - Take A Whiff On Me (2:59)
11. Bessie Smith - Gimme A Pigfoot (Gimme A Reefer) (3:29)
12. Jerry Kruger, With Cootie Williams - Ol' Man River (Smoke A Little Tea) (2:48)
13. Chick Webb With Ella Fitzgerald - When I Get Low, I Get High (2:26)
14. Julia Lee - Lotus Blossom (Sweet Marijuana) (3:17)
15. Cab Calloway - C Gaskill - L Mills - Minnie The Moocher (3:11)
16. Helen Ward, With Gene Krupa - I'm Feeling High & Happy (2:43)
17. Stuff Smith - Here Comes The Man With The Jive (3:01)
18. Trixie Smith - Jack, I'm Mellow (2:45)
*download it here*
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