Hoje o selo americano Frontier Records colocou no mercado mais uma edição (em vinil e em cd) de um dos seus maiores orgulhos: o emblemático álbum de estréia do Christian Death: Only Threatre of Pain que, para muitos, é considerado o único e verdadeiro da carreira da banda. O fato é que se trata de um clássico, pois sem dúvida continua sendo referência de um gênero que viria ser chamado de "deathrock". Quando foi lançado em março de 1982, o LP "maldito" foi bem recebido até mesmo pela crítica européia (em especial na França) que considerava o Christian Death como uma boa aposta já que percebeu em seu som aspectos em comum à outras bandas punk-gothique que começavam a apontar nas paradas independentes do velho continente. Se de um lado as considerações positivas da imprensa e o boicote por parte de grupos religiosos conferiram ao disco status de "cult", nos bastidores as coisas não iam nada bem. Num certo momento as diversas substancias ingeridas pelos integrantes serviram de combustível para a gestação do disco, contudo, o abuso e seus efeitos colaterais acabaram impondo o fim prematuro da banda meses depois de ser concebido. Rozz acabaria reformando o grupo no final de 1983 (meio a contra gosto, já que sua idéia era formar outro projeto chamado Daucus Karota) desta vez com line-up completo por músicos do Pompeii 99. Depois de gravar mais dois álbuns, Rozz decidiu abandonar o barco de vez, porém não imaginava que os membros desta nova encarnação roubariam sorrateiramente o nome "Christian Death" partindo sem ele para uma longa estada na Europa, fato que deu início a uma das mais controvérsias brigas já relatadas na história da música alternativa.
Longe destas confusões, a Frontier se manteve firme na projeção neutra do disco, de forma que não fosse confundido como parte da discografia da banda genérica que permanece até hoje sub a tutela de Valor Kand. Com catálogo relativamente pequeno (mas com nomes de peso da cena punk/hardcore de Los Angeles), o selo tem o Only Threatre of Pain como seu disco com mais êxito comercial, o que resultou em mais de dez licenciamentos pelo mundo a fora. Em suas diversas reedições (exceto as francesas, cujas capas foram completamente modificada), o álbum recebeu poucas alterações gráficas, limitando-se mais na variação das tonalidades ou e na prensagem de vinil colorido, contudo desta vez a coisa é mais ousada e merece destaque: a nova edição conta com a arte original (desenho e caligrafia feita a mão por Rozz) sem retoques e ajustes de pós-produção presente nas versões anteriores. O encarte foi recheado com mais fotos de Ed Colver, responsável pela maioria dos cliques da banda na sua fase inicial. Seu track list não mudou nada; no entanto foi devidamente remasterizado a partir dos tapes originais. O cd, como de hábito, trás as demos do EP Deathwish como bônus. Já o vinil, em sua primeira tiragem limitada, vem com um compacto 7" contendo duas músicas nunca antes lançadas, o que torna esta nova versão muito mais atrativa e histórica.Para comemorar este relançamento à altura, está agendada para o próximo dia 8, em Los Angeles, uma festa no club The Echo que contará com apresentação de Rikk Agnew e 45 Grave tocando temas do Christian Death original. Um ótimo programa pra quem mora para aquelas bandas...
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