sábado, 30 de janeiro de 2016
Cadavres Exquis agora no Mixcloud
Os sets do antigo programa Cadavres Exquis foram recuperados e agora estarão disponíveis no Mixcloud. A ideia é subir um por semana. Depois que terminar de “revisitar” as 57 seleções, talvez eu continue a função com inéditas, porém de maneira esporádica e sem compromisso. Aproveitem e sigam.
“Conceived by Rod, the Cadavres Exquis broadcast aims to present some obscure genres that emerged from post-punk as gothpunk, deathrock and minimal wave. These sets rescue forgotten classics, B-sides, without leaving the new names that make the head and the ears of sound miners.”
Clique aqui para escutar.
terça-feira, 5 de janeiro de 2016
Lydia Lunch apresenta o álbum Urge to Kill em São Paulo (Sesc Belenzinho - 19/12/2015)
Lydia Lunch, assim como os talentos mais promissores do post-punk, demonstrou durante sua intensa atividade que a música é só mais uma de suas facetas. Paralelamente a barulheira causada pela rapaziada do CBGB, a No Wave dava as caras no Lower East Side com sua forte expressão niilista/urbana no final dos anos de 1970. Foi deste celeiro que Lydia apareceu com a banda Teenage Jesus And The Jerks. Diferente da atitude descompromissada do punk, as bandas deste movimento também tinham como suporte as práticas audiovisuais – era abundante a produção de filmes experimentais extremos, cheios de colagens e pornografia (tudo filmado no piers de Nova York, típico refugio de gays, onde grafites tomavam as ruínas) que traduzia o lado escuro e decadente dos centros urbanos.
Por tudo isso é de se considerar que o selo paulistano Brava tenha escolhido a artista como carro chefe de seu cast invejável. Essa mesma turma sabe como ninguém a importância deste tipo de sonoridade em tempos em que apatia só faz fortalecer o inimigo.
O show do SESC Belenzinho (com set repleto de clássicos antigos e do último álbum “Urge to Kill” gravado com sua atual banda Retrovirus) foi uma releitura sincera aos tempos de início de carreira. Seu som rasgado e dark nos incitam reação e florear o espírito inventivo. Nada de alarde, nem superprodução, tudo no grito e no punch, coisas que o genuíno rock independente sabe fazer; transformar um pequeno palco numa catarse inspiradora. Showzaço.
*também publicado em Skate Mundo
sábado, 2 de janeiro de 2016
ano novo?
Eu poderia dizer o que todos desejam ouvir,
Mas preciso sair do guarda-chuva da cultura.
Quero te surpreender em movimento
Para juntos avistarmos as impurezas do branco!
Eu sei do conforto que o cumprimento das leis oferece,
Mas a obediência é também traição a si. É restrição.
A felicidade rasa é para os que desconhecem as escalas do
que é totipotente.
Começar um ano é também sentir o cheiro da fumaça da tocha
acesa,
Mas não sinta horror do indefinido percurso ou do declínio.
O ser imperfeito sempre sacrifica suas fichas e se preenche
na ilusão da perfeição.
Pode o imperfeito conceber a perfeição?
Saia do guarda-chuva por uns instantes também
E saiba o que é se misturar ao mundo.
Brinde com a taça pulmonar, cheia de ares,
O incompreensível, o inexplicável
E tudo aquilo que é incerto.
Dilate o espaço lançando suspiros revigorantes de recomeço,
Que antecipem à chama.
Sinta o cheiro do absurdo como um perfume.
Mais um ano, menos um ano.
Que diferença isso faz fora do instante?
Eu adoraria dizer o que todos querem ouvir,
Mas eu prefiro surpreender.
Vamos?
(O.G)
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