segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

tomou?


hahah se fodeu Berlusca!! Num intindiii ainda...Cafetão ou primeiro ministro? Vou pedir ajuda ao Vaticano =/

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

núpcias, o verão - Albert Camus


Caminhamos ao encontro do amor e do desejo. Não buscamos lições, nem a amarga filosofia que se exige da grandeza. Além do sol, dos beijos e dos perfumes selvagens, tudo o mais nos parece fútil. Quando a mim, não procuro estar sozinho nesse lugar. Muitas vezes estive aqui com aqueles que amava, e discernia em seus traços o claro sorriso que neles tomava a face do amor. Deixo a outros a ordem e a medida. Domina-me por completo a grande libertinagem da natureza e do mar.

Aqui, compreendo o que se denomina glória:

o direito de amar sem medida. Existe apenas um único amor neste mundo. Estreitar um corpo de mulher e também reter de encontro a si essa alegria estranha que desce do céu para o mar. Daqui a pouco, quando me atirar no meio dos absintos, a fim de que seu perfume penetre meu corpo, terei consciência, contra todos os preconceitos, de estar realizando uma verdade que é a do sol e que será também a de minha morte. Em certo sentido, é justamente a minha vida que estou representando aqui, uma vida com sabor de pedra quente, repleta de suspiros do mar e de cigarras, que agora começam a cantar. A brisa é fresca e o céu, azul. Gosto imensamente desta vida e desejo falar sobre ela com liberdade: dá-me o orgulho de minha condição de homem.

Sobre o mar, o silêncio enorme do meio-dia. Todo ser belo tem o orgulho natural de sua beleza, e o mundo, hoje, deixa seu orgulho destilar por todos os poros. Diante dele, por que haveria de negar a alegria de viver, se conheço a maneira de não encerrar tudo nessa mesma alegria de viver?

Não há vergonha alguma em ser feliz.

Há um tempo para viver e um tempo para testemunhar a vida.Os deuses resplandecentes do dia retornarão à sua morte cotidiana. Mas outros deuses virão. E então, para serem mais sombrias, suas faces devastadas nascerão no coração da terra.

Penso agora em flores, sorrisos, desejo de mulher, e compreendo que todo o meu horror de morrer está contido em meu ciúme de vida. Sinto ciúme daqueles que virão e para os quais as flores e o desejo de mulher terão todo o seu sentido de carne e de sangue. Sou invejoso porque amo demais a vida para não ser egoísta... Quero suportar minha lucidez até o fim e contemplar minha morte com toda aexuberância de meu ciúme e de meu horror.

domingo, 6 de dezembro de 2009

desligue

Há uma pequena cratera em meu peito, onde os calafrios ressuscitam minhas memórias e duvidas...Serão essas imagens que enfrentarei na última queda?
Já tenho respostas de olhos abertos, mesmo quando estou adormecido...
Costumo cair quando trago uma nuvem oferecida (a cada palavra incompreendida).
Saliva seca que arranha o coração...Como cordas cortantes de um navio muito viajado...
Um desespero pouco superado, Música antiga...
Esses faróis em cor de mel já leram essa fábula. Já nem choram os dias...
O certo é que procuras as mesmas histórias...Aqueles sofríveis caminhos fazem do tédio uma pequena e melodramática aventura.
Viste como é bom sentir o vento de orvalho solitário no rosto? A sensação é intransferível em cada pele...
Meus nervos gritaram em lamentos da fresca espera...
Não preciso mais dos ouvidos porque os sons nem sempre dizem a verdade, e todos, todos que cantam nem sempre precisam sentir!
A verdade reivindica atos...
Vida - esse teatro intenso da crueldade...
Letras esdrúxulas que adornam aqueles que desistiram da vida...
Nada mais que isso – você lembra os detalhes daquele leito? Desisto de minha boca – ela alimenta os sintomas sintéticos que conversavam a verdade...(foi através dela que tentaram alcançar o ponto fraco verídico) Ah se não fosse aquele monte de lixo amontoado no lado esquerdo...
Eu não preciso de flores, não quero me explicar a ponto de não ser mais compreendido, como criança que chora, não por causa de um peito, mas sim por uma comunhão de maldiçoes e entrega.
Não preciso daqueles que se passam de santos ou mártires: eles podem ser quebrados no chão...Ou rabiscados nas paredes, ou nos santuários de adolescentes despidos...
Não preciso de agrado levianos que tentar de forma suplicante superar a posse de um toque.
Essa pequena cratera é um ralo degustando lagrima nunca expelida. Consome-me, porém abastece-me de um arsenal inesperado.

Pois bem meu amigo, já tenho todas as respostas aqui. Realmente seria melhor não ter mais olhos, mas se arrancados, a minha alma flagraria mais o que deveria (ou mais do que já vê!). Desligue meus sentidos, mostre a real anestesia que me traga de volta alguma criança adormecida que tenha ânsia das malicias vida abobada - ela está imóvel debaixo deste couro adocicado debruçado em ossos retorcidos.
(nesta caixa pulsante onde moram meus hóspedes mortos).
Ilusão fétida se conecta as mais mansas luzes da galáxia que acariciam os mais lodosos pensamentos.
Esse canto vazio onde esperava encontrar a esperança de um gozo eterno como orquestra que arquitetou a vida com promessas das flores...
Somos unos; terra, polpa, pasta bruta que ri da dor alheia, para injetar alegria azeda num rosto estático como máscara mortuária...
Avatares são equívocos...
Esses louvores ao nada.
O opaco & amargo do silencio ele não necessita de palavras... Não necessita de nós.
Adeus pai da tentação!

sábado, 5 de dezembro de 2009

vindo do além....


Bebo um copo de whisky manchas inevitáveis de serem notadas. Brinquei com o diabo, me iludi pela fantasia, fiquei feliz com meu fracasso. Meus desejos foram embora, madrugada sem sono...Como somos banais e ridículos; tentamos ser o que não somos! É uma pena não haver mais um sorriso em seu rosto que hoje eu amo, hoje só a saudade e a tristeza do que passou...
(E.M)

vontade líquida

o amor ressuscita membros desmantelados, dispersos dos sintomas da velhices...sim é aquela força que vai além das luzes artificiais desta época de sombras...vai além das vontades impostas..como línguas que borra o horizonte quente e avermelhado - o abismo oculto do universo. Ainda precisamos cravar a bandeira do auto controle?